Michel Laub — Romancista judaico brasileiro/Brazilian Jewish Novelist — “Diário da Queda” “Diary of the Fall” — Historia de uma familia — A Family Story

Michel Laub

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Michel Laub nasceu em Porto Alegre, em 1973 de pais judeus. Escritor e jornalista, foi editor-chefe da revista Bravo, coordenador de publicações e internet do Instituto Moreira Salles e colunista da Folha de S.Paulo e do Globo. Hoje é colunista do Valor Econômico e colaborador de diversas editoras e veículos.Publicou oito romances, todos pela Companhia das Letras: Música Anterior (2001), Longe da água (2004), O segundo tempo (2006), O gato diz adeus (2009), Diário da queda (2011), A maçã envenenada (2013), O Tribunal da Quinta-Feira (2016) e Solução de dois Estados (2020). Seus livros saíram em 12 idiomas. Integrante da coletânea Os Melhores jovens escritores brasileiros, da revista inglesa Granta, entre outras no Brasil e no exterior, o autor recebeu as bolsas Vitae (2006), Funarte (2010) e Petrobras (2012) e os prêmios JQ – Wingate (Inglaterra, 2015), Transfuge (França, 2014), Jabuti (segundo lugar, 2014), Copa de Literatura Brasileira (2013), Bravo Prime (2011), Bienal de Brasília (2012) e Erico Verissimo/Revelação (2001). Além disso, foi finalista dos prêmios Dublin International Literary Award (Irlanda, 2016), Correntes de Escrita (Portugal, 2014), Jabuti (2007, 2017 e 2021), São Paulo de Literatura (2012, 2014, 2017 e 2021) e outros.

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Michel Laub was born in Porto Alegre, in 1973 in a Jewish family. Writer and journalist, he was editor-in-chief of Bravo magazine, coordinator of publications and internet of the Moreira Salles Institute and columnist of Folha de S.Paulo and Globo. Now he is a columnist for Valor Econômico and a contributor to various publications. Publicou oito romances, all pela Companhia das Letras: Música Anterior (2001), Longe da água (2004), O segundo tempo (2006), O gato diz adeus (2009), Diário da queda (2011), A maçã envenenada (2013) ), O Tribunal da Quinta-Feira (2016) and Solução de dos Estados (2020). His books are published in 12 languages.He is one the of Best Young Brazilian Writers, according to eht the English magazine Granta, among others not in Brazil and abroad, and author received the Vitae (2006), Funarte (2010) and Petrobras (2012) awards and the JQ – Wingate awards (England, 2015), Transfuge (France, 2014), Jabuti (second place, 2014), Brazilian Literature Cup (2013), He was a finalist for two Dublin International Literary Awards (Ireland, 2016), Correntes de Escrita (Portugal, 2014), Jabuti (2007, 2017 and 2021), São Paulo for Literature (2012, 2014, 2017 and 2021) among others.

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Sources:/Fuentes:

Michel Laub. Diário da queda. São Paulo: Companhia de Letras, 2011.

Michel Laub. Diary of a Fall. Translated by Margaret Juli Costa. New York: Other Press, 2011.

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ALGUMAS COISAS QUE SEI SOBRE MIM

27.

Numa escola como a minha, os poucos alunos que não eram judeus tinham até privilégios. O de não assistir as aulas de hebraico, por exemplo. Ou as de cultura hebraica. Nas semanas que antecediam os feriados religiosos eles eram dispensados de aprender as canções típicas, e fazer as rezas, e dançar as coreografias e participar do Shabat, e visitar a sinagoga e o Lar dos Velhos, e enfeitar o berço de Moisés ao som do hino de Israel, isso sem falar nos acampamentos do chamado movimento juvenil.

28.

Nos acampamentos éramos divididos em grupos, cada um com um monitor mais velho, e parte do dia era ocupada por atividades normais num encontro assim, o almoço, o futebol, os abraços coletivos de união, as gincanas com talco e ovos. Nós levávamos barraca, repelente, marmita, cantil, e lembro ele esconder tudo o que pudesse ser roubado na minha ausência, urna barra de chocolate no fundo de um saco de roupa suja, um carregador de pilha em meio as urtigas.

29.

A noite éramos separados em dois grupos, um exercício que se chamava ataque a bandeira, um camuflado na vegetação e o outro que se encarregava da defesa, e durante a madrugada num descampado formávamos pelotões que reproduziam as estratégias de urna patrulha, com bússola e coluna, lanço e escalada. urna simulação do que tínhamos ouvido em palestras onde os monitores falavam sobre a Guerra de Seis Dias, a Guerra de Independência, a Guerra de Yom Kippur, Guerra de Líbano.

30.

Havia outros não judeus João na escola, mas nenhum como João. Uma vez um deles segurou um colega e o arrastou por quarenta metros e esticou seu braço direito e bateu com um portão de ferro várias vezes nos dedos, e quando o colega estava se contorcendo ele pegou o braço esquerdo e fez a mesma coisa. Joao era diferente: o colega o mandava ficar de pé, e ele ficava. O colega jogava o sanduíche de Joao longe, e ele ia buscar. O colega segurava Joao e o forcava a comer o sanduíche, mordida por mordida, e no rosto de Joao não se via nada – nenhuma dor, nenhum apelo, nenhuma expressão.

31.

Quando o pai de Joao perguntou se eu não tinha vergonhado que aconteceu na festa, eu poderia ter descrito essa cena. Eu poderia ter dito algo mais do que ele esperava, o relato de como pedi desculpas a Joao quando ele retornou a escala. Em vez de contar como foi saber que João acabaria ficando bom, andando normalmente e tendo a mesma vida de antes, e como ficar sabendo disso tornou a nossa conversa mais fácil, como se o pedido de desculpas apagasse na hora o que ele passou depois da queda, ele estatelado diante dos parentes, com falta de ar porque havia bati do as costas, ele na ambulância e no pronto-socorro e no hospital sem receber uma visita dos colegas, e mais dois meses em casa sem receber nenhum de nós, e de volta a escala sem que nenhum de nós tivesse se aproximado dele até o dia em que criei coragem para tanto em vez de tudo isso eu poderia ter contado como era ver João comendo o sanduíche diante do agressor, terminando o último pedaço e senda novamente pego pelo agressor, atrás de urna árvore no canto do pátio, cercado por um pequeno grupo que cantava todos os dias a mesma música.

A música começava assim, come areia, come areia. Era como um ritual, o incentivo enquanto João virava o rosto e tentava es capar dos golpes até não resistir e abrir a boca, o gasto quente e áspero, sola de tênis na cara, e só aí o agressor cansava e os gritos diminuíam e Joao era deixado até se levantar já sozinho, ainda vermelho e ajeitando a roupa e pegando de novo a mochila e subindo de novo as escadas como admissão pública do quanto ele era sujo. e fraco. e desprezível.

33·

Nada disso impediu que ele aparecesse como convites para a festa. Nas cerimónias de Bar Mitzvah os convites eram impressos em gráfica, em papel-carteio dourado, com um laço e tipologia dourada. o nome dos pais do aniversariante, um telefone para confirmar a presença, o endereço para entrega ele presentes. Os de Joao eram caseiros, feitos com papel-ofício, dispostos num envelope de cartolina, escritos em caneta hidrocor. Ele os entregou em silencio. de mesa em mesa, com duas semanas de antecedência. a sétima série inteira convidada.

34.

Eu acordei cedo naquele sábado. Eu me vesti, fui até a geladeira e passei a manhã no quarto. Eu gostava de ver televisão as sim. a veneziana fechada, a cama ainda desfeita e as migalhas de pão sobre o lençol até que alguém batesse na porta porque já eram quinze para a uma, e o resto do dia foi: o almoço na casa da minha avó, a ida mom a minha mãe ao shopping. ela perguntando se o colega que fazia aniversario preferia um short ou uma mochila, uma carteira ou uma camiseta, se ele gostava de música e ficaria feliz com um vale-disco, e eu respondi e esperei que ela pagasse e que a balconista da loja fizesse o pacote e ainda fôssemos ao fliperama onde joguei corrida e sinuca eletrônica.

35-

Eu dei parabéns a João quando cheguei a festa. Eu entreguei o presente a ele. É possível que eu tenha cumprimentado o pai dele, algum parente que estivesse próximo, e é possível até que eu tivesse aproveitado a festa como todos os outros convidados, que eu tivesse até me divertido sem nem por um instante demonstrar nervosismo, os cinco colegas escalados para formar a rede de bombeiros, aqueles que eu também cumprimentei ao chegar, com quem também conversei normalmente, nós todos vestidos e ensaiados e unidos na espera pela hora do bolo e pelo parabéns.

36.

No sei se participei por causa desses outros colegas, e seria fácil a esta altura culpá-los por tudo, ou se em algum momento eu fui ativo na história: se nos dias anteriores tive alguma ideia, se diz alguma sugestão, se de alguma forma fui indispensável para que tudo saísse exatamente como planejado, nós em coro no verso final, muitos anos ele vida antes ele nos aproximarmos dele, em cada perna, um em cada braço, eu segurando o pescoço porque essa é a parte mais sensível do corpo.

37.

Não sei se fiz aquilo apenas porque me espelhava nos meus colegas, João senda jogado para cima urna vez, duas vezes, eu segurando até que na décima terceira vez e com ele ainda subindo eu recolhi os braços e dei um passo para trás e vi João parado no ar e iniciando a queda, ou se foi o contrário: se no fundo, por essa ideia dos dias anteriores, algo que eu tivesse dito ou uma atitude que tivesse tomado, uma vez que fosse, diante de uma pessoa que fosse, independentemente das circunstâncias e das desculpas, se no fundo eles também estavam se espelhando em mim.

38.

Porque é claro que eu usava aquelas palavras também, as mesmas que levaram ao momento em que ele bateu o pescoço no chão, e foi pouco tempo até eu perceber os colegas saindo rápido, dez passos até o corredor e a portaria e a rua e de repente você está virando a esquina em disparada sem olhar para trás e nem pensar que era só ter esticado o braço, só ter amortecido o impacto e João teria levantado, e eu nunca mais veria nele o desdobramento do que tinha feito por tanto tempo até acabar ali, a escala, o recreio, as escadas e o pátio e o muro onde Joao sentava para fazer o lanche, o sanduíche jogado longe e Joao enterrado e eu me deixando levar com os outros, repetindo os versos, a cadencia, todos juntos e ao mesmo tempo, a música que você canta porque é só o que pode e sabe fazer aos treze anos: come areia, come areia, come areia, gói filho de urna puta.

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SOME MORE THINGS I KNOW ABOUT MYSELF

27.

In a school like mine, the few non-Jewish students even enjoyed certain privileges. For example, they didn’t have to attend Hebrew classes. Or the classes about Hebrew culture. In the weeks preceding religious holidays, they were excused from learning the traditional songs, saying the prayers, doing the dances, taking part in the Shabbat, visiting the synagogue and the Old People’s Home, and decorating Moses’s cradle to the sound of the Israeli national anthem, not to mention the so-called Youth Movement camps.

28.

At camp we were divided into groups, each with an older boy as a monitor, and part of the <lay was taken up with the usual activities one would expect at such a gathering: lunch, football, group hugs, treasure hunts and messy games involving talcum powder and eggs. We took a tent, insect repellent, a cooking pot and canteen, and I remember carefully hiding anything that might be stolen in my absence, stowing a bar of chocolate at the bottom of my dirty laundry bag, a battery charger in the middle of a clump of nettles.

29.

At night we were divided into two groups, in an exercise known as “camp attack,” with one group hidden in the vegetation and the other in charge of defend ing the camp. Then, in a clearing in the early hours, we would form into platoons that basically did what patrols are supposed to do, armed with compasses and in columns, crawling through undergrowth and scaling hills, an imitation of what we had heard about in talks the monitors gave about the Six-Day War, the War of Independence, the Yom Kippur War, the Lebanese War.

30.

There were other non-Jews at the school, but none like João. Once, one of them got hold of a Jewish classmate, dragged him along for about forty meters, pinned his victim’s right arm to the wall next to an iron door, and repeatedly slammed the door on the boy’s and when the boy was screaming and writhing in pain, he grabbed the boy’s left arm and did the same again. João was different: if a classmate ordered him to stand, he would stand. If a classmate flung Joao’s sandwich across the playground, Joao would go and fetch it. If the same classmate, then grabbed Joao and made him eat the sandwich, bite by bite, Joao’s face would remain utterly impassive-no pain, no plead ing, no expression at all.

31.

When João’s father asked me if I didn’t feel ashamed about what had happened at the party, I could have described that scene to him. I could have told him more than he was expecting to hear, rather than about how I had apologized to João when he returned to school. Instead of telling him how relieved I felt when I found out that João would make a full recovery, walking normally and leading a normal life, and how knowing this had made our conversation easier, as if my apology had instantly erased everything he had been through after the fall, João lying on the floor in front of his relatives, the breath knocked out of him, João in the ambulance and in the emergency room and in hospital, where not a single one of his classmates visited him, and then another two months spent at home, where, again, none of us went to see him, and then back at school where, again, none of us spoke to him until I plucked up enough courage to do so–instead of that I could have told him what it was like to see João eating that sandwich watched by his attacker. And how, when he had finished the last mouthful, his attacker had hit him again, hidden behind a tree in one corner of the playground, surrounded by a small group of boys who chanted the same refrain every day.

32.

The refrain went like this: eat sand, eat sand. It was a sort of ritual, intended to drive them on while João turned his head to try and avoid the blows, until he could resist no longer and opened his mouth, the hot, rough taste, the sole of someone’s sneaker in his face, only then did his attacker grow weary and the shouting diminish and then João would be left to get his own, red-faced and straightening his rumpled, clothes, picking up his backpack and going up the stairs like a public admission of how dirty and weak and despicable he was.

33.

None of this prevented him from coming to school with the invitations to his party. For bar mitzvah ceremonies, the invitations were always professionally printed on a folded piece of card, with a ribbon and gilt lettering, the name of the boy’s parents, a telephone number to confirm that you would be coming and an address where presents could be sent. João’s invitations were homemade on a sheet of foolscap paper placed in a cardboard envelope and written in felt-tip pen. Two weeks beforehand, he silently gave them out, going from desk to desk, inviting the whole year group.

34,

That Saturday I woke up early. I got dressed, went to the fridge and spent the morning in my room. I liked watching TV like that, with the blinds clown, the bed still unmade and breadcrumbs among the sheets, until someone knocked on the door to tell me it was a quarter to one, and the rest of the day was: lunch at my grandmother’s house, a visit to the shopping mall with my mother, her asking me if the classmate whose birthday it was would prefer a pair of shorts or a backpack, a wallet or a T-shirt, or if he liked music and would be happy with a record-voucher, and me answering and waiting for her to pay and for the assistant to wrap the present up and then still having time to visit the arcade where I played at circuit racing and electronic snooker.

35.

1 wished João a happy birthday when I arrived at the party. I gave him his present. I may have said helio to his father too, or to some relative of his standing nearby, and I may even have enjoyed the party along with ali the other guests, I may even have had a good time without for a moment appearing nervous, along with the four other classmates chosen to form the safety net, and who I had also greeted when I arrived, and with whom I chatted normally, all of us dressed and ready and united as we waited for the moment for the birthday cake to be cut and for everyone to sing “Happy Birthday.”

36.

I don’t know if I took part because of those other classmates, and it would be easy at this stage to blame them for everything, or if at some point I played an active role in the story: if during the previous days I had an idea, made a suggestion, and was in sorne way indispensable if everything was to work out as planned, with us singing the last line together, happy birthday to you, before we gathered round him, one at each leg, one at each arm, with me supporting his neck because that’s the most vulnerable part of the body.

37.

I don’t know if I did it simply because I was mirroring my classmates’ behavior, João being thrown into the air once, twice, with me supporting him right up until the thirteenth time and then, as he was going up, withdrawing my arms and taking a step back and seeing Joao hover in the air and then begin the fall, or was it the other way round: what if, deep down, because of that plot hatched in the previous days, because of something I might have said or an attitude.1 might have taken, even if only once and in the presence of only one other person, quite independently of the circumstances and any possible excuses, what if, deep clown, they were also mirroring my behavior?

38.

Because of course I used the same words, the words that led up to the moment when the back of his neck struck the floor, and it didn’t take long for me to notice my classmates beating a hasty retreat, just ten steps to the corridor and the porter’s lodge and the street and suddenly you’re tearing round the corner without a backward glance and not even thinking that if you had only reached out an arm to break the fall João would have got up, and 1 would never have had to see in him the consequence of everything I had done up until then, school, break-time, the stairs and the playground and the wall where João used to sit, the sandwich flung across the playground and João buried in sand and me, allowing myself to be carried along with the others, all panting the same words, the same rhythm, al of us together at the same time, the song you sing because that’s all you can do when you’re thirteen: eat sand, eat sand you son ofa-bitch goy.

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MAIS ALGUMAS COISAS QUE SEI SOBRE O MEU AVÓ

4·

Eu comecei a beber aos catorzes anos, depois que mudei de escola junto com João. Embora já tivesse tomado um ou outro copo de cerveja com meu pai, e uma ou outra taça ele vinho em algum jantar ele adultos em casa, a primeira vez ele verdade foi numa festa logo no início das aulas. Eu não fui direto a festa, e sim a casa de um colega cujos pais não estavam, e quando saímos de lá alguns estavam cantando e falando alto e eu entrei no táxi com urna garrafa ele plástico cortada ao meio. Alguém tinha misturado cachaça com Coca-Cola, e era impossível tomar um gole sem prender a respiração, e ao descer do táxi eu senti as pernas meio ocas e nessa hora já estavam todos rindo e foi mais fácil entrar e passar o resto da noite encostado muna parede ao lado de uma caixa ele som: eu misturei a cachaça com vodca e um vinho com embalagem de papelão que deixava os dentes roxos e antes das onze já tinha me arrastado até o jardim e procurado um canto escuro e sentado com a pressão baixa e ninguém me acharia ali depois que eu me deixasse cair sem ajuda porque ainda nem conhecia direito os colegas.

Demorou para os colegas perguntarem se eu era judeu, por que identificar sobrenomes é coisa de pessoas mais velhas e em geral também judias, e o meu não termina em man ou berg ou qualquer desses sufixos óbvios que dá as pistas a quem não sabia onde eu tinha estudado antes. Nas aulas da escola nova o Holocausto era apenas eventualmente citado entre os capítulos da Segunda Guerra, e Hitler era analisado pelo prisma histórico da República de Weimar, da crise econômica dos anos 30, da inflação que fazia as pessoas usarem carrinhos para levar o dinheiro da feira, e a história dos carrinhos despertava tanto interesse que se chegava ao vestibular sabendo mais sobre como alguém precisa, à ser rápido para que o preço do pão e do leite não subisse antes de passar no caixa do que sobre corno era feito o transporte de prisioneiros para os campos de concentração. Nenhum professor mencionou Auschwitz mais de urna vez. Nenhum jamais disse urna palavra sobre É isto um homem? Nenhum fez o cálculo óbvio de que eu com catorze anos naquela época, certamente tinha um pai ou avo ou bisavó meu ou de um primo ou de um amigo de um amigo de um amigo que escapou das câmaras de extermínio.

Não sei se meu avo leu É isto um homem? e se ter vivido o que Primo Levi narra faz com que o livro soe diferente, e o que para um leitor comum é a descoberta dos detalhes da experiencia em Auschwitz para o meu avo era apenas reconhecimento, uma conferência para ver se o que era dito no texto correspondia ou à realidade, ou a realidade da memória do meu avo, e não sei. até que ponto essa leitura como pé atrás tira parte do impacto do relato.

7·

Eu não sei como meu avo reagia ao ouvir uma piada sobre judeus, se algum dia contaram essas piadas a ele ou se ele esteve na mesma sala onde alguém as contava, um coquetel ou jantar ou encontro de negócios em que ele estava distraído e por acaso ou um fiapo de voz ou de riso que remetia à palavra judeu, e como ele reagiria ao saber que foi isso que passei a ouvir aos catorze anos, o apelido que começou a ser usado na escola nova assim que João fez o primeiro comentário sobre a escola anterior, sobre a sinagoga pequena que havia no térreo e os al unos da sétima série que tinham estudado para fazer Bar Mitzvah, e que para mim o apelido teve um significado diferente, e em vez da raiva por urna ofensa que deveria ser enfrentada ou da indignação pelo estereótipo que ela envolvia, os velhos que apareciam em filmes e novelas ele TV usando roupa preta e falando com sotaque estrangeiro e dentes de vampiro, em vez disso eu preferi ficar inicialmente quieto.

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SOME MORE THINGS THAT I KNOW ABOUT MY GRANDFATHER

I started drinking when I was fourteen, after João and I changed schools. I’d had the occasional beer with my father and the occasional glass of wine at some grown up suppers at home, but the first time I got seriously drunk was at a party just after term started. 1 didn’t go straight to the party, but to the house of a classmate whose parents were out and, when we left there, some of the boys were singing and talking loudly. and I climbed into the taxi clutching a plastic bottle cut in half. Someone had mixed cachaça and Coca-Cola, and you had to hold your breath every time you took a swig of it, and when I got out of the taxi, my legs felt hollow and by then everyone was laughing and it was easy enough to spend the rest of the night leaning against a wall next to a speaker. I mixed cachaça with vodka and with some cheap wine that stained your teeth purple, and by eleven o’clock I’d crawled out into the garden and found a dark corner where I sat, feeling rather weak, and where no one would find me once I’d slid helplessly to the ground, because I still didn’t really know any of my classmates.

It was a while befare my classmates asked if I was Jewish, because identifying surnames is something that only older people and Jews in general do, and my name doesn’t end in man or berg or any of those other telltale suffixes that would have given a clue to anyone who didn’t know where I’d studied before. In the lessons at the new school, the Holocaust was only mentioned in passing as an episode in the Second World War, and Hitler was analyzed through the historical lens of the Weimar Republic, the economic crisis of the 1930s, and the soaring inflation that obliged people to use wheelbarrows to carry their money back from the market, a story that aroused so much interest that you reached the final year of school knowing more about how quick shoppers had to be if they wanted to reach the cashier befare the price of bread or milk went up again than about how prisoners were transported to the concentration camps. Not one of the teachers gave more than a cursory nod to Auschwitz. Not one of them said a word about If This Is a Man. Not one of them made the obvious calculation that a fourteen-year-old like me must have had a father or a grandfather or a great-grandfather or a cousin or a friend of a friend of a friend who had escaped the gas chambers.

I don’t know if my grandfather ever read If This Is a Man or if the fact of having actually lived through what Primo Levi wrote about would have made him read the book differently, whether what was a revelation to the ordinary reader, a detailed description of the whole Auschwitz experience, would have been merely a process of recognition for my grandfather, a matter of checking to see whether or not the book corresponded to reality or to the reality of his memory, and I don’t know to what extent that somewhat distanced reading would reduce the book’s impact.

I don’t know how my grandfather used to react when he heard a joke about Jews, assuming anyone ever told such jokes to him, or if he, as the distracted guest at some cocktail party or supper or business meeting, was ever in a room where someone was telling them and where he might have heard a high-pitched giggle in response to the word Jew–or what his reaction would have been to knowing that this is what happened to me when I was fourteen, that this was the nickname that began to be used as soon as João mentioned our previous school with the little synagogue on the grounds and the seventh-grade students studying for their bar mitzvah, and that the nickname meant something different for me, that instead of feeling angry at an insult that ought to be confronted or indignant at the implied stereotype-the old men all in black and with vampire teeth who used to appear in films and TV soaps–I preferred not to say or do anything, at least initially.

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Noemí Cohen — Socióloga judío-argentina, radicada en España/Argentine Jewish Sociologist and Novelist, living in Spain — “La partida”- una historia judía de Alepo, Siria/”The Departure”-a Jewish story about Alepo, Syria — de la novela “Cuando la luz se va”/From the novel “When the Light Departs”

Noemí Cohen

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Noemí Cohen es escritora argentina (Buenos Aires, 1956). Reside en Madrid. Es abogada y escritora. Exiliada en México durante la dictadura militar. Tras su retorno a Argentina, sus actividades profesionales la llevaron a vivir varios años en Washington. Asesoró en temas sociales a diversos gobiernos, fue funcionaria de la Organización de Estados Americanos (OEA( y consultora de la Organización Internacional del Trabajo (OIT), y del Banco Interamericano de Desarrollo (BID). Fue directora de Relaciones Internacionales de la Biblioteca Nacional de Argentina entre 2003 y 2006. Fue columnista del periódico Miradas al Sur. Noemí Cohen publicado las novelas Mientras la luz se va (2005), La esperanza que no alcanza (201) y Los celebrantes (2022).

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Noemí Cohen is an Argentine writer (Buenos Aires, 1956). She lives in Madrid. She is a lawyer and writer. She was exiled in Mexico during the military dictatorship. After her return to Argentina, her professional activities led her to spend several years in Washington. She advised various governments on social issues, was an official of the Organization of American States (OAS) and a consultant to the International Labor Organization (ILO), and the Inter-American Development Bank (IDB). She was director of International Relations of the National Library of Argentina between 2003 and 2006. She was a columnist for the newspaper Miradas al Sur. Noemí Cohen has published the novels Mientras la luz se va (2005), La esperanza que no alcanza (2013) and Los celebrantes (2022)

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De/From: Cuando la luz se va. Buenos Aires: Editorial Losada, 2005.

“La partida”

La tarde en que Sara le dijo que el día siguiente irían juntos a una tienda en el otro extremo de la Ciudad Vieja a comprar telas para bordar, supo que su madre había aceptado el pedido del primo Jaime; una vida cambiaría y nada podía decir. Desde pequeña, escuchó historias y pareceres sobre el primo que vivía solo desde hacía quince años en la Argentina, un lugar lejano cuyo nombre no podía pronunciar y en donde, se decía en la familia, nadie era pobre. También se decía que el primo era buen mozo, rubio y trabajador; pero era imposible que ella recordara algo, apenas tenía unos meses de haber nacido, cuando él que tenía veinte años, dejó la casa familiar y se fue primero a Francia y luego a Sudamérica.

Sara era viuda y tenía cinco hijos, tres de ellos mujeres, todos nacidos en Alepo. Ella era de Alejandría, había podido ir a la escuela, donde aprendió a leer y escribir y hasta algo de francés. En cambio, sus hijas, un poco por la costumbre del lugar y otro poco por la miseria, no sabían leer y sólo los varones fueron al colegio y hablaban francés. Las chicas se dedicaron a ayudarla en la casa y Elena además aprendió a tallar bronce; hacía armoniosos diseños que luego eran vendidas por el primo Faud en su bazar, al lado de la Sinagoga del shuk.

Cuando Elena comenzó a trabajar, cincelaba en bronce dibujos con símbolos judíos; tenía un gran sentido de la proporción de las formas, pero era analfabeta, y aún no se le había ocurrido que podía dejar de serlo. Años después, ese deseo se transformaría en una obsesión, pero eso es otra historia. En cambio, conoció muy pronto los símbolos de los otros porque los dueños de los bazares vecinos al de Faud pidieron piezas decoradas con diseños islámicos y las representaciones cristianas para vender a cualquier que pasara por las calles del shuk y no sólo a los judíos que salían de la sinagoga.

Al decorar las piezas de bronce con tan diferentes signos, aprendió el sentido de la armonía, supo el arte de combinar las formas, aprendizaje que le permitiría transitar la vida con la placidez de quien sabe que todo es mutable, aceptó algunas virtudes que hacen bueno a quien las tiene. Aunque también aprendió, viendo a su tío Faud negociar con los otros comerciantes, que no siempre eran virtuosas las relaciones con los extraños y menos aún en cuestiones de comercio.

Sara había criado a sus hijos en la tradición y la ética sefardíes; les enseñó a ser solidarios y honestos, a distinguir lo puro de lo impuro, lo limpio de lo no limpio y, por sobre todas las cosas, les habló de la recta razón que guía las acciones de una buena persona. Principios sencillos de aplicar, ayudan distinguir el bien del mal en las cosas concretas de la vida diaria y hacían previsibles las conductas. Transmitió esa herencia de verdades absolutas como si fuera parte de la naturaleza, como los hábitos de comida o higiene; no comer cerdo o no mezclar la carne y leche, descansar por el sábado, lavarse las manos antes de comer y, para las mujeres, ir todos los viernes al hamman; era el orden de su mundo y no se le ocurría que sus hijos lo pensaran distinto.

Al día siguiente de anuncio de la aceptación del pedido de mano, madre e hija comenzaron las caminatas por los barrios de la Ciudad Vieja donde vivían los judíos; en sus callecitas transitadas por camellos y mulas, pobladas por los gritos de los vendedores de habas, de aceitunas o de menta fresca, por las cinco llamados sonidos del almuecín que salían de los minaretes, únicas construcciones sobresalientes en esa laberíntica ciudadela. Subían y bajaban por esos paisajes angostos y polvorientos, debían conseguir todo lo necesario para prepara el ajuar y organizar la partida de Alepo. Elena no sabía que habría de viajar a un mundo tan distinto del suyo. “Alepo, La Blanche”, le decían los franceses a la ciudad, tal vez por sus casas blancas con balcones de piedras talladas en estilo andaluz, o tal vez por vestigios de un nombre que significaba de leche en arameo, herencia de una leyenda que señala a ese sitio como el lugar donde detuvo a ese sitio como el lugar donde se detuvo Abraham para alimentar a su rebaño o tal vez la otra, que cuenta sobre los antiguos de la

La primera salida fue para la casa de Marcos, el hermano mayor de Jaime, a buscar el giro postal enviado desde la Argentina. Les convidaron un té con hojas de menta, muy azucarada, propiciatorio de las dulzuras que le vendrían a la pequeña, según dijeron los parientes, quienes, a pesar de su pobreza, también habían preparado una bandeja de trufas, un manjar de lujo guardado en el sótano para una ocasión que mereciera celebrarse con tal exquisitez. Entre bendiciones y vaticinios de una prole numerosa de hijos varones, aconsejaron a su madre dónde comprar mejor las telas y objetos diversos que serían para el ajuar

Una mañana salieron temprano para ir hasta la avenida principal; en la tienda de un primo segundo compraron la seda blanca para hacer tres camisones y una bata, seda de color curdo para otro, una pieza de lino blanco para confeccionar seis juegos de sábanas y cuatro manteles, lino muy fino color salmón para dos camisones, muchos metros de puntilla blanca, y una pieza color natural de encaje de Bruselas. Otro día fueron hasta el shuk, para ir al negocio de otro primo, donde compraron tres alfombras. A Elena, la que más le gustó fue una que además del tradicional borde de diseños geométricos multicolores sobre un fondo marrón, tenía un centro de rombos recortados en azul y rojo oscuro. Era la más cara y también la que le parecía más linda; pensó en ponerla arriba de un diván de su futura casa. Con las otras dos, cubriría los colchones en los dormitorios; aún no sabía que en el otro lado del mundo las alfombras eran sólo usadas en el piso. Esa alfombra que tanto le gustó tendría el extraño destino trashumante de algunos objetos y sería llevada de ciudad en ciudad, con la impronta de algo portador de buena suerte.

La salida más importante fue ir a la joyería. Deslumbrada, encargó dos anillos de oro, uno con un rubí y el otro con una aguamarina y los aros haciendo juego. Eligió también una pulsera de oro con un ancho broche central en el que se unían cadenas muy finitas y donde se podían agregar otras más que quedaban sostenidas por ese centro. Esa pulsera sería su adorno permanente y fascinaría años después a sus nietas. La verían condimentar las comidas mientras ese oro en movimiento parecería un llamado a la gloria de los sabores inminentes. Como a toda mujer oriental, a Elena le gustaban los brillos y si eran joyas más aún, pero dada la pobreza en la que vivía, sólo le era posible mirarlas en las vitrinas de los negocios, donde quedaban petrificadas como un niño hambriento ante una vidriera de dulces. Con el transcurrir de la vida, su deseo se realizaba con frecuencia, pero las vitrinas de las joyerías le siguieron produciendo siempre ese mismo efecto de encantamiento. Ese día fue distinto, eligió a su gusto mientras sonreía pensado en el ruidito de sus pendientes y en el efecto del brillo en medio de su pelo rojo. Mientras, recordaba los dichos de las mujeres de su familia: si un hombre quiere a su mujer debe regalarle joyas, sobre todo oros, muchos oros, porque él es el protector contra los males. Le gustaba repetir para llamar a la buena suerte: Tocando oro y mirando la luna”.

En cuatro semanas, debía tomar el vapor hacia Marsella, desde donde embarcaría hacia la Argentina. Ese nombre era un sonido sin significado; en cambio, la intrigaba Jaime. Pensaba en él todo el tiempo mientras bordaba las prendas del ajuar disfrutando del rumor de la costura y del contacto del encaje y la seda en sus manos jóvenes estropeadas por el cincel, aún torpes para los trabajos más delicados.

Por la tarde, las mujeres de la familia y las vecinas sacaban sus sillas bajas al patio de la casa grande; repitiendo gestos y dichos que habían visto en sus madres y sus abuelas, se reunían alrededor de la novia para ayudarle en la costura del ajuar. Ella cosía, acompañada en silencio las risas y cuchicheos mientras trataba de encontrarle un rostro a su futuro marido de quien no tenía siquiera una foto. Sentía una mezcla de nostalgia anticipada y alivio; ya no iba a tener tardes de algarabía como ésas, pero se iba a casar con un hombre rico que la esperaba para cuidarla y darle todo lo necesario. El amor llegaba después, repetían desde siempre los dichos familiares, sentencia inapelable para consolar a las niñas ante las bodas arregladas con desconocidos y el miedo de la soledad prematura

No sabía nada de hombres, pero desde pequeña aprendió que el deber de la mujer era cuidar a su marido, cocinarle y darle hijos varones, también alguna mujer. Aunque hacía largo tiempo que Jaime vivía entre los otros, ella pensaba seguramente que era un buen hombre, como los de su familia, a pesar de algunos muy festejador de mujeres u otros entusiastas jugadores de cartas. Ayudaría a ese hombre si había desviado; le habían enseñado que sólo a través de la mujer bendiciones de Dios son concedidas a una casa, y el hogar es bendito cuando la mujer atiende a los destinos de la familia y que el hombre también será bendito y vivirá el doble de los años cuando ame y honre a su esposa.

A sur madres y a sus tías les gustaba repetir que los hombres no podían estar solos. ¿Cómo lavar, planchar o cocinar? Sólo aprendieron a ir al negocio, donde hablaban y, gracias a las palabras, cobraban dinero, Era necesario que tuvieran una mujer al lado para ser buenos, limpios y felices. Si ellas les decían a que ellos les gustaba, les hacían ricas comidas y algunas otras cosas, ellos después cumplían con la voluntad de sus mujeres. Había aprendido a hacer algunas comidas; conocía el placer del sabor al morder la masa crocante de un quipe, la textura aterciopelada del hummus o la dulzura húmeda y crujiente de una baclawa, pero no sabía cuáles serían esas cosas que provocaban risas y murmullos en las tías y en mamá mientras se juntaban en el patio de la casa grande, cuchicheando con complicidad mientras cocinaban para las fiestas, como luego también lo hicieron para preparar el ajuar.

Se iba sola y muy lejos a casarse con un desconocido. Nadie le preguntó si estaba de acuerdo; sólo tuvo permiso para elegir alguna joya, un adorno para su futura casa o una alfombra. Elena creyó que debía hacer algunas preguntas antes de partir, porque cuando estuviera lejos ninguna de las mujeres de la familia podría responderle y, entonces, se atrevió a susurrar que necesitaba sabe cómo era eso de cumplir con el marido para conseguir después todo lo deseado.

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“The Departure”

The afternoon in which Sara told her that the next day they would go together to a shop at the other end of the Old City to buy cloth to embroider, she knew that her mother had accepted the request from Cousin Jaime; her life would change, and she couldn’t say anything. From when she was little, she heard stories and opinions about the cousin who lived alone in Argentina for fifteen years, a faraway place whose name she couldn’t pronounce and where, within they family they said no one was poor. It was also said that the cousin was a good man, blond, a hard worker However, it was impossible that she remembers anything about him, she was barely a few months old, when he, at twenty, left the family home and went first to France and then to South America.

Sara was a widow with five children, three of them women, all of them born in Alepo. She was from Alexandria, had been able to go to school, where she learned to read and write and even some French. On the other hand, her daughters, in part because of the customs of the place and another part because of poverty, didn’t know how to read and only the boys went to school and spoke French. The girls dedicated themselves to help her at home, and Elena learned how to engrave bronze; harmonious designs that were then sold by Cousin Faud in his Bazar, at the side of the Synagogue of the shuk

When Elena began to work, she engraved bronze pictures with Jewish symbols; she had a fine sense of the proportion of the forms, but she was illiterate, and it had never occurred to her that she could begin to stop being so. Years later, this desire would be transformed into an obsession, but that’s another story. Instead, the quickly learned the symbols of the others, as the owners of the bazars neighboring Faud’s asked for pieces decorated with Islamic designs and Christian representations to sell to anyone who passed through the streets of the shuk and the not only to the Jews leaving the synagogue.

Decorating the pieces of bronze with such different signs, she learned a sense of harmony, she learned the art of combining forms, an apprenticeship that allow her to go through life with the calmness of somebody who knows that everything is mutable. She took on some virtues that do well for whoever has them. Although she also knew, watching her cousin Faud negotiate with the other merchants, who were not always virtuous in their dealings with strangers, even less when dealing with business.

Sara had raised her children in the Sephardic tradition and ethics; she taught them to be caring and honest, to distinguish the pure from the impure, and most of all, she spoke to them of the upright reason that guides the actions of a good person. Simple principles to apply, they help in distinguishing the good from the evil in the concrete things of daily life that guide the actions of a good person and made conduct to be expected. She transmitted that inheritance of absolute truths as if it was part of nature, like the habits of food and hygiene, to not eat pork or mix meat and milk, rest during the Sabbath, wash hands before eating, and for the women, to go every Friday to the hamman; it was the order of her world and it never occurred to her that her children might think differently.

The first outing was to Marcos’ house, Jaime’s older brother, to seek the postal order sent from Argentina. They invited them to have tea with mint leaves, heavily sugared, propitiatory to the sweets that would come to the little one, according to what her relatives said, who, despite their poverty, also had prepared a tray of truffles, a luxury food kept in the basement for an occasion that merited that was worthy of a celebration with such a delicacy. Between prayers and predictions from numerous offspring of boys, the advised her mother where to better buy the cloths and various objects that would be for the dowry.

One morning, they left early to go as far as the principal avenue; in the store of a second cousin, they bought the while silk to make three nightgowns and a bathroom, Kurdish-colored silk for another, a piece of white linen to sew into six pairs of sheets and four tablecloths, salmon-colored fine linen, and a piece of natural-colored Belgian lace. Another day, they went as far as the shuk, to negotiate with another cousin, where they bought three rugs. Elena liked best the one that went beyond the traditional borders of geometric design of multi-color geometrical designs on a maroon base, it had a center of uneven diamonds in blued and dark red. It was the most expensive and it also was the prettiest, she intended to put it above a couch in her future home. With the other two, she would cover the mattresses in the bedrooms; she did yet know that in the other side of the side of the world, rugs were used only on the floor. That rug that she liked so much, would have the strange human nomadic destiny that some objects do, and would be carried from city to city with the imprint of something that carries good luck.

The most important trip was to the jewelry store. Dazzled, she ordered two gold rings, one with a ruby and the other with an aquamarine and earrings to match, she also chose a gold bracelet with a wide central clasp in which brought together very fine chains and where she could add others that were held by the center. That bracelet with be her permanent adornment and years later would fascinate here granddaughters. They would see her season the dinners while that gold in movement seemed a call to the glory of the imminent flavors. Like all Eastern women, Elena loved sparkles, and if they were jewels, so much the better, but given the poverty in which she lived, it was only possible for her to look at them through store windows, where they remained petrified, like a hungry child before a store window of candy. With the passing of life, her desire was frequently fulfilled, but the jewelry store windows always produced in her the same feeling of enchantment. That day was different. She chose as she pleased, while she smiled thinking about the little sounds of her pendants and the effect of the shine in the middle of her red hair. Meanwhile, she remembered the sayings of the women of her family. If a man loves a woman, he ought to give her jewels, especially gold ones, lots of gold one, because he is the protector against evil. She liked to repeat to call for good luck: Touching gold and looking at the moon.

In four weeks, she had to take the steamship to Marseille, from which she would embark for Argentina. That name was a sound without meaning; in contrast, Jaime intrigued her. She thought about him all the time, while she sewed the clothing for the dowry, taking advantage of the sounds of the sewing and the contact with the lace in her young hands, damaged by the chisel, still awkward for contact of the lace, still clumsy for the most delicate jobs.

In the evening, the women of the family and neighbors, took out their low chairs to the patio of the great house; repitiendo gestures and saying that they had seen in their mothers and their grandmothers gather around bride to help her with the sewing of the dowry. She sewed, accompanied in silence the laugher, and whispering, while she tried to find the find a face for her of her future husband of whom she didn’t even have a photo. She felt a mixture anticipated nostalgia and relief; she still wasn’t ready. She still wasn’t ready to have an afternoon of rejoicing, like those, but she was going to marry a rich man who was waiting to take care of her and give her everything necessary. Love comes later, the family sayings repeated from time immemorial, a unappealable maxim to console the girls before arranged marriages with unknown men and the fear of premature solitude.

She knew nothing about men, but since she was a little girl, she learned that the responsibility of her husband, cook for him ad give him male children, also a girl. Although Jaime had lived a long time among others, she thought that surely, he was a good man, like those of her family, despite some who played around with women or others who played cards too much. She would help that man is he had strayed; they had taught her that only through the woman are God’s benedictions conceded to a home, and it is blessed when the woman attended to the future of the family and the man will also be blessed and will live twice the number of years when he loves and honors his wife.

Her mothers and her aunts liked to repeat that men can’t live alone. Wash, iron or cook? The only learned to go to business, where they talked. And thanks to their words, earned money. It was necessary that they had a woman at their side in order to be good, clean and happy. If they said to them what they wanted to hear, made them delicious dinners and some other things, they will then go along with the will of their wives. She had learned to make some meals; she knew the pleasure of taste, when biting into the crispy dough of a quipe, the velvety texture of hummus or the damp and crunchy sweetness of baklava, but she didn’t know what those things that provoked laughter and murmurs among the aunts and mama, could be, when they got together on the patio of the big house, gossiping with complicity while they were cooking for parties, and then they did so while preparing the dowry.

She was going alone and very far to marry and unknown man. No one asked her if she agreed; she only had permission to choose a jewel, an adornment for her future house or a rug. Elena believed that she should ask some questions before leaving, because when she was far away, none of the women of the family could answer her and then, she dared to sigh that she needed to know about how to fulfill her husband, so to obtain all that was later wished for.

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Libros de Noemí Cohen/Books by Noemí Cohen

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Marcelo Birmajer–Novelista judío-argentino/Argentine Jewish Novelist”– “Un hombre rico”/”A Rich Man” — Un capítulo sobre la comida y la ambición/A chapter about food and ambition–de la novela “El club de las necrologías”/from the novel “The Necrology Club”–

Marcelo Birmajer

Polifacético autor argentino, Marcelo Birmajer es novelista, escritor de cuentos, periodista cultural, ensayista, escritor de relatos, autor teatral, humorista, traductor… algunos de sus guiones cinematográficos han recibido premios com el Oso de Plata o el Premio Clarín. Como periodista, ha colaborado en numerosos periódicos y revistas de habla hispana.

En su vertiente como novelista, Birmajer se caracteriza por tratar frecuentemente temas y personajes judíos (ese era su origen), con finas descripciones y con gran sentido del humor. En la periodística, sus ensayos y artículos, están muy bien documentados y analizados con rigor.

Birmajer ha recibido varios premios, entre ellos el White Ravens, traduciéndose sus obras a varios idiomas.

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Multifaceted Argentine author, Marcelo Birmajer is a novelist, short story writer, cultural journalist, essayist, short story writer, playwright, humorist, translator… some of his film scripts have received awards such as the Silver Bear or the Clarín Award. As a journalist, he has contributed to numerous Spanish-language newspapers and magazines.

In his novelist side, Birmajer is characterized by frequently dealing with Jewish themes and characters (that was his origin), with fine descriptions and with a great sense of humor. In journalism, his essays and articles are very well documented and rigorously analyzed.

Birmajer has received several awards, including the White Ravens, and his works have been translated into several languages.

Marcelo Birmajer. El Club de las Necrológicas. Buenos Aires: Sudamericana, 2012, pp. 17-24.

UN HOMBRE RICO

Genaro se había hecho rico por su propia cuenta. Provenía de un sólido hogar de clase media, a su vez levantado de la nada por su padre. Pero él había llegado a ser un hombre rico, desahogado, con la capacidad de decidir qué día y en qué momento trabajar; su poder, sus contactos, eran logros exclusivamente personales. De hecho, representaban una ruptura con la vida esforzada y fatigosa de su padre y su madre.

El abuelo paterno, Jacinto Dabar, aunque recibía el mote de “turco” como cualquier sefaradí, provenía de Siria, específicamente de Damasco. Había dejado una esposa allá, y consiguió otras dos en la Argentina. A sus dos familias mantenía vendiendo exquisiteces orientales en un carrito ambulante—con la inscripción “Maijlef”–: lasamachín, kipe, murrak, bureka, kedaife. Cuando la esposa siria llegó a reclamar su parte, la sumó a pensionadas.

Como a la abuela de Gernaro, Raquel, y la otra esposa, Manuela—ambas judías sefardíes–, Jacinto las había conocido al mismo tiempo, no había prioridades ni bastardos; o todos eran legítimos o ninguno era. Pero mientras que los hijos de Manuela eran cinco, Lázaro era el único. Raquel dio ese único hijo sin dificultades; pero como si el vientre hubiera advertido antes que la propia mujer con quién ella se había casado, luego de Lázaro se tornó yermo.

De modo que Jacinto consideró que Manuela y su prole precisaban una casa; mientras que Raquel y su hijo, Lázaro, podrían vivir en un conventillo. Todos habitan en el barrio de Flores. Lo que inicialmente podría haber parecido una desventaja, en ningún caso un desprecio, para Raquel y Lázaro, acabó siendo un privilegio: porque cuando llegó la esposa siria, Menesa (al menos ese era su nombre en la Argentina), con sus dos hijos, Jacinto no tuvo más remedio que ubicarla en la misma casa que ocupaban—literalmente ocupaban, en el sentido de que no le pertenecía a Jacinto ni pagaba legalmente un alquiler–, Manuela y sus cinco hijos. Allí Jacinto dormía noche por medio, y hacía uso indiscriminado de sus dos esposas, confundiéndoles el nombre. Era bueno con los chicos.

Hasta Genaro recordaba con cariño a su abuelo, por los pocos años que lo tuvo cerca; el olor a almíbar en sus manos, los dedos parecían otra masita oriental. Sus abrazos delicados y sus palabras en ladino. Pero Lázaro lo odiaba. Le había dado una infancia horrible. Escapando a Siria cuando su nieto tenía cinco años, Jacinto abandonó en la Argentina a sus tres esposas y sus tantos hijos. Y el carrito.

En el 48, más corrido por las turbas de Damasco que por sus propias ganas, alcanzó fronteras con del recién nacido Israel, fue uno más de los 6.000 muertos, el uno por ciento de la población judía, caídos en la guerra de Independencia. Pero ni siquiera esta muerte permitió a Lázaro reconciliarse al menos con el recuerdo de su padre, su cerebro y corazón se dedicaron a una única aventura: conseguir una casa propia.

Aunque Lázaro nunca lo explicitó, el oficio que asumió—un verbo, para el caso, más adecuado que “eligió—era indudable una herencia paterna.

Trabajó de cadete de peleteros afortunados, de los textiles de las calles Nazca y Avellaneda, fue repartidor de diarios, y llegó a atender un negocio en el Once. En el Once conoció sus dos únicas certezas: el barrio en el que quería alzar su casa, y la mujer con la que deseaba pasar la vida.

Genoveva era blanca, tranquila, inteligente, pero no iluminista, con sentido común, de escondida sensualidad, nada ostentosa, ama de casa que no negaba su feminidad puertas adentro. Lázaro repitió durante medio siglo que Dios le había quitado como hijo se lo había dado como marido. Los padres de Genoveva efectivamente provenían de Smirna, Turquía, y eran más ilustrados que los de Lázaro. Pero el empuje, la fuerza, el tesón con que Lázaro persiguió sus obsesiones—su casa, su mujer, su barrio–, no podía ser opacado por libros ni jerarquías; ni siquiera por generaciones. Aunque le hubiera gustado llevar un destino profesional, arquitecto o ingeniero, una tarde de lluvia, todavía trabajando en el Once y viviendo en un departamento alquilado en Floresta, con Genoveva ya casados, ella cocinó lasmashín por primera vez como esposa, el aroma convocó a unos vecinos y nació lo que con el tiempo llegaría a llamarse El Imperio de Sefarad.

Por motivos no aclarados, Lázaro heredó el carrito de Jacinto. Pero no lo quiso conservar, y lo vendió a un botellero. En cambio, como ya se dijo, sin reconocerlo, se quedó con el oficio. Primero se encargó de comprar las materias primas para Genoveva y ella vendía, en casa, a los vecinos, que se acercaban a la ventana. Pero a Lázaro no le gustaba que su esposa entrara en contacto, a solas, con tantos extraños. La fama de los lasmashín crecía, y Genoveva no daba abasto. Lázaro consiguió trabajo en un puesto de diarios, casi por el mismo dinero que le pagaban en el negocio de tela, también en el Once, con la ventaja de atender el kiosko de tres de la mañana a doce del mediodía, y llegar a casa para trabajar codo a codo con Genoveva. Con este nuevo arreglo, el matrimonio apostó por más: kedaífes. A pedido del público, extendieron el repertorio a todo lo que había vendido Jacinto: kipe, murrak, bureka. Ya estaba todo inventado. No sin ávergüenza, Lázaro se vio obligado a comprar un carrito; con alegría contrató un cadete. Entonces abandonó el puesto de diarios, pero no su sueño de vivir en el Once.

Le pusieron El Imperio de Sefarad. Existe una pizzería, clásica de los judíos askenazíes de Villa Crespo, llamada Imperio también. Allí coinciden los judíos comunistas y los cuentapropistas, que inicialmente festejaron juntos la creación de Israel, y luego en 1956, cuando la URSS se puso hostil contra el estado judío, y mucho más de lo que ya era contra los judíos en general, se separaron. Pero el Imperio de Canning y Corrientes continuó como territorio neutral, alternándose los días de visitas los judíos pro-soviéticos y los judíos a secas.

Lázaro quiso abrir su propio Imperio, donde coincidirían todos los judíos sefaradíes, sin distinción de ideas ni orígenes, lo mismo los turcos, incluso libaneses, franceses e italianos. Lo consiguió por varios motivos: en primer lugar, que no hubo entre los judíos sefardíes ninguna zanja ideológica como la que, desde el Exilio hasta nuestros días, atenazaba a los judíos de la Europa fría, neuróticos y autodestructivos.

Cuando fue posible, frizó sus maravillosos productos, y los kipes viajaron a las provincias del Norte, en micros, igual que las telas y las ropas confeccionadas en los talleres de Flores, Floresta y el Once. Los vecinos de Flores y Floresta, y los del Once y Villa Crespo, sin distinción de orígenes, acudieron a la casa-despensa de Flores, que muy pronto dejó de ser casa y permaneció hasta el final como despensa y restaurante de parado, con dos empleados, más Genoveva y Lázaro: El Imperio de Sefarad.

Genero nació en el Once, en la calle Tucumán, entre Agüero y Anchorena, justo al frente al club Macabi—del que lo nombraron socio vitalicio y al que concurría hasta los 15 años–, el día que sus padres se mudaron. Lázaro nunca dejó de considerar un milagro el nacimiento de su primogénito el mismo día que concretaba su anhelo de casa propia en el Once. Genero, en la adultez, reacio a aceptar la mística de su nacimiento, afirmaba: “Un milagro es una casualidad vista por un creyente.”.

Genaro nació literalmente en casa, y Genoveva fue asistida por una de las señoras de la limpieza y un médico del club Macabi.

En ese momento, en Floresta, en El Imperio de Sefarad, los comerciantes comían de pie, acodados en unos pocos tablones de fórmica, durante la pausa del almuerzo.

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A RICH MAN

Genero had become rich by his own means. He came from a solid middle-class home, in turn built from nothing by his father. But he had become a rich man, comfortable, with the ability to decide what day and at what moment to work; his power, his contacts, were exclusively personal achievements. In fact, they represented a rupture from the hardworking and exhausting life of his mother and father.

His paternal grandfather, Jacinto Dabar, even though he had the nickname, “Turk,” like any Sephardic Jew, he came from Syria, specifically Damascus. He had left behind a wife there, and he obtained two more in Argentina. He maintained his two families, selling oriental delicacies from a movable cart—with the inscription “Mailef”– lasmachín, kipe, murrak, bureka, kedaife. When the Syrian wife arrived to claim her art, he added her to his pensioners.

As for Genaro’s grandmother, Raquel, and the other wife, Manuela—both Sephardic Jews–, Jacinto had met them at the same time, there were no priorities or bastards; or they all were legitimate, or none was. But while Manuela had five children, Lázaro was an only child. Raquel gave birth to that only son without difficulties, but as if her womb had warned her before the woman herself with whom he had married, after Lázaro, he became impotent.

So that Jacinto considered that Manuela and her offspring required a house, while Raquel and her son Lázaro could live in a tenement house. They all lived in the Floresta neighborhood. What could initially could have appeared to be a disadvantage, though never a slight, ended up being a privilege: because when the Syrian wife Menesa (at least that was her name in Argentina) with her two kids, Jacinto had no choice than to put her in the same house that occupied—literally occupied, in the sense that it didn’t belong to Jacinto nor did he legally pay rent–. By Manuela and her five children. Jacinto slept there for half a night, and he made indiscriminate use of his two wives, confusing their names. He was good with the children.

Even Genaro remembered his grandfather with affection, for the few years that he had him nearby; the smell of syrup on his hands, the fingers that seemed to be another oriental pastry. His delicate arms and his words in Ladino. But Lázaro hated him. He had given him a horrible childhood. Escaping to Syria when his grandchild was five, Jacinto abandoned his three wives and their numerous children. And the cart.

In 1948, kicked out by the mobs of Damascus more than by his own wishes, he reached the borders of the recently born Israel, he was one of the 6,000 dead, one per cent of the Jewish population, fallen in the war of Independence. But not even that death allowed Lázaro to reconcile himself even with memory of his father, his brain and heart were dedicated to one adventure: getting his own house.

Although Lázaro never explicitly stated it, the trade that he assumed—a verb, for the case, more fitting that “chose”—was undoubtably a paternal inheritance.

He worked as an errand boy for fortunate furriers, of the textiles of Nazca and Avellaneda Streets, he was a newspaper deliverer and he ended up looking after a business in Once. In Once he encountered his two things, he was certain of: the neighborhood where he wanted to build his house and the woman with whom he desired to spend his life.

Genoveva was white, tranquil, intelligent, but not illuminist, with common sense, of hidden sexuality, not at all ostentatious, housewife who didn’t deny her femininity behind closed doors. Lázaro repeated for half a century that what God had taken away from his boyhood, He had given it back as a husband. Genoveva’s parents, indeed, came from Smyrna, Turkey, and were more cultured than Lázaro’s. But the spirit, the force, the determination with which Lázaro pursued his obsessions–his house, his wife, his neighborhood–, couldn’t be obscured by books or hierarchies, not even by generations. Although he would have liked to follow a professional destiny, architect, engineer, one rainy afternoon, still working in Once and living in an apartment in Floresta, already married to Genoveva; she cooked lasmashín for the first time as a wife, the aroma brought forth a few neighbors y was born the which with time would be called El Imperio de Sefarad. [The Empire of Sepharad.]

For reasons that were not clear, Lázaro inherited the food cart from Jacinto. But he didn’t want to keep it and he sold it to a junkman. On the other hand, as has already been said, without recognizing it, he already had with a trade. First, he took charge of buying the raw material for Genoveva, and she sold, at home, to the neighbors, who came up to the window. But Lázaro didn’t like the idea that his wife come in contact, alone, with so many strangers. The fame of the Lamashín grew, and Genoveva couldn’t keep up. Lazaro found a job at a newspaper stand tant paid him almost as much as the fabric store, also in Once, with the advantage of looking after the kiosk from three in the morning to twelve noon and arrive home to work along side Genoveva. With this new arrangement, the couple went further: kedaifes. On public demand, they extended their repertory to include everything that Jacinto had sold: kipe, murrak, bureka. Everything was in place. It was not without embarrassment that Lázaro saw himself obligated to buy a food cart; with joy, he hired an assistant. Then I left the news stand, but not his dream to live in Once.

They named it the Imperio de Sepharad. A pizzeria existed, typical of the Ashkenazi Jews of Villa Crespo, also called Imperio. There, the Communist Jews and those of the opposition, who initially celebrated the creation of Israel, and later in 1956, when the USSR became hostile to the Jewish State, and much more than it was already against towards Jews in general, they separated. But the Imperio of Canning and Corrientes continued as neutral territory, alternating the days open to the pro-Soviet Jews and the rest of the Jews.

Lázaro wanted to open his own Imperio, where all the Sephardic Jews would meet, without distinction of ideas or origin, the same for the Turks, including Lebanese, French and Italians. He achieved that for various reasons: in the first place because, among the Sephardic Jew, there was no ideological divide like that since the Exile to our times, tormented the Jews from the cold Europe, neurotic and self-destructive.

Whenever possible, they froze their marvelous products, and the kipes traveled in small buses, the same as the fabrics and clothing made in the workshops of Flores y Floresta, and those of Once and Villa Crespo. The neighbors of Flores and Floresta, and those of Once and Villa Crespo, of every background, came to the home-dispensary in Flores, so that soon it ceased to be a home and remained until the end as a dispensary and restaurant in which on stood, with two employees, plus Genoveva and Lázaro: El Imperio de Sefarad”.

Genero was born in Once, on Tucumán Street, between Agüero and Anchorena, right in front of the Macabí Club—to which they named him a life-time member and to which he went until he was 15–, the day that his parents moved. Lázaro never ceased to consider it a miracle the birth of his first-born son on the same day that he fulfilled his desire for his own home in Once. Genero, as an adult, unwilling to accept the mysticism of his birth: affirmed “a miracle is a coincidence viewed by a believer.”

Genero was literally born “at home.” And Genoveva was aided by a series of cleaning ladies and a doctor from the Macabí Club.

At that moment, in Floresta, in the Imperio de Sefarad, businessmen ate standing up, bent over a few thick planks of formica, during the lunch break.

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Algunos libros de Marcelo Birmajer/Some Books by Marcelo Birmajer

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Andriana Armony — Romancista brasileña-judaica/Brazilian Jewish Novelist –“Judite no País do Futuro/”Judith in the Country of the Future” — de história e amor/of history and love

Adriana Armony

Adriana Armony nasceu no Rio de Janeiro. É escritora, professora do Colégio Pedro II e doutora em Literatura Comparada pela UFRJ, com a tese “Nelson Rodrigues, leitor de Dostoiévski”. Publicou, pela Editora Record, os romances Estranhos no aquário (2012), Judite no país do futuro (2008) e A fome de Nelson (2005), e organizou, com Tatiana Salem Levy, a coletânea Primos (2010), da qual também participou com um conto. O romance Estranhos no aquário foi contemplado com a Bolsa de Criação Literária da Petrobras.

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Adriana Armony was born in Rio de Janeiro City. She has three novels published by Editora Record: Strangers in the Aquarium (2012), Judith in the Future Land (2008), and Nelson’s Hunger (2005). In 2010, she received an award in Creative Writing by Petrobras, a Brazilian Company renowned for their support to the Brazilian arts and culture. Adriana also co-edited Cousins: stories of Jewish and Arab heritage (2010), a collection of fictional short stories by Brazilian writers about their Jewish and Arab background. Besides her life as a writer (and passionate reader), Adriana teaches Brazilian Literature at Colégio Pedro II, a prestigious State school in Rio de Janeiro. She has a PhD in Comparative Literature, and is a member of the Centre for Jewish Studies of Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ)

https://adriarmony.wordpress.com/

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Adriana Armony. Judite do país do futuro. Rio de Janeiro: Record, 2008, 195-200 or 2003.

Dois corpos enlaçados, pálios e rígidos. Ele compôs-se solenemente para a morte; calça marrom-escura, camisa marrom-clara, gravata preta. Deitada de lado, envolta num penhoar estampado com ramagens, ela encosta-se no seu ombro, segura carinhosamente as mãos entrelaçadas. Suicídio, não havia dúvida. Mas seria possível?

No caminho para a casa de Judite, João costumava comprar os jornais vespertinos, que lia enquanto esperava Salomão chegar. Ultimamente longos períodos de silêncio pesavam entre ele e Judite, e o jornal fornecia uma proteção íntima e reconfortante para os dois. João relé as manchetes daquela terça feira, 24 de fevereiro: dois navios nacionais foram bombardeados por submarinos alemães; Stefan Zweig, o escritor de Brasil, país de futuro, matou-se, com sua esposa Lotte, em Petrópolis, onde será sepultado. O nazi-fascismo estava fazendo suas primeiras vítimas no Brasil; mais cedo o mais tarde, a declaração de guerra seria inevitável.

Apesar de tudo, era difícil entender. Um escritor de sucesso, que conseguira escapar das garras do nazismo, tinha o direito de se matar? Por que ele se suicidara? Por que arrastara a mulher com ele? Era aquilo o verdadeiro amor? “Parece que ele morreu antes dela… foi necessário forçar aquele corpinho para coloca-lo no ataúde… O rosto da mulher estava deformado” –foram as palavras da poeta Gabriela Mistral, que um repórter registrara. E havia detalhes que impressionavam. A mobília era quase indigente: duas camas de solteiro, encostadas uma na outra; dois criados-mudos com abajures baratos, um pão mordiscado, uma caixa de fósforos vazia, uma garrafa de água mineral.

Uma vez ouvira que é bela a morte voluntária. Que a vida escolhe por nós, más a morte nós somos nós que escolhemos. Em Os irmãos Karamazov, Kirilov se mata para competir com Deus. Lembrou dos versos de Manuel Bandeira: “Muitas palmeiras se suicidaram porque não viviam num píncaro azulado.” João não queria morrer. Ah, se fosse um escritor famoso, si tivesse uma mulher que o amasse… ou se as mulheres o cercassem de mimos, disputassem o seu autógrafo (havia tantas mulheres bonitas), soltassem suas risadinhas excitadas, então seria feliz! Estava sendo fútil, pensou envergonhado, mas não podia evitar que o grito se erguesse dento de ele: estava vivo! E, para apaziguar sua excitação, forcou-se a pensar nos corpos amarelos e gelados.

Iria até Petrópolis. Quem sabe se voltaria? Prestaria a última homenagem a Zweig, y depois iria para o Rio. Estava perdendo tempo ali, na barra da saia de uma mulher casada. Coisas graves aconteciam, histórias de amor e morte. Era por acaso um adolescente? Apalpou o bolso, retirou uma folha amarrotada. Há dias levava aquele poema que escrevera pensando em Judite. Escrevera-o como que possuído, depois de ler o Cântico dos Cânticos, e não tinha sequer coragem de relê-lo, quanto mais de mostra-lo a Judite. Como ia partir, já podia fazê-lo. Mas era impossível que ela o lesse na sua presença, de modo que era preciso rabiscar algumas palavras com algumas instruções técnicos para ser cortejada sem se sujar”, pensou, como raiva. Mas também ele não era um cobarde? Temia ou admirava Salomão, o justo? Ou será que era ela dela que tinha.

Ali estava um restaurante que costumava frequentar. Certamente poderia sentar-se por alguns instantes e escrever, enquanto bebericava alguma coisa. Pegou um guardanapo. “Judite, deixo-te este poema como doce lembrança dos nossos dias.” Era ridículo aquele tom nostálgico. Riscou tudo, escreveu: “Por favor, leia, mas não ria de mim.” Aquela ambiguidade era servil demais. Seria melhor fingir um interesse puramente literário: “Espero que goste deste poema.” Numa súbita inspiração, acrescentou, ressentido: “Junto com Zweig, alguma coisa também morreu entre nós.” Meu Deus, nada tinha acontecido entre eles! Certamente, devia a ser tudo uma fantasia… Rabiscou a última frase e escreveu diretamente no verso do envelope onde enfiara o poema: “Sigo hoje para a casa de parentes em Petrópolis e deixo-lhe este poema como lembrança e tributo ao nosso amor pela Literatura.” Nenhuma acusação, uma ambiguidade viril: o tom estava correto. E, embora fosse improvável que Judite fosse procurá-lo, lá estava a indicação do local onde ele poderia ser encontrado. Si ela quisesse, não seria difícil descobrir onde ficava a casa a dos Ramalho, bastante conhecidos na cidade.

João bate na porta, ele atendo. Percebe imediatamente que houve algo extraordinário. Ele não deixa espaço para dúvidas.

— Stefan Zweig se matou!

–O que você está dizendo! –Judite, com a mão diante da boca.

–Ele e a mulher fizeram um pacto de morte. Ingeriam veneno e morrerem abraçados. Vão ser enterrados amanhã em Petrópolis.

–Mas por quê?

“Ele não tinha direito”, Judite está pensado. “Tantos queriam viver e morreram.” E depois: “Só os mortos não morrerão.”

–Ninguém sabe.

–Todos aqueles homes e mulheres torturados, veraneando solitários naqueles hotéis… Talvez ele fosse assim. Mesmo não sendo pego pelos nazis, mesmo morando aqui no Brasil, continuou sofrendo.

–Lá em Petrópolis ele podia continuar escrevendo, podia esperar a paz… Mas até aqui em Brasil!

— Todo aquele mundo abafado… Ele não podia suportar o calor. A gente vê isso nos livros dele.

–Esqueci de dizer: mais dois navios brasileiros foram torpedeados

–Ah, meu Deus, a guerra está chegando perto de nós! Será que agora finalmente vai ficar contra os alemães? Salomão precisa saber disso.

–Já deve saber, as notícias já devem ter chegado ao armazém. – Faz uma pausa, olha sério para Judite, — Escuta—ele nunca tinha falado nesse tom com ela–, você muitas vezes me criticou porque nunca mostrei nada que tinha escrito. Dessa vez eu trouxe um poema, mas, por favor, só você pode ler. –Ele Ile estende um envelope onde se pode ler algo escrito numa letra miúda e vai recuado até a porta. O seu rosto parece emitir uma luz estranha.

–Não vai esperar Salomão?

–Não, hoje não. Estou com pressa.

Quando a porta se fecha, Judite percorre com o olhar o dorso do envelope: “Sigo hoje a casa de parentes em Petrópolis e deixo-Ihe este poema como lembrança a e tributo ao nosso amor pela Literatura.” Rasga o envelope e lê, de pé, aproveitando que Salomão não chegou e as crianças estão com Dorinha. . .

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Adriana Armony. Judite do país do futuro. [judite in the country of the future.] Rio de Janeiro: Record, 2008, 195-200 or 2003.

Two bodies fit together, pallid, and rigid. He was solemnly positioned for death; dark-brown pants, light-brown shirt, black tie. Lying beside him, wrapped in dressing gown printed with boughs and trees, she reclined on his shoulder, lovingly secure, the hands inter-laced. Suicide, the was no doubt. But could it be possible?

On the way toward Judite’s house, João customarily bought the evening’s newspapers, that he read as waited for Salomão to arrive. Lately, long periods of silence weighted on him and Judite, and the newspaper furnished a and intimate and comforting protection for the two of them. João reread the headlines of that Tuesday, February 24: two Brazilian ships were bombed by German submarines; Stefan Zweig, the author of Brazil, the Country of the Future, killed himself, with his wife Lotte, in Petrópolis, where they would be buried. The Nazi-fascism was taking its first victims in Brazil; but sooner or later, a declaration of war would be inevitable.

Despite everything, it was difficult to understand. A successful author, who had been able to escape the claws of Nazism, had the right to kill himself? Why did he commit suicide? Why did he drag his wife with him? Was that true love? “It appears that he died before she did… It was necessary to force that bodice to fit it into the casket… The face of the woman was deformed,”were the words of the poet Gabriela Mistral, that a reporter noted. And there were details that were touching. The furniture was almost indigent: two single beds, set one next to the other; two night tables with cheap lamps, bread that had been partially eaten, an empty box of matches, a bottle of mineral water.

Once, he had heard that a voluntary death is beautiful. That life chooses for us, but for our death we are the ones who choose. In The Brothers Karamazov, Kirlov kills himself to compete with God. He remembered the verses of Manuel Bandeira: “Many palm trees commit suicide because they don’t live on a sunny hill.” João didn’t want to die. Ah, he would become a famous writer, if he had a woman who loved him… or if the women would surround him with delight, fight over his autograph (there were so many pretty women), let out excited laughter, then he would be happy! He was being shallow, he thought, embarrassed, but he couldn’t keep back a shout that was rising inside of him: he was alive. And to quiet his excitement, he forced himself to think about yellow and frozen bodies.

All those tortured men and women spending the summer alone in those hotels… Perhaps he was like that. Just like not being caught by the Nazis, just like dying here in Brazil, he continued suffering.

“There in Petrópolis he could continue writing, he could wait for the peace… But until it is here in Brazil!

“All that sweltering world…He couldn’t tolerate the heat. People see this in his books.

“I forgot to say that two Brazilian ships were torpedoed.”

“Oh, my God, the war is coming close to us! Will it be that here finally they are going to concentrate on the Nazis? Salomao needed to know of this.

He would go to Petrópolis. Who knows if he would return? He would make his last respects to Zweig, and then her would go toward Rio. He was wasting time here, tied to the skirts of a married woman. Serious things happen, stories of life and death. Was he by any chance an adolescent. For days he had been perfecting that poem that he was writing for Judite. He wrote like someone possessed, after reading the Song of Songs, and he hadn’t had the courage to reread it, much less show it to Judite. As he was leaving, he could still do it.

t would be impossible to do so. But it was impossible that she read it in his presence, so that he must scribble some words with some technical instructions that would court her without embarrassing himself, he thought angrily. But wasn’t he a coward as well? Did he fear or admire Solomão, the just? Or would it be that she was the one who was afraid?

João knocked on the door, he waited. He

Immediately perceived that something extraordinary was going on. That was without a doubt.

“Stefan Zweig killed himself!”

“Oh, what are you saying?”, reacted Judite, with her hand in front of her mouth.

He and his wife made a death pact. They ingested poison, and they died, embracing each other. They will be buried tomorrow in Petrópolis.

“But, why?”

” He had no right to do it.” Judite was thinking. “So many want to live, and they die. And later: “Only the dead don’t die.”

“Nobody knows.”

-You should now, then news ought to have arrived in the mailbox. He pauses, he looked intensely for Judite, Listen. He had never spoken in that tone with hers. Many times, you have criticized me because I never showed anything I had written. This time I found a poem. But, please, only you can read it.” He reached out to her an envelope where someone could read something written in a child’s script, and he walked backwards toward the door. His face seemed to emit a strange light.

“No, not today. I’m in a hurry.”

When the door closed, Judite looked the back of the envelope: “I’m leaving today for my relatives house in Petrlis, and I leave you this poem as a memory and tribute to our love of literature.” She opened the letter and read, standing, taking advantage of the fact that Salomão hadn’t arrived, and the kids were with Dorina…

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Livros da Adriana Armony/Books by Adriana Armony

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Paula Margules — Novelista y cuentista judío-argentina/Argentine Jewish Novelist and Short-story Writer — “El discurso”: una energética ponencia política/”The Lecture”: a forceful political speech — de la novela “Brújula del sur”/from the novel “Southern Compass”

Paula Margules

Un retrato de Paula Margules

Paula Margules nació en Buenos Aires en 1959. Es licenciada en Relaciones Humanas y Públicas (Universidad de Morón).

Su trabajo:

Pasado. Material con el cual se construye el presente.

Ministerio de Educación de la Nación
Plan de lectura:
Asesor externo: Talleres de fomento de la lectura literaria dirigidos a docentes y alumnos de los niveles de primaria y secundaria. 2009 y 2010.
Asesora externa, responsable de contenidos del Taller Literario a Distancia (Educ.ar). 2008.

Actividades de Paula Margules

Taller Literario del diario “La Razón” en la Feria Internacional del Libro de Buenos Aires
Dirección, (2005 a 2007).

Fundación Avon
Dirección del Taller Literario, 2004 y 2005.

“Cartas desde Buenos Aires”, revista literaria
Miembro del Equipo Asesor y colaborador.
De 2003 a 2008, año en que falleció la fundadora, Victoria Pueyrredon.
Y con él, la publicación.

“revistas”
Revista dominical, columnista, de 2002 a 2005, año en que cerró la publicación.

Actividades que construyen el día a día:
Bravo.Continental
El programa de Fernando Bravo, en esa emisora: am 590 http://www.continental.com.ar
Desde enero de 2017 realizo el ‘Espacio Literario’, un segmento dedicado a incentivar la lectura. Hasta agosto de 2019, la periodicidad era quincenal. A partir de esa fecha es semanal.

“AMIJAI, La Revista de la Comunidad”
Columnista, desde 2001.

Consejo Profesional de Ciencias Económicas
de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires
Miembro del Jurado del Certamen Literario, desde 2007.

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A Portrait of Paula Margules

Paula Margules was born in Buenos Aires in 1959. She has a BA in Human and Public Relations (University of Morón/ en Relaciones Humanas y Públicas (Universidad de Morón).

Past, material with which the present was built:
Ministry of Education of the Nation
Reading Plan:
External advisor: Workshops to encourage literary reading aimed at teachers and students at primary and secondary levels. 2009 and 2010.
External advisor, responsible for contents of the Distance Literary Workshop (Educ.ar). 2008.

Literary Workshop of the newspaper “La Razón” at the International Book Fair of Buenos Aires
Direction, (2005 to 2007).

Avon Foundation
Direction of the Literary Workshop, 2004 and 2005.

“Letters from Buenos Aires”, literary magazine
Member of the Advisory Team and collaborator.
From 2003 to 2008, the year in which the founder, Victoria Pueyrredon, died.
And with it, the publication.

“magazines”
Sunday magazine, columnist, from 2002 to 2005, the year the publication closed.

Activities that build the day to day:
Bravo.Continental
Fernando Bravo’s program, on that station: am 590 http://www.continental.com.ar
Since January 2017, I have been doing the ‘Literary Space’, a segment dedicated to encouraging reading. Until August 2019, the periodicity was fortnightly. From that date it is weekly.
“AMIJAI, The Community Magazine”
Columnist, since 2001.

Professional Council of Economic Sciences
of the Autonomous City of Buenos Aires
Member of the Jury of the Literary Contest, since 2007.

De; Paula Margoles, Brújula al Sur. Buenos Aires; Emecé, 2007.

“El discurso”

La multitud–Pese a todo: Buenos Días. Hoy se cumple un año de la instalación de esta Carpa, y se cumple un mes de la muerte de Walter Villegas, para algunos—entre los que me cuento, —accidentalmente dudosa. El Kadish, la oración que los judíos rezamos por los muertos, es una plegaria de vida, un ruego que pide paz. Por es estoy aquí, ante ustedes, quiero expresar mi rezo laico por la vida en paz, por una suerte mejor para nosotros, los docentes, por el recuerdo de Walter Villegas, un hombre siempre lo intentó.

La multitud lo aplaudió con fuerza, se escucharon cornetazos y algún biombo. David musitó “y tal vez se cansó. O no’” Levantó las manos pidiendo silencio y continuó:

–Soy hijo de la escuela pública como lo fueron mis padres. Y mi abuelo. Una escuela pública era un ejemplo y era orgullo, ejemplo de excelencia y de integración, porque salvo muy breves periodos, en la escuela pública convivíamos los Soifer con los Villegas y los Urdinarrain, los Fernández con los Rigolli. Hoy la situación es muy distinta. Hoy la escuela es marginalidad. Hoy, estamos desde el margen pidiendo por la educación. Hoy vivimos en el margen arañando los renglones para no caernos.

Hubo aplausos, un grito de “bravo” y un larguísimo cornetazo. David insistió con los gestos pidiendo silencio. Un nuevo acople al micrófono sacudió las piedras. Después, dijo:

–Una democracia es grande y suculenta cuando además de ejercer sus ventajas, también se hace cargo de los conflictos que genera su desarrollo. Cuando no se preocupa tanto por llegar, sino que se entretiene más en ir. Una sociedad se va haciendo más democrática en la medida en que cada uno de sus miembros—desde el primero al último, hasta completar la nación toda–. Se responzabiliza por sus acciones cívicas sin delegar esa función. Si la sociedad simula su realidad en lugar de asumirla, prevalece la cultura de encubrimiento; la verdad se transforma en una alusión. Y la alusión siempre tiene un sentido desfigurador, desnaturaliza la magnitud del conflicto. De eso, los argentinos sabemos demasiado.

La gente estalló en aplausos. Comenzaron a caer algunas gotas. David siguió:

Somos un pueblo condenado a la creatividad. Pero si reducimos el presupuesto de esta alternativa a la invención de escusas y de mentiras, nuestra capacidad de crecimiento, de desarrollo, de expansión, será otro renglón en la larga lista de sueños ahogados con la almohada, antes de acostarnos a dormir. Martín Buber, Maestro, uno de los grandes de pensadores de nuestro tiempo, filósofo siempre preocupado por la condición humana, creía que la nacionalidad no puede ser un fin en sí misma. En los primeros años de este siglo turbulento, Buber dijo: “la nacionalidad de un hombre es el único medio por la cual una persona o un pueblo, pueden ser creadores” …

–Cuando la confusión y la locura forman parte de lo cotidianeidad; cuando las pasiones, los intereses propios, se convierten en los únicos argumentos verdaderos; cuando se opta por ignorar la previsible y por desparramar culpas a diestra, siniestra, arriba y abajo, no sea cosa que alguna quede pegada y haya que responder para ella; cuando un complicado arte del esquive lleva a hacerle verónicas cualquier responsabilidad para cederle el paso a toda clase de teorías mefistofélicas; cuando se prejuzga por deporte y se habla por hablar; cuando se inflan virtudes hasta el límite máximo de su potencia, sólo para esconder defectos; cuando blanco significa negro y negro quiere decir colorado y nos perdemos en medio de un cromatismo patético que nos aleja millones de años luz de la armonía del arco iris…

–Cuando el dolor y la impotencia se agitan desde los noticieros, pero se quedan a vivir en la casa de los deudos; cuando se pierde el rumbo que nunca logramos conseguir y andamos por la vida guiados por una brújula del sur; cuando el envenenamiento cotidiano del espanto; la injusticia y la contaminación se aceptan como costumbre; cuando el determinismo se vende en el almacén de cada barrio y resulta difícil hasta lo quimérico defender el derecho a soñar porque la realidad impertinente rompe las ilusiones a hachazos: cuando en este primer mundo—más primitivo que óptimo–, en pleno auge de la libertad del mercado, y de elección, no se puede elegir el puesto al que comprarle la luz, no al feriante que venda más frescas los teléfonos; cuando me resisto a tirar mis horas y mi vida en el agujero de las colas

–Cuando la prepotencia y la soberbia reemplazan a la sencilla y humilde lógica; cuando lo grave no son los hechos, sino su difusión; cuando se alienta la impunidad con tolerancias injustificadas;

Cuando la muerte convierte en dioses a la gente, y una pátina de olvido transforma los errores en aciertos y los delitos en éxitos; cuando la vida deja para más tarde los reconocimientos merecidos;

cuando aparecen ilusiones auditivas, ¿será la realidad que grita y nadie escucha?

cuando se pretende que el opositor signifique enemigo;

cuando la historia se cuenta con mentiras; cuando las reglas están para “los tontos” porque los vivos” las usan para jugar al rango; cuando la gloria de ciertos eventos se confunde con la vanidad de quienes participan en ellos; cuando las antinomias crecen al ritmo acompasado de la estupidez; cuando la opinión vive devaluada y la desmesura de lo apetitos personales priva a todos de opiniones diferentes; cuando el sofismo se convierte en un estilo de vida, y los eufemismos en idioma; cuando se habla de “las últimas consecuencias” como de un epítome perentorio, y no es más que un artilugio indigno para dilaciones que conocen los abismos infinitos del olvido…

–Cuando se hace un culto de la hipocresía, del fanatismo y de la intolerancia, y parece que todo está perdonado, por lo que se infiere que todo está permitido; cuando la única rutina que supimos conseguir es la de perjudicar al próximo, por que el mejor éxito es el fracaso de los demás; cuando la ignorancia se pavonea insolente, las respuestas importan más que las preguntas, y el olvido se impone a la memoria; cuando se dice que todos somos culpables, perdiendo de vista que las generalizaciones disuelve la individualidad, y ya nadie es responsable de nada…

–Cuando la vida es una caminata nocturna en un desierto sin estrellas, entonces duele, duele, duele, hasta la desesperación ser argentino.

La multitud vibraba. El organizador lo abrazó efusivamente. Los altoparlantes repetían: “Gracias”, “Gracias”, Gracias”.

Entre saludos y palmadas, David vio los ojos llorosos de Marta. Entonces no supo que por última vez. En mucho tiempo. Mucho. Demasiado. La gente empezó a gritar, desde un escenario un grupo de docentes pudo ver claramente un remolino de personas que venía girando desde la calle Riobamba. La garúa suave que acompañó el discurso se hizo lluvia intensa. Por detrás del torbellino—cada vez más rápido, más grueso, más voraz–, que se acercaba hacia el escenario desde Congreso estallaron reflejos de una luz amarilla. Ruido intenso, lacerante, polvo, vidrios rotos y gritos. Una bomba.

La gente corrió hacia todos lados, sin dirección, sin orden, como pudo. A lo lejos comenzó a sonar el ulular de las sirenas, los movileros corrían detrás de la gente. Todo fue humo y confusión. En la corrida, se faltó quien aprovechara para apoderarse de alguna carrera. David quedó paralizado, de pie en medio del escenario. Pensó en Walter, en Marta, en Clara y El abuelo mirando todo por televisión. Los docentes lo tomaron de los hombros y lo empujaron para bajar del escenario. No se movió. Todos se fueron. David quedó solo sobre esa tarima dispuesta para el acto, dos palomas volaron cerca de él. Buscó a Marta con la mirada. No la encontró. En pocos minutos la plaza había quedado desierta. Solo palomas volando de un lado al otro, espantadas…

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“The Speech”

The crowd—In spite of everything: Good Day. Today is the first anniversary of this Tent, and it is a month since the death of Walter Villegas, for some—and I am one of them—doubtfully accidental. The Kaddish, that we Jews pray for the dead, is a prayer for the living, a plea for peace. For that reason, I am here today, before you, I want to express my secular prayer for life in peace, for a better situation for all of us, the teachers, in the memory of Walter Villegas, a man that always wished for it.

The crowd applauded him strongly, Cornet blasts and a big drum were heard. David muttered “and perhaps he got tired, Or not.” He raised his hand, asking for silence, and he continued:

“I am the son of the public schools as were my parents. And my grandfather. A public school was an example and a cause for pride, example of excellence and of integration, because, except for very brief periods, in the public school get along together the Soifers, the Villegas, the Urdinarrains, the Fernándezes with the Rigolli. Today the situation is very different. The school has been marginalized. Today, we are at the margin, asking for education. Today we live at the margin, holding onto the lines so we don’t fall.

There was applause, a shout of “bravo” and a long cornet blast. With gestures, David insisted on asking for silence. A new round of feedback from the microphone shook the stones. After that, he said:

“A democracy is great and succulent when, beyond exercising its strengths, also pays attention of the conflicts that generate its development. When you don’t worry so much about arriving, but rather pay more attention to going. A society goes on becoming more democratic to the extent that each one of its members—from the first to the last, until it includes the entire country–. It takes responsibility for civic actions without delegating that function, If the society feigns its reality instead of taking it on, the culture of concealment the truth is transformed into allusion. And the allusion always shas a disfiguring meaning, it denaturalizes the magnitude of the conflict. Of that, the Argentines know too much.”

The people broke into applause. Raindrops began to fall. David continued:

“We are a people condemned to creativity. But if we reduce the budget for this alternative to the invention of excuses and of lies, our capacity for growth, for development, for expansion, will be another line in the long list of dreams suffocated by a pillow, before going to bed. Martín Buber, Maestro, one of the great thinkers of our time, philosopher always worried about the human condition, believed that nationality cannot be an end in itself. In the first years of a turbulent century, Buber said, “a man’s nationality is the only medium through which a person or a people, can be creators’…”

“When confusion and madness form part of everyday life, when passions, personal interests, are converted into the only true arguments, when the choice is to ignore the foreseeable and spread guilt to the right, left, up, down, so that nothing is stuck in place and has to be responded to; when a complicated art of the dodge becomes spinning veronicas, whatever responsibility to let by all sorts of diabolic theories, when one makes prejudgment into a sport and speaks just to speak; when virtues are inflated to the maximum of their possibility, only to hide defects, when whit means black and black means red and we lose ourselves in the middle of that pathetic mixture of colors that the takes us away from millions of years of light of the harmony of the rainbow…

“When the pain and impotence is agitated by the news, but they stay living in their relative’s house; when the direction is lost and we never can get it and we go through life guided by a compass of the south; when the daily poisoning of shock; the injustice and contamination are accepted by custom, when the determinism is sold in the warehouse of every neighborhood and it is difficult even chimerical to defend the right to dream because the impertinent reality breaks up illusions with hatchet blows; when in this first world–more primitive than optimal–, at the full height of the freedom of the market, and of choice, you can’t chose the job with which to buy light/electricity, not the fair-seller who sells telephones on the cheap, when I resist throwing away my hours and my life in the hole of the waiting lines…

“When a cult is made of hypocrisy, fanaticism and intolerance, and it seems like everything is pardoned, from which you infer that everything is permitted, when the only routine that we learned is the prejudice of toward the neighbor, that for which the greatest success is the failure of the others; when ignorance parades around insolently, the answers, the answers are more important than the solutions, and forgetting imposes on memory; when it’s said that we are all guilty, losing sight of the fact that generalizations dissolve individuality, an so nobody is responsible for anything….

“When life is a nighttime walk in a desert without stars, then it hurts, it hurts, it hurts, until desperation to be Argentinean.”

The crown vibrated. The organizer hugged him effusively. The loudspeakers repeated: “Thank you,” “Thank you,” “Thank you.” Among the cheers and applause, David say Marta’s crying eyes. Then he didn’t know that it was for the last time. In a great deal of time. Much time. Too much. The people began to shout, from a stage a group of teachers could clearly see the swirl of people turning toward Riobamba Street. The soft mist that accompanied the speech became a heavy downpour. Beyond the whirlwind—continually more rapid, more wide, more voracious–, that approached the stage from Congreso, exploded reflections of a yellow light. Intense noise, cutting, dull, broken windows and shouts. A bomb.

People ran everywhere, without direction, as they could. In the distance began to sound the wailing of sirens, reporters ran after the crowd. It was all smoke and confusion. In the running. There was no one who could take over any rush. David remained paralyzed, standing in the middle of the stage. He thought about Walter, Marta, Clara, and the grandfather watching on television. The teachers took him by his shoulders, and they pushed him to come down from the stage. He didn’t move. Everyone left. David stood alone on that platform set up for the event. Two doves flew near him. He looked for Marta with his gaze. He didn’t find her. In a few minutes the plaza had become deserted. Only doves flying one next to the other, stunned.

From; Paula Margoles, Brújula al Sur. Buenos Aires; Emecé, 2007.

Jacques Fux — Escritor y novelista brasileiro judaico/Brazilian-Jewish-Writer and Novelist–“No lembro”/”I Don’t Remember” Fragmento de uma novela/Section of a Novel — ״Amnésia ou no?״/ “Amnesia or not?״

Jacques Fux é um autor brasileiro. Foi Visiting Scholar na Universidade de Harvard (2012–2014), realizou pós-doutorado na Universidade de Campinas, recebeu seu Ph.D. em literatura comparada pela UFMG e em língua, literatura e civilização francesas pela Universidade de Lille III. Possui mestrado em ciência da computação e bacharelado em matemática. Publicou quatro livros: Literatura e Matemática, premiado com o Prêmio Capes de Melhor Dissertação em Letras e Lingüística no Brasil; Antiterapias, sua primeira ficção, que recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura; Brochadas; e Meshugá: um romance sobre a loucura.

Tradutora:

Hillary Auker se formou recentemente na Boston University com mestrado em Estudos Latino-Americanos com foco em tradução e escrita brasileira contemporânea. Ela também tem um B.A. em linguística com foco nas línguas espanhola e portuguesa, e atualmente trabalha no Departamento de Línguas Românicas da Universidade de Harvard.

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Jacques Fux is a Brazilian author. He was a visiting scholar at Harvard University (2012–2014), performed post-doctoral studies at the University of Campinas, received his Ph.D. in comparative literature from UFMG and in French language, literature, and civilization from the University of Lille III. He has a Master’s degree in computer science and a Bachelor’s degree in mathematics. He has published four books: Literatura e matemática, awarded the Capes Prize for the Best Dissertation in Letters and Linguistics in Brazil; Antiterapias, his first fiction, which received the São Paulo Prize for Literature; Brochadas; and Meshugá: um romance sobre a loucura.

Translator:

Hillary Auker recently graduated from Boston University with an M.A. in Latin American Studies with a focus in translation and contemporary Brazilian writing. She also has a B.A. in linguistics with a focus in Spanish and Portuguese languages, and is currently working in the Romance Languages Department at Harvard University.

Por: Jacques Fux and Raquel Matsushita. As coisas de que não me lembro, sou. Aletra Editora

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**Por *Lee Wan Xiang*, Asymptote Magazine**

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As coisas de que não me lembro, sou

Não me lembro do dia em que fui para escola pela primeira vez. Não me lembro de nenhuma mordida, nenhum soco, nenhuma briga que tive com algum colega. Nem me recordo de ter sido colega de ninguém no jardim de infância. Não me lembro das brincadeiras, dos sorrisos, das corridas e saltos mirabolantes. também não me lembro das lágrimas da minha mãe quando me deixou pela primeira vez nessa escola. Não me recordo do meu desespero, do meu pranto, dos soluços e da dor de barriga de tanto chorar. Não me lembro da professora, de sua tentativa em ludibriar, transformar e recriar um mundo fora do útero dos meus pais. também não me lembro do dia em que a escola passou a ser essencial e que os amigos se tornaram fundamentais. Não lembro da profunda atenção que meus pais davam ao meu irmão, da completa ausência de tios e avós na minha criação. Não me lembro (e gostaria muito de reviver) o carinho especial da minha bisavó. O amor que ela viveu com minha mãe e que revivia comigo. também não me lembro do seu desaparecimento. de ser capaz de ressignificar amor e ausência.

Não me lembro do primeiro grito de reprovação que recebi (nem do segundo, nem do terceiro). também não me lembro de ter aprendido algo com esse grito, com esse tapa, com o dedo em riste, com o olhar sério, com a voz grossa, com a necessidade de ser educado. Não me lembro dos professores da minha infância. devem ter sido sensíveis, carinhosos e tolos. Não me lembro de colorir, de encaixar brinquedos, de jogar objetos em rebeldia, mostrando que eu tinha vontade própria, de gritar, fazer pirraça e calar quando bem entendia. Não me lembro de começar a escrever, de repetir infindavelmente as letras do meu nome, de descobrir o som distinto e paradoxal da última letra do meu sobrenome. de entender a herança pesada da minha família e da minha cultura. Não lembro de descobrir o fabuloso mundo que se desvelava com a minha alfabetização. mundo imponderável para meus avós e bisavós. Não me recordo de trazer para aula o nome e a profissão dos meus pais, avós, tios. Não me lembro de construir a árvore genealógica de minha família, de escutar sobre a origem dos meus ancestrais e dos ancestrais de meus amigos. Não me lembro de me dar conta de que as professoras não eram judias, de que o mundo não era judeu, de que tatuagens com números estranhos nos braços dos avós não eram coisas normais, comuns e cotidianas. Não me lembro de estranhar o nome Auschwitz ou de compreender que genocídios não eram coisas cotidianas e banais. Não me lembro de associar as palavras barbárie, poesia e amor.

Não me lembro de ter aprendido o alfabeto. de repetir fastidiosamente o som das vogais e das consoantes. Não me recordo de ter aprendido o estranho som da letra h e nem de ter a percepção e consciência do w. Não me lembro de sentir nenhum desejo, cobiça e volúpia pelo outro. ele ainda fazia parte de mim. Não me lembro da disputa e da competição pelo olhar da professora. Por seu amor e admiração. Não me lembro das brigas, das desilusões, das primeiras angústias que só aconteciam na escola. Não me lembro quando diferenciei pela primeira vez meninos de meninas. Não me recordo do dia em que olhei para uma menina e algo diferente se passou em mim. talvez um brilho mais intenso no meu olhar. talvez uma quentura inaugural percorrendo meu corpo.

Não me lembro da primeira vez em que cheguei em casa desiludido. Não me lembro do dia em que descobri que todos os outros alunos da escola também eram especiais, e que uns eram muito mais especiais e queridos pelas professoras que os outros. e eu não era um dos queridinhos. Não me lembro do dia em que algum amigo preteriu outro a mim. também devo ter apagado completamente a lembrança do dia em que uma menina escolheu olhar para outro e fechar os olhos para minha perfeição. Não lembro de compreender que o mundo poderia ruir um dia. Que eu podia me abalar. Que eu poderia sofrer.

Também não lembro do dia em que descobri que meus pais não eram perfeitos. Que meu pai não era herói. Que minha mãe o havia escolhido antes de me gerar. e que eu era somente o segundo, ou o terceiro. Não me lembro do dia em que reparei algum defeito nos meus pais. Não me lembro do dia em que eu percebi o cheiro deles. um cheiro que já não era meu. Não me recordo do dia em que tive vergonha dos meus pais. em que concebi as terríveis diferenças e limitações do meu irmão. e também tive vergonha e me escondi. e passei a esconder as histórias da minha casa. também não me lembro do dia em que comecei a invejar as outras famílias, fantasiadas na minha mente como normais, e que desejei estar no corpo de outro. também não sei quanto tempo isso tudo durou. e quanto tempo depois descobri que nada disso tinha sentido. Que cada um tinha que viver com suas próprias dores. e com suas próprias invenções.

Não me recordo de aprender hebraico. Não me lembro de saber que hebraico não se falava correntemente no Brasil. também não me lembro do dia em que comecei a esquecer propositalmente essa língua. Nem de quando percebi que iídiche não se falava na rua. também não me lembro do dia em que entendi que as palavras em iídiche tinham uma conotação negativa. uma conotação de dor, de saudade da diáspora da minha família e de sentir no corpo e na fala o não pertencimento a lugar algum. uma tentativa inútil de preservação cultural. de recordar tempos e épocas em que meus antepassados tinham que fugir constantemente. também não me lembro quando entendi que falar essa língua era discriminar as pessoas e o país que acolheram minha família. também não sei se eles foram acolhidos, se foram felizes, se viveram em paz. Não me lembro de conversar com eles sobre isso. Nem sei como eles me passaram os valores culturais, históricos, familiares e dolorosos do judaísmo. também não lembro da primeira vez que comi guelfite fish.

Não me recordo da paixão pelas rezas matinais. Não me lembro o porquê cantava com tanto fervor e alegria versos em hebraico (que eu não entendia nada). Não me lembro da certeza que tinha em relação à existência de deus. do deus judeu. Não sei dizer quando eu rezava acreditando que deus me ouviria. e quando eu trapaceava, e era vil e mesquinho, almejando que deus me esquecesse naquele momento. Não me lembro do dia em que deus me abandonou e nem do dia em que eu o abandonei. eternamente. Não me lembro de tê-lo matado, e nem de quando ele matou meu tio. também não sei quem o fez. tampouco entendi a dor da minha família, da minha avó, dos meus primos. também não lembro do dia que compreendi que eu e meus pais éramos mortais.

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Não me lembro mais do dia em que passei a considerar o amor como sofrimento. Não me recordo o dia em que amei a primeira menina que não me queria. em que passei a me tornar melancólico. também não lembro da certeza que tinha que era o melhor e o mais inteligente de todos. Não me lembro de me tornar estúpido, arrogante e metido. de me retrair. de ficar na minha. de blasfemar. de achar que o mundo não era bom o suficiente para mim. também não me lembro do dia em que gostei de me ver inserido no mundo goy, e que passei a detestar e amar simultaneamente o judaísmo. A detestar fazer jejum e lembrar, constantemente, das infelicidades desse meu povo. A me encantar com a possibilidade de viver em um país forte, novo, briguento. também não me lembro do dia em que tive pela primeira vez ojeriza da sinagoga e de muitos de seus membros. Não lembro mais o motivo. Não me lembro mais da aversão que tive dos seus cheiros, roupas e mesquinharias.

Não lembro mais por que me achava diferente e melhor em meio ao mundo católico. também não me lembro da razão por me considerar um estranho e pior no mundo judeu. Não me lembro por que comecei a ler. Não me lembro mais do primeiro, do segundo e do terceiro livro que li. Não me lembro das sensações que senti. Não me lembro por que me achava especial por carregar um livro nas mãos. Não me lembro de gostar de ler nenhum livro para o colégio.

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**By *Lee Wan Xiang*, Asymptote Magazine**

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I Am What I Can’t Remember

I can’t remember the very first day I went to school. I can’t remember biting, punching, or fighting with classmates. I can’t remember being anyone’s classmate at all. I can’t remember the games, the smiles, the running, the spectacular somersaults. Nor can I remember how hurt I was when my mother left me alone at school for the first time. I can’t remember my despair, my weeping, my hiccups, and my stomach aches from crying so much. I can’t remember the teacher thinking she could play the part of my parents. I also can’t remember the day school became essential and that the friends became fundamental as well. I can’t remember the considerable attention that my parents paid to my brother, or the complete absence of uncles and grandparents in my upbringing. I can’t remember (and I would like very much to relive it), my great-grandmother’s special affection. The love that she shared with my mother and that she continued with me. I also can’t remember her becoming unable to show love and affection.

I can’t remember the first time I was scolded (nor the second, nor the third). I also can’t remember having learned something from this scolding, slap, pointed finger, serious look, or stern voice about the need to behave myself. I can’t remember the teachers from my childhood, but I imagine they should have been sensitive, loving, and silly. I can’t remember coloring, playing with toys, or throwing things in protest to demonstrate that I had my own will, or shouting, or being stubborn, only quieting when I wanted to. I can’t remember beginning to write, infinitely repeating the letters of my name, discovering the distinct and paradoxical sound of the last letter of my last name. Or understanding the heavy past of my family and my culture. I can’t remember discovering the bright, new world that unfolded with literacy. An unimaginable world for my grandparents and great-grandparents. I can’t remember coming to class and sharing the names and professions of my parents, grandparents, and uncles. I can’t remember making a family tree or hearing the origin of my ancestors and my friend’s ancestors. I can’t remember realizing that my teachers weren’t Jewish, that the world wasn’t Jewish, and that tattoos with strange numbers on your grandparents’ arms weren’t a normal, common, everyday thing. I can’t remember ever finding the name “Auschwitz” peculiar, or understanding that genocides weren’t normal, common, everyday topics either. I can’t remember connecting the words savagery, poetry, and love.

I can’t remember having learned the alphabet. Or carefully repeating the sounds of the vowels and consonants. I can’t remember having learned the strange sound of the letter h or having discovered the sensation of the w. I don’t remember feeling any coveted or sensual desire for another. That wasn’t yet a part of me. I can’t remember competing for a teacher’s attention. For her love and admiration. I can’t remember the fights, disappointments, the frustrations that only happened in school. I can’t remember the first time I saw a difference between boys and girls. I can’t remember the day that I looked at a girl and noticed something change in me. Like a more intense sparkle in my eye. Like an initial heat moving through my body.

I can’t remember the first time that I came home disappointed. I can’t remember the day that I discovered that all the other students were also special, and that the professors loved some of these special students more than the others. And I wasn’t special. I can’t remember the day one friend chose someone else over me. I should have completely erased from my memory the day that a girl chose to look for someone else, ignoring my perfection. I can’t remember understanding that the world could collapse one day. That I could be upset. That I could suffer.

I also can’t remember the day I discovered my parents weren’t perfect. That my dad wasn’t a hero. That my mother had chosen my father before she chose to conceive me. That I was only her second choice, or maybe her third. I can’t remember the day that I noticed my parents’ flaws. I can’t remember the day I first perceived their scents. A scent that wasn’t quite mine. I can’t remember the day I felt ashamed of my parents. When I could conceive the terrible differences and limitation of my brother. I was ashamed of being ashamed, and hid myself. I started to hide the stories of my house. I can’t remember the day I started being jealous of other families I thought to be normal, or the day I started wanting to be someone else. I don’t know how much time it took to create these fantasies. And how much time after their inception I discovered that they were impossible, and made no sense. When I discovered that everyone had to live his own pain and his own stories.

I can’t remember learning Hebrew. I can’t remember learning that Hebrew wasn’t spoken correctly in Brazil. I also can’t remember the day that I started to forget this language deliberately. Or when I perceived that Yiddish wasn’t spoken out in the streets. I can’t remember the day that I understood Yiddish words to have a negative connotation. A connotation of pain, of longing, of the diaspora of my family and feeling like neither my language nor my body could belong to one place or another. A useless attempt at cultural preservation. Of remembering times and epochs when my ancestors had been constantly on the run. Also, I can’t remember when I understood that to speak this language was to discriminate against the people and the country that had welcomed my family. I also can’t know if they truly felt welcome, if they were happy, if they lived in peace. I can’t remember conversing with them about it. Nor do I know how they passed on to me culture, history, family values, and the pain of Judaism. I also can’t remember the first time I ate gefilte fish.

I can’t remember the passion I had for the morning prayers. I can’t remember the reason I sang the Hebrew verses (of which I understood nothing) with such fervor and happiness. I can’t remember the certainty I had regarding the existence of God. Of the Jewish God. I can’t say that when I prayed, I believed that my God could hear me. I also can’t say for certain when I deceived Him, and when I was vile and petty, longing for God to forget me in those moments. I can’t remember the day that God abandoned me nor the day that I abandoned Him. Forever. I can’t remember having killed Him, or when He killed my uncle. I don’t know who did it. I can’t remember my family’s pain—my grandparents’ or my cousins’. I can’t remember the day I understood that my parents and I were just human.

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I can’t remember most of the day that I began to consider love to mean suffering. I can’t remember the day I first loved the first girl that didn’t love me back. When I started to turn melancholy. I can’t remember feeling certain that I was the best and most intelligent of anyone. I don’t remember feeling stupid, arrogant, and brazen. Being a wallflower. Hiding within myself. Cursing others. Finding out that the world was not good or good enough for me. I also can’t remember the day that I liked being embedded in the goy world, and that I started hating and loving Judaism simultaneously. When I started detesting fasting and remembering, constantly, the unhappiness of my people. I was enchanted by the possibility of living in a strong, new, aggressive country. I can’t remember the day that I had, for the first time, a grudge against the synagogue and many of its members. I can’t remember why anymore. I can’t remember the aversion I had to their scents, clothes, and stinginess.

I can’t remember why I found the Catholic world to be different and better. I can’t remember the reason for considering the Jewish world strange and worse. I can’t remember why I started to read. I no longer remember the first, second, or third book that I read. I can’t remember how they made me feel. I can’t remember why I found carrying a book around in my hands so special. I can’t remember liking any of the books I read for high school.

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Books by Jacques Fux

Jacques Fux | Facebook — **Premio Nobel**

Pablo Freinkel — Novelista judío-argentino/Argentine Jewish Novelist — “Lector de Spinoza”/ “A Reader of Spinoza” — fragmento de una novela policial y filosófica /fragment of a novel of mystery and philosophy

Pablo A. Freinkel (Bahía Blanca, Argentina, 1957). Licenciado en Bioquímica. Periodista y escritor. Sus artículos y notas se han dado a conocer en Buenos Aires, New York y Jerusalem; y en medios online nacionales y extranjeros. Es autor de cinco libros: Diccionario Biográfico Bahiense, el ensayo Metafísica y Holocausto, y las novelas El día que Sigmund Freud asesinó a Moisés y Los destinos sagrados. Escribió el guión del documental Matthias Sindelar: un gol por la vida. Ha dictado conferencias sobre Spinoza, Maimónides y literatura judía argentina actual, en diferentes instituciones del país. El lector de Spinoza acaba de publicarse.

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Pablo A. Freinkel (Bahía Blanca, Argentina, 1957) who has a degree in biochemistry. He is a journalist and writer. His articles and notes have been published in Buenos Aires, New York and Jerusalem, in Argentine and international online media. Freinkel is the author of five books: Diccionario Biográfico Bahiense, Metafísica y Holocausto, and the novel El día que Sigmund Freud asesinó a Moisés and Los destinos sagrados. He wrote the script for Matthias Sindelar: un gol por la vida. He has lectured on Spinoza, Maimonides and on contemporary Argentine-Jewish literature throughout Argentina. His El lector de Spinoza has just been published.

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Baruch Spinoza logró escribir una serie de textos que definirían sus corrientes filosóficas. Uno de sus primeros trabajos fue Breve tratado acerca de Dios, el hombre y su felicidad (1658). En esta obra, Spinoza realizó una ardua crítica contra la biblia y la iglesia católica, partiendo de un pensamiento racionalista, el cual se mantendría en el resto de sus investigaciones y postulados filosóficos.

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Baruch Spinoza managed to write a series of texts that would define his philosophical currents. One of his first works was a short treatise on God, man and their happiness (1658). In this work, Spinoza made an arduous criticism against the Bible and the Catholic Church, starting from a rationalist thought, which would be maintained in the rest of his investigations and philosophical postulates.

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“El lector de Spinoza”

Don Segismundo está leyendo de un cuaderno personal:

“Poco antes del mediodía”, leyó, “vino un hombre de mediana estatura, delgado, cabellera amplia, oscura, de hasta veinticinco años, no más. Al principio, me pareció tímido, apocado, como si no supiera qué solicitar. Echó un vistazo por el salón, dejó vagar los ojos por anaqueles y mesas hasta que irresoluto, como luchando consigo mismo, se acercó hasta el mostrador. Al verlo a tan poca distancia, me pareció percibir una luz diferente ardiendo en sus pupilas. Se dirigió a mí con corrección y voz clara, sin falsas cadencias. „Buen día, señor‟, saludó. „Estoy averiguando sobre algunos libros del filósofo Baruj Spinoza. ¿Lo conoce?‟

“Me llamó la atención porque no daba el tipo spinoziano y por la pregunta final. Me sonaba más como una broma; sin embargo, la seriedad con que me interpeló hizo que pronto se disiparan mis dudas”. ¿Busca algún título en particular o se está iniciando en su estudio?‟ Pareció dudar tal vez porque no había considerado esta situación-. „Si este es el caso, podría empezar con un estudio general sobre su obra, una introducción, para después proseguir con sus textos. Usted debe saber que la erudición de Spinoza es complicada si no se tiene un concepto previo‟.

“Sí, comprendo‟.

“El ímpetu del que había hecho lucimiento al principio se fue diluyendo y lo reflejaba su rostro con rapidez. Intuí que debía ponerme al frente de la situación e intentar un rescate de emergencia”. „Vamos a hacer lo siguiente. En primer lugar, ¿por qué desea usted tomar conocimiento de la obra de Spinoza?”

“La decepción iba en continuo crecimiento y le quitaba edad a sus facciones. Ahora no semejaba tener más de veinte años. La duda lo carcomía por dentro; le faltaba el impulso para decidirse a hablar. Yo ya no sabía cómo darle ánimos sin caer en la categoría de indiscreto”. „Todo empezó en un Kabalat Shabat, por una crítica del… sacerdote…‟, “dudó al emplear la palabra”. ¿Rabino?‟, “Lo corregí. No me escuchó. En cambio, me miró como calibrando mi aspecto antes de hacer la pregunta que consideraba crucial”. „Disculpe, señor… ¿Usted es judío?”

“Bueno, bueno”, pensé. “Basta que todo esto no derive en una cuestión de antisemitismo. Pero me arriesgué y respondí afirmativamente”.

Don Segismundo dejó de leer para mirarme directamente a la cara.

-Marquitos, vos no podés imaginarte la cara de alivio de ese muchacho. Ahora sí, no le daba más de veinte años, con una sonrisa radiante, sus ojos limpios de toda nube de aprensión. Todavía recuerdo la imagen y me emociona. Sigo.

Volvió al cuaderno.

“Sí.refería a la fe, a los creyentes, a la fuerza y la misericordia de Adonai. En un momento, se desvió de su prédica y empezó a atacar a los que rechazan la existencia de Dios, propagan falsas interpretaciones, niegan las verdades eternas transmitidas por los santos profetas y responsabilizó al hereje holandés Baruj Spinoza, expulsado de la Casa de Israel justamente por envenenar la mente de los piadosos. Nadie comprendía nada, muy pocos o ninguno habíamos escuchado alguna vez el nombre de esa persona…‟

“Esto despertó mi atención. Lo interrumpí. “¿De dónde viene usted?‟

“El muchacho permaneció en silencio mientras pensaba con rapidez. Entregaba una imagen de tanto candor que sus reacciones dibujaban los gestos de su cara. „De un pequeño pueblo al oeste. No tenemos shill y los que queremos recibir y honrar el shabat vamos a una localidad cercana, que tiene un rabino‟.¿Ese sitio tiene nombre?,‟ pregunté. „Compréndame si prefiero no dar detalles. Ahora mismo no sé si hago bien en estar hablando de esto con usted‟. „Claro. No quiero comprometerlo‟. „Al término de la ceremonia me acerqué al rabino y con algún temor le pregunté quién era ese Spinoza que había recibido una crítica tan severa de su parte. Enojado, de malas maneras, me ordenó que me mantenga apartado de él, era un impío, un traidor. Por supuesto, lejos de convencerme, me animó a averiguar algo más sobre ese personaje. Regresé a mi casa y consulté un diccionario. En dos o tres renglones me informó que era un filósofo holandés, las fechas de nacimiento y muerte, y que su divisa era una frase en latín, creo, que no recuerdo…‟ „Deus, sive Natura, dije‟. „¿Perdón?‟ „Así se define su filosofía: Dios, o sea la Naturaleza‟. „Ah. No sabía qué significaba‟. „Ahora lo sabe. ¿Qué pasó después?‟ Pasé el fin de semana obsesionado con Spinoza. En realidad, no tenía nada qué pensar sobre él porque lo ignoraba todo. Además, en el pueblo no había nadie con los conocimientos necesarios para aclararme el panorama. Me volvían a la memoria las palabras inusitadamente implacables del rabino, por lo común amable, tranquilo. El lunes le pedí a mi padre unas horas libres, yo estoy empleado en su comercio, y volví a la ciudad. Fui a la Biblioteca Pública, donde solicité consultar una enciclopedia. Cuando le dije a la anciana bibliotecaria el tema que quería conocer, me miró con asombro y desconfianza. Sin embargo, me orientó en la búsqueda. Al entrar a la sala de lectura, llevaba en mis manos un antiguo volumen, las letras doradas del lomo gastadas por el tiempo y el uso; cuando lo abrí, el crujido de las hojas resecas, amarillas, me produjo un temblor que fue casi como una advertencia. Rápidamente, encontré lo que buscaba. Spinoza, Benito. Filósofo judío nacido en Ámsterdam, de familia sefardita. Anoté los datos en unas hojas sueltas; en especial, los libros que había escrito. El punto que me más me afectó fue enterarme que había sido expulsado del judaísmo por sus posiciones heréticas. Al devolver el libro, pregunté a la encargada si la Biblioteca contaba con algún libro de ese autor. Dijo que no y al ver la mueca de desencanto que seguramente esbozó mi rostro, me observó con muy detenimiento.

Entonces, quiso saber por qué yo, una persona tan joven, buscaba escritos de un hombre que había vivido tantos años atrás y dejado una reputación tan mala en religión y filosofía. No supe qué contestarle, pero algo me decía que allí podría haber una oportunidad para averiguar algo más. „Escuché que alguien hablaba de sus enseñanzas y me despertó la curiosidad, respondí a medias‟.

„En ese caso, es muy poco lo que podrá recoger aquí. Si está tan interesado como dice, hay en la Capital una librería atendida por un señor muy especial que podrá ayudarlo en su pesquisa. Es discreto y muy buen intencionado. Vaya a verlo‟. „Tomó un papel de los que se utilizaban para anotar los pedidos y rápidamente garabateó unas líneas‟. „Espero que le sea útil para resolver sus dudas. Pero no crea demasiado lo que tiene Spinoza para decir. Buenos días‟. „No me dio tiempo a nada, ni siquiera a agradecerle pues desapareció en una oficinita anexa‟.

Don Segismundo detuvo la lectura y alzó la vista como para enfocar un acontecimiento del pasado que circulara por delante de sus ojos.

-Supongo innecesario aclarar que le dirección que le entregó la buena señora era de la librería. Cuando la inauguré, remití creo que cientos de cartas de presentación a bibliotecas públicas y privadas en una amplia zona alrededor de esta ciudad. Me alegra saber que algunas llegaron y fueron bien valoradas.

-¿Tiene alguna lista de destinatarios? –pregunté ansioso.

-Las ubiqué en una guía de teléfonos. Ésa fue mi lista. Lo siento.

-Está bien.

Nuestro anfitrión volvió a la lectura y al relato de su inesperado cliente: „Pasaron varias jornadas de duda e indecisión. Me preguntaba si para satisfacer un capricho debía sacrificar un día de trabajo, además del dinero para el pasaje en tren y después si se justificaba gastar en libros de destino impreciso. Pero allí permanecía el ansia de saber y cada tanto retornaba azuzándome con su aguijón. Hasta que hoy por la mañana me di cuenta de que no podía luchar más contra esta idea fija. Inventé una excusa para demorar mi ingreso al negocio y aquí me tiene. ¿En qué puede ayudarme para salvar esta situación? Lo único que yo puedo hacer es ofrecerle libros para que conozca al personaje y su doctrina. Tal vez pueda darle algunas precisiones o detalles, pero nada mejor que leer a los eruditos sobre un tema para conocerlo a fondo‟.

“Pensé por unos instantes cuáles podían ser los textos que le servirían como introducción a un asunto tan complejo y se me ocurrió una recurso que podría resultar favorable. „Espere un segundo‟, le dije.

“Fui hasta unos anaqueles que reunían distintos autores y asuntos filosóficos, tomé dos volúmenes y regresé hasta donde estaba el joven, impaciente. Al verlo en este estado, le pregunté si se sentía bien. „Sí, replicó. Lo que pasa es que tengo que presentarme en el trabajo en poco tiempo. Mi papá empieza a sospechar que ando en algo raro‟. „Bueno, aprovechemos el tiempo de la mejor manera. Aquí tengo un material con el cual usted podrá tomar contacto por primera vez con el maestro de Ámsterdam. Una biografía escrita por Karl Gebhardt, creo que es un material comprensible para un neófito y el Tratado Teológico Político que, aunque por su título parece catastrófico, su estilo permite un rápido acceso; claro, tiene su dificultad, no se lo voy a negar, pero Spinoza es un maestro en el arte de hacer asequible lo complicado‟.

“Le entregué los libros y él los miró como objetos de otro mundo. Recorrió las hojas sin mirar nada específico, hasta que con un tono de resignación me confesó: „No los puedo comprar; el dinero no me alcanza‟.

“Entonces hice algo que nunca había hecho hasta entonces y que muy pocas veces lo repetí en el futuro: „Llévelos, con confianza. Los va pagando a medida que pueda‟.

„Pero usted no me conoce. Ni siquiera sabe mi nombre, protestó‟. „No crea, lo conozco más de lo que usted piensa. Además, un nombre no hace ninguna diferencia. Importa la persona‟.

“Me miró con un brillo lacrimal en los ojos. A continuación, buscó en el bolsillo de su pantalón, extrajo un billete de muy baja denominación y me lo extendió. „Gracias. Yo después lo apunto‟.

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“The Reader of Spinoza”

Don Segismundo is reading from a personal diary:

“A little before noon,” he read, “a man of average stature, thin, with a lot of hair on his head, dark, perhaps twenty-five years old, no more, came in. At first, he appeared timid to me, shy, as if he didn’t know what to ask for. He took a quick look at the store, he let his eyes wander through the shelves and tables until, hesitant, as if her were fighting with himself, he approached the counter. Seeing him up close, I seemed to perceive a strange kind of light burning in his pupils. He turned to me addressed me with care and a clear voice, without false cadences. “Good day, sir.” He greeted me.

“I am looking for some books by the philosopher Baruj Spinoza. Do you know him?” ”This caught my attention because he didn’t to be the Spinozan type and for the last question. It sounded like a joke to me: nevertheless, the seriousness with which he questioned me caused my doubts to dissipate.” “Are you looking for a specific title or are you beginning your study?” “He seemed doubtful, perhaps because he had never considered this possibility. “If that is the case, you could begin with a general study of his works, an introduction, in order to later proceed with his texts. You need to know that Spinoza’s erudition is complicated if you don’t have a prior concept of it.”

“Yes, I understand.”

The impetus that had shown at the beginning was failing, and it was quickly showing in his face. I intuited that I ought to take charge of the situation and try for an emergency rescue. “Let’s do the following. First of all, why do why to you want to learn about Spinoza’s work?” “The disappointment was continually growing, and it made his face look younger. Doubt was eating inside of him: he lacked the desire to speak. I didn’t know how to prompt him without out being indiscreet.” “Everything began in a Kabbalat Shabbat, with the criticism of the. . .priest,” “He was doubtful about using that word.” “Rabbi?” I corrected him. “He didn’t listen to me. Instead, he looked at me, calculating my look, before asking the question that considered crucial.” “Forgive me, sir . . .Are you Jewish?” “Good, good, I thought. “I hope that this doesn’t come out of question of anti-Semitism. But I took a risk and answered affirmatively.”

Don Segismundo stopped reading to look me straight in the face. “Marquitos, you can’t imagine the face of relief that this boy had. Now, he didn’t seem to be more twenty years old, with a radiant smile, his eyes cleansed of any cloud of apprehension. I still remember the picture, and it moves me. I continue. He turned back to the notebook.

The boy remained silent while he thought rapidly. He gave off an image of such candor that his reactions were drawn of the movements of his face. “From a small town to the west. We don’t have a shul and those who want to receive and honor the Shabbat go to a nearby locale, that has a rabbi.” “Does that place have a name?” I asked, “Please understand if I prefer not to get into details. At this moment, I don’t know if I’m doing the right thing by speaking with you.” “Of course. I don’t want to compromise you.” “At the end of the ceremony a approached the rabbi a with some fear, I asked him who was that Spinoza who had received such severe criticism. Angered, bad-mannered, he ordered that I keep away from Spinoza, that he was impious, a traitor. Of course, far from convincing me, I was encouraged to find out something more about that personage. I returned home and I consulted a dictionary. In two or three lines, it informed me that he was a Dutch philosopher. The dates of his birth and death, and that his motto was a phrase in Latin that I don’t remember. . . “Deus sive Natura,” I said. “Excuse me” “That is how his philosophy is defined: God, or be it Nature.” “Ah. I didn’t know what it meant.” “Now he knew. What happened next?” “I spent the weekend obsessed by Spinoza. Truthfully, I didn’t have anything to think about him, because I didn’t know anything. Also, in the town, there wasn’t anyone with the knowledge necessary to clarify the panorama. The unusually implacable words of the rabbi came back to me; he is a man generally friendly and tranquil. On Monday, I asked my father for a few hours off, I am employed in his business, and I returned to the city.”

“Yes, yes, of course, I wanted to say rabbi,” he corrected himself,” blushing. “Yes. he was referring to the faith, to the believers, to the force and mercy of Adonai. In a moment, he went off his sermon and began to attack those who reject the existence of God, put out false interpretations, deny the eternal truths transmitted by the holy prophets and put the responsibility on the Dutch heretic Baruj Spinoza, justly expelled from the House of Israel for poisoning the minds of the pious. Nobody understood anything, very few or no one had ever heard the name of that man. . .”

“That caught my attention.” I interrupted him. “Where are you from?”

The boy remained silent while he thought rapidly. He gave off an image of such candor that his reactions were drawn of the movements of his face. “From a small town to the west. We don’t have a shul and those who want to receive and honor the Shabbat go to a nearby locale, that has a rabbi.” “Does that place have a name?” I asked, “Please understand if I prefer not to get into details. At this moment, I don’t know if I’m doing the right thing by speaking with you.” “Of course. I don’t want to compromise you.” “At the end of the ceremony a approached the rabbi a with some fear, I asked him who was that Spinoza who had received such severe criticism. Angered, badly mannered, He ordered that I keep away from him, that he was impious, a traitor. Of course, far from convincing me, I was encouraged to find out something more about that personage. I returned home and I consulted a dictionary. In two or three lines, it informed me that he was a Dutch philosopher. The dates of his birth and death, and that his motto was a phrase in Latin that I don’t remember. . . “Deus sive Natura, I said. “Excuse me” “That is how is philosophy is defined: God, of be it Nature.” “Ah. I didn’t know what it meant.” “Now he knew. What happened next?” “I spent the week end obsessed by Spinoza. Truthfully, I didn’t have anything to think about him, because I didn’t know anything. Also, in the town, there wasn’t anyone with the knowledge necessary to clarify the panorama. The unusually implacable words of the rabbi came back to me; a man generally friendly and tranquil. On Monday, I asked my father for a few hours off, I am employed in his business, and I returned to the city.”

I went to the Public Library, where I asked to use an encyclopedia. When I told the aged librarian the theme that I wanted to know about, she looked at me with amazement and mistrust. Nevertheless, she oriented me in my search, Upon entering the reading room, I carried in my hands an old volume, the letters golden letters on the spine worn by time and usage; when I opened it, the crackling of the very dry pages, yellowed, produced in me a shiver that was almost like a warning. Rapidly, I found what I was seeking, Spinoza, Benito. Jewish philosopher born in Amsterdam, of a Sephardic family. I took down notes on some loose pieces of paper, especially, the books he had written. The point that affected me the most was when I learned that he had been expelled from Judaism for his heretical positions. On returning the book, I asked the person in charge if the Library had any books by that author. She said no, but on seeing my grimace of dismay that surely passed over my face, she observed me carefully.”

“Then, she wanted to know why I, a person so young, was looking for writings by a man who had lived so many years ago and left behind such a poor reputation in religion and philosophy. I didn’t know how to answer her, but something told me that there I could have the opportunity to clarify something more. “I heard that someone was speaking about his teachings and it awakened my curiosity,” I answered have-heartedly.”

“In that case, there is very little you can get here. If you are as interested as you say, there is in the Capital,a bookstore, run by a very special gentleman who can probably help you in your search. He is discreet and well-meaning. Go see him.” “She took a piece of paper from those that were used to note down requests and rapidly scribbled some lines.” “I hope that he will he helpful in resolving your doubts. But don’t believe too much in what Spinosa has to say. Good day.” “She didn’t give me time to do anything, not even thank her since she disappeared into a small office nearby.”

Don Segismundo stopped the reading and raised his eyes as if to focus on an event in the past that was circulating in front of his eyes.

“I suppose it’s unnecessary to state the address that the good lady gave you was of this bookstore. When I opened the store, I sent out, I think, hundreds of announcements to public and private libraries in a broad area around this city. I’m pleased to know that they arrived and were valued.”

“Do you have a list of the recipients.” I asked anxiously.

“I found them in a telephone book. That was my list. I’m sorry.”

“Don’t worry.”

Our host returned to his reading and the story of his unexpected client: “Several days of doubt and indecision passed by. I wondered if to satisfy a whim I ought to sacrifice a day of work, as well as the money for the train and then if it was justifiable to waste about books of an imprecise destination. But the desire to know remained and every once in a while, returned pushing me with its sting. Until this morning I couldn’t fight any longer against this fixed idea. I invented an excuse to delay my entry into the business it had me there. What can help me to save this situation? The only thing I could do is offer him books so that he knew the man and his doctrine. Perhaps I can give him some bits of information and details, but there is nothing better to read the scholars about a theme in order to know it in depth.

“I thought for a few moments about which books could be the texts that might serve him as an introduction to such a complex issue and a resource occurred to me that could have a favorable result. . . ”Wait a moment,” I told him.

“I went over to some shelves where authors and philosophical were kept, I took two volumes and I returned to where the young man was impatiently waiting. Seeing him in this state, I asked him if he felt okay.” “Yes,” he replied. What happened is that I have to return to work very soon. My papa is beginning to suspect that I’m involved in something strange”. “Okay, let’s take advantage of the time in the best way possible. Here I have a book with which you will come in contact for the first time with the master from Amsterdam. A biography written by Karl Gebbart, I believe it is a work understandable by a neophyte and the Tractate Theological-Political, which, although it’s title seems catastrophic, his style permits a rapid access; of course, it has its difficulties, I won’t deny it, but Spinoza is a master in the art of making the complicated accessible”.

“I gave him the books, and he looked at them as if they were objects from another world. He flipped through the pages without looking for something specific, until, with a tone of resignation, he confessed, “I can’t buy them. I don’t have enough money.”

“Then, I did something that I had never done until then and that I rarely did in the future.” “Take them, on trust. You will pay for them as you can.

“But you don’t know me. You don’t even know my name, he protested” “Don’t you believe it. I know you better than you think. Moreover, a name doesn’t make any difference. What’s important is the person.”

“He looked at me with a teary shine in his eyes. Then, he looked in his pants pocket, extracted a bill of a very small denomination and he extended it to me.”

“Thank you. Later, I’ll write it down.

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Sabina Berman — Dramaturga y novelista judío-mexicana/Mexican Jewish Playwright and Novelist– “La bobe/”Bubbe –The Grandma” — fragmentos de la novela sobre una niñez mexicana/excerpts from the novel about a Mexican Childhood

Sabina Berman Goldberg es una escritora, periodista y dramaturga mexicana, nacida 1955, en la Ciudad de México. Sus padres, de origen judío-polaco, emigraron a México ella. con el estallido de la Segunda Guerra Mundial, él durante el gobierno de Lázaro Cárdenas del Río. Sabina creció en México, al lado de tres hermanosProfesionalmente, estudió psicología y letras mexicanas en la Universidad Iberoamericana. Debutó como guionista de cine con la cinta de horror La tía Alejandra (1979), para luego dedicarse por varios años al periodismo y la enseñanza. Volvería en la década de los años 90, con el guión para la cinta Entre Pancho Villa y una mujer desnuda (1996), para luego trabajar en las cintas El traspatio (2009), Gloria (2014) y Macho (2016). Sabina ha escrito tres novelas, La bobe, La mujer que buceó en el corazón del mundo y El Dios de Darwin, además de ser reconocida con el Premio Nacional de Periodismo y el Premio de la Feria Internacional de Frankfurt, en Alemania. Ahora es locutora de un programa de opinión en la televisión.

Adaptado de https://www.sensacine.com.mx

Sabina Berman Goldberg is a Mexican writer, journalist and playwright, born 1955, in Mexico City. His parents, of Polish-Jewish origin, emigrated to Mexico; él, during the government of Lázaro Cárdenas del Río y ella with the outbreak of World War II,. Sabi grew up in Mexico, next to three brothers.Professionally, he studied psychology and Mexican literature at the Universidad Iberoamericana. He made his debut as a film screenwriter with the horror film La tía Alejandra (1979), and then devoted himself to journalism and teaching for several years. He would return in the 90s, with the script for the film Between Pancho Villa and a naked woman (1996), to later work on the films El traspatio (2009), Gloria (2014) and Macho (2016). Sabina has written three novels, La bobe, La mujer que buceó en el corazón del mundo and El Dios de Darwin, in addition to being recognized with the National Prize for Journalism and the Prize of the Frankfurt International Fair in Germany. Now she leads a television program of opinion and discusion.

Adapted from: https://www.sensacine.com.mx

Sabina Berman, La bobe. México, D.F: Planeta., 1990.

Sabina Berman. La bobe/The Grandma

“Le platico a mi madre”

Le platico a mi madre de este señor llamado Moisés. Estamos en el comedor, mis hermanos se han ido a jugar al jardín. Le platico que Moisés, lleno de la fuera de Dios, abrió los brazos, y el Mar rojo se abrió y entonces Moisés, seguido por el pueblo judío, avanzó entre las paredes del mar alzado.

Mi madre atiende divertida, sus ojos verdes, casi grises, son verde- turquesa cuando es feliz. Terminado mi relato, se despeja la frente del mechón de cabello rubio y me explica:

El señor, ese Moisés era un astrónomo egipcio y conociendo los movimientos de las mareas llegó ante el Mar Rojo en el momento que sus aguas estaban bien bajas. Además el Mar Rojo no era un mar, era un mar, era un lago de aguas mansas. Además no era rojo. Así que fue así: Moisés llegó en el momento adecuado para cruzar sin problemas ese charco.

Al día siguiente, en la clase de la Biblia, pido la palabra. Digo: Moisés que era un egipcio que había estudiad astronomía. . .

La maestra me interrumpe para corregir: Moisés era un judío. . .

No, digo. Era un egipcio que le dijo a los judíos algunas mentiras, como ésa de ser judío. . .

Espérame en la dirección, dice la maestra.

Me enseñan en la escuela y en casa me desenseñan. Me enseñan en casa y en la escuela e en la escuela me expulsaron.

Me dice mi mamá.

Eso de que el pueblo judío es un pueblo elegido de Dios es lo que se llama un milagro de la imaginación. Fíjate los judíos somos el pueblo más maltratado de la historia: cada cincuenta o cien algún tirano trata de exterminarnos, cada que un país quiere echarle la culpa de sus desgracias a alguien se la echó a los judíos, así que los judíos, ¿qué hacemos los judíos? Inventamos entre nosotros que Dios, ese señor invisible, ese señor hipotético (después hablamos de lo que quiere decir hipotético), Dios, ése, sí nos adora. Cómo verás locura pura.

Al día siguiente vuelvo a casa con una nota de expulsión.

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“I Speak to my Mother”

I I speak to my mother about this man called Moses. We’re in the dining room; my brothers have gone out into the garden to play. I tell her the Moses, infuse with God’s strength, opened his arms and the Red Sea parted, and then, followed by the Jewish people, he advanced between the walls of the risen sea.

My mother listens, amused, her green-gray eyes turning turquoise, as they do when she’s happy. When I finish my story, she brushes a blonde curl from her forehead and explains:

“This guy Moses was a n Egyptian astronomer who understood the tides and arrived at the Red Sea just when the water level was very low. Besides, the Red Sea wasn’t a sea at all, it was a lake with very calm waters. And it wasn’t really red. So it’s like this: Moses arrived at exactly the right moment when he could cross that pond without any problems.”

The next day in Bible class, I raise my hand. I say: “Moses was an Egyptian who studied astronomy. . .”

The teacher interrupts me and corrects me: “Moses was a Jew.”

“No,” I insist. “He was an Egyptian who told lies to the Jews; he told them he was Jewish.”

“Wait for me in the office,” the teacher says.

In school, they teach me things that I have to unlearn at home. They teach me things at home, and I’m expelled from school.

My mother explains: “The business about the Jews being God’s chosen people is what we call a miracle of the imagination. Look: we Jews are the most abused people in history. Every fifty or one hundred years some tyrant comes along and tries to exterminate us. Every time some country wants to blame someone for its problems, they blame the Jews, and we Jews, what do we do? We delude ourselves with the story that God, that invisible guy, that hypothetical guy gentleman, (later, we’ll discuss the meaning of hypothetical), really adores us. You see? Sheer craziness.”

The next day I come home from school with an expulsion notice.

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“Bendice las velas del Shabat”

Bendice las velas del Shabat: sus manos cortas, delgadas, sobrevuelan las flamas en círculos lentísimos, las seis flamas, las ocho flamas, la corona de luces del candelabro de plata de ocho brazos dispuestos en círculo. El velo de encaje blanco sobre la cabeza, sobre los ojos, los labios murmurando la oración que agradece y da la bienvenida al Shabat: la reina del día del descanso. La mesa está puesta para quince personas, platos blancos con borde de azul cobalto, cubiertas de plata, copas, vasos, jarras, el vaso de plata en la cabecera para el abuelo. En la cocina la comida está lista desde el atardecer. Ha trabajado desde la mañana del día anterior preparando el arenque marinado, la carpa, el pescado rebosado, el pescado relleno, el caldo, los fideos para el caldo, el pollo al horno, el lomo, las zanahorias con pasitas, la col rellena, la compota de fruta, el strudl, el pastel de manzana, el pan trenzado. Por fin, cuando en el ventanal de la sala el cielo estaba rojizo, se ha quitado en el baño la ropa olorosa de guisos y salmuera y se ha bañado en la tina. Se ha perfumado y peinado y vestido con minucia. Ante el espejo del dormitorio de ha pintado los labios de carmín subido. Se ha colocado el collar de perlas y se ha quedado mirando sus ojos negros en el espejo, los aretes de perla gris, su vestido azul marino de seda cruda. Preparar la comida y preparar su aspecto: lo ha hecho con igual religiosidad. Ha ido acumulando los detalles del ritual que cerca ese día, lo aparta de los otros, consagra sus horas, las disuelve en otro tiempo libre de urgencias mundanas, un tiempo imantado de lo eterno. Entre los haceres del ritual, le ha servido al abuelo un té, o dos, le ha servido la cena y más tarde el desayuno; asistió cuando escuchó sus gritos de náufrago para arrebatarle el periódico entre cuyas noticias atroces se hundía y le ha servido otro té, ahora de yerbabuena, con otros cuatro terrones de azúcar, mientras él abría la Guía de Maimónides, su tabla de salvación. En algún momento me ha recibido a mí, su nieta menor; la puerta del elevador se ha abierto, ha tomado de mis manos la maleta con ropa de fiesta, se ha inclinado para que la bese rodeándole el cuelo con los brazos, me ha sentado en el estudio, ante el escritorio, para que trabaje en mis cuadernos. Ha sacado los dos panes trenzados del horno. Le ha entregado al abuelo el estuche de terciopelo rojo tinto que guarda el libro de rezos y lo ha despedido en la puerta. Ha ido de cuarto en cuarto encendiendo las luces de techo y las lámparas, porque iniciado el Shabat están proscritos los trabajos, incluso el nimio de prender la luz. En el estudio descolgó el teléfono: si ni siquiera a las bestias les es permitido trabajar en Shabat, me explicó alguna vez, menos a los teléfonos. Se ha bañado y vestido acicalado. Entonces me ha llamados para revisar mi atuendo: el pelo a la príncipe valiente, el traje de falda y saco color crema con rebordes azules en el cuelo y las mangas, las calcetas blancas, bien dobladas al tobillo, visibles bajo mis primorosas botitas de plástico transparente. Se ha quedado absorta en las botitas, nunca había visto algo así, ha dicho. Son casi increíbles, ha dicho, azorada. Tienen en las punteras un rombo rosa fosforescente. Es lo moderno, le he dicho yo. Cuando en el ventanal, en el cielo aún diurno apareció el punto de luz de la primera estrella, hemos ido a la sala, se ha colocado sobre la cabeza y los ojos en velo de encajes, ha encendido las flamas de l candelabro y las ha bendecido.

Se quita el velo, sonriente. Me toma de ambas manos, meneando la cabeza. Menea la cabeza al lento ritmo de una música secreta, el mismo ritmo lo marca con los pies. La imito. Nos movemos así muy despacio por la estancia. Bailar a solas dos o una, bailar sin música y sin motivo, es como ofender flores a la alegría. Se inclina hacia mí para decirme muy quedo: Siente la Shabat, entrando. . .entrando. . . Coloca las yemas de dos dedos sobre mi corazón. Sí, ahí se siente, esa suavidad, entrando, entrando. . . ¿Es iz lijtik?, me pregunta en un sople de voz,¿Es luminoso? Pasa sus dedos sobre mis ojos para entrecerrarlos.

De pronto noto en la abuela un gesto de impaciencia, de urgencia, es como si quisiera verme por dentro, saber si me alcanza a tocar su voz, si comparto con ella esa luz. Sí, murmuro, la veo.

Seguimos moviéndonos despacio. Oib es iz lijtik, es shein, dice. Sí, es luminoso, es bello.

Oib es iz shein, susurra, sí es bello, es iz heilik, es sagrado. Me pregunta en un soplo de voz si entiendo. También a mí es difícil hablar, no rendirme completamente a ese encanto que sucede en silencio: le digo que sí, como en secreto, sí entiendo. Aún nos movemos, despacio. Ella dice que no, que todavía no entiendo, que me acuerde: es bello, es sagrado. Habla poco y cuando habla le faltan palabras para hacer largas explicaciones, entonces habla en aforismos. Vuelve a decir que no con la cabeza, sin dejar de bailar. No, ahora, no, no es posible que yo entienda ahora, pero debo aprenderlo de memoria. Bello: sagrado.

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“She Blesses the Shabbat Candles”

““She Blesses the Shabbat candles; her short, thin hands fly above the flames in very slow circles, six flames, eight flames, a crown of light circling the eight-branched silver candelabrum. A while lace veil on her head covers her eyes, as her lips murmur the prayer that welcomes and gives thanks for the Sabbath: the queen of the day of rest. The table is set for fifteen people: white plates with a cobalt blue border, cups, glasses, pitchers, my grandfather’s silver glass at the head of the table. In the kitchen the food has been ready since nightfall. She has worked since the morning of the previous day, preparing the pickled herring, the carp, gefilte fish, stuffed fish, soup, noodles for the soup, the roast chicken, the pot roast, carrots with raisins, stuffed cabbage, fruit compote, strudel, apple pie, challah. Finally, when the sky turns coppery outside the living room window, she goes into the bathroom and removes the clothes that are of seasonings and brine, and she bathes in the tub. She meticulously perfumes, combs, and dresses herself. She paints her lips bright red before the vanity mirror. She puts on her gray pearl necklace and contemplates her appearance in the mirror; her black eyes, her gray pearl earrings, her navy raw silk dress. Preparing the food and preparing herself; she has done both with equal devotion. She has been accumulating the rituals that surround this day, that separate it from the rest of the week.

She has consecrated its hours, dissolving them into another time that is free from worldly pressure, a time that is charged with eternity. Between performing the duties of the ritual, she has served my grandfather his cup of tow of tea; she has served dinner, and later, breakfast. She has come running when she heard his cries, like a mand drowning behind his newspaper, and has snatched it away from him because he has been sinking in the morass of bad news. She has served him yet another cup of tea, mint this time, with four additional lumps of sugar, while he opened his copy of Maimonides’s Guide, his tablet of salvation. At some point she opens the door for me, her youngest granddaughter; the elevator door opens up and she takes my little suitcase with my holiday clothes from my hand. She leans over to let me kiss her and throw my arms around her neck. She sits me down at the desk in the study so I can do my homework. She takes the two challahs from the oven. She hands my grandfather the wine-red velvet case that holds his prayer book, and she takes leave of him at the door. She goes from room to room, turning on the ceiling lights and the lamps, because once Shabbat begins, all work is forbidden, even the trivial task of turning on the lights. She disconnects the phone in the study; not even animals are allowed to work on Shabbat, so why should the telephone? She once explained to me, years before. She is bathed, dressed, and adorned. Then she calls me over to check my appearance: my Prince Valiant hairstyle, my cream-colored suit with a blue border on the collar and sleeves, my white socks neatly doubled over at the ankle showing through my dainty, transparent little plastic boots. She seems fascinated by my boots; she’s never seen anything like them before, she says. “They’re incredible,” she says with astonishment. On the toes they have an iridescent pink plastic rhombus. “They’re the latest thing,” I explain.

When the point of light of the first evening star appears in the still-daylit sky through the living room window, we go to the living room, where he places the lace veil over her head and shoulders, lights the flames of the candelabrum and blesses them.

Smiling, she removes the veil. She takes me by both hands, moving her head from side to side. She moves her head to the slow rhythm of a secret music, the same rhythm that she marks with her feet. I imitate her. We move very slowly like this across the room. For one person or two to dance like this, alone, with out music, is like offering flowers to happiness. She bends over to whisper to me: “Feel Shabbas coming in, coming in. . . “She places the pads of her fingers in my heart. “Yes, that’s where you feel it, that softness, coming in, coming in. . . Es is lichtik? Is it shining? She passes her fingers across my eyelids, closing them.

Suddenly I notice a gesture of impatience or urgency in my grandmother. It’s as though she wants to see inside me, to find out if her voice has reached me, if I share that light with her.

“Yes.” I whisper, “I feel it.”

We keep moving, slowly. Oyb es is lichtik, es is shayn,” she says. If it’s shining, it’s beautiful/ Oyb esis shayn es is haylik.” “If it’s beautiful,” she whispers, “it’s holy.” She asks me in a breath of a voice if I understand, I too, find it hard to speak, not to submit completely to that enchanted silence. I tell her yes, as if confiding a secret, yes, I understand. We’re still moving, slowly. She says no, I don’t understand yet. I should remember: it’s beautiful, it’s sacred. She hardly speaks, and when she does, she lacks the words for long explanations, so she uses aphorisms. Again she shakes her head, no without stopping the dance. No, not now: it’s not possible for me to understand it now, but I must learn it by rote: beautiful, sacred.

Translated by Andrea Labinger

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Obras de Sabina a Berman/Works by Sabina Berman

Sergio Chejfec (1956-2022)– Escritor judío-argentino/Argentine Jewish Writer — “Lenta biografía”/”Slow Biography” — una historia con fantasmas/a story with ghosts–

Sergio Chejfec nació en Buenos Aires en 1956, empezó a publicar en revistas literarias mientras trabajaba como librero, taxista u oficinista. En 1990, ya en Caracas, se integró a la redacción de la revista cultural y de ciencias sociales Nueva Sociedad. El autor recibió el premio Konex, fue becario de la Fundación Guggenheim y residente en Civitella Ranieri (Italia) y la Maison des Écrivains Étrangers et des Traducteurs (MEET) de Saint-Nazaire. Publicó las novelas Lenta biografía y Moral (1990). Le sucedieron títulos como El aire (1992), Cinco (1996), El llamado de la especie (1997), Los planetas (1999), Boca de lobo (2000), Los incompletos (2004), Baroni: un viaje(2007), Mis dos mundos(2008), La experiencia dramática (2012) y la colección de cuentos Modo linterna (2013). También publicó libros de poemas como Tres poemas y una merced (2002), Gallos y huesos (2003), y los ensayos El punto vacilante (2005) y Sobre Giannuzzi (2010). Sus últimos libros, característicos de la hibridez genérica y la renombrada incertidumbre referencial que definía su estilo, fueron Últimas noticias de la escritura (2016), El visitante (2017), Teoría del ascensor (2018), 5 (2019) y No hablen de mí: una vida y su museo (2021). Adaptado de Letralia.

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Sergio Chejfec was born in Buenos Aires in 1956. He began to publish in literary magazines while he worked as a bookseller, taxi driver or clerk. In 1990, already in Caracas, he joined the editorial staff of the cultural and social science magazine Nueva Sociedad. The author received the Konex award, was a fellow of the Guggenheim Foundation and a resident at Civitella Ranieri (Italy) and the Maison des Écrivains Étrangers et des Traducteurs (MEET) in Saint-Nazaire. He published the novels Lenta biografía and Moral (1990). Titles such as El aire (1992), Cinco (1996), The call of the species (1997), Los planetas (1999), Boca de lobo (2000), Los incompletos (2004), Baroni: un viaje (2007) followed. , Mis dos mundos (2008), La experiencia dramática (2012) and the collection of stories Modo Linterna (2013). He also published books of poems such as Tres poemas y una merced (2002), Gallos y huesos (2003), and the essays El punto vacilante (2005) and Sobre Giannuzzi (2010). His latest books, characteristic of the generic hybridity and the renowned referential uncertainty that defined his style, were Últimas Noticias de la Lectura (2016), El visitante (2017), Teoría del ascensor (2018), 5 (2019) and No hablen de mí: una vida y su museo (2021). Adapted from Letralia.

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“Lenta biografia”

Esas preguntas eran, ahora pienso, una materia sutil de imaginar; yo imaginaba caras, gestos, ojos. También eran la forma de pensarla familia que mi padre no tenía. Suponía las caras de mis tíos como variaciones leves de la suya, a pesar de que sus voces les concedía mayor flexibilidad: podían ser más agudas o graves que la de él. Creo que si mi imaginación era más permisiva en relación con ellas que con las caras, lo que fue justamente porque con su voz mi padre se distanciaba—de un modo permanente—de lo que me rodea; él hablaba otros idiomas y hablaba—habla mal el mío. Ruso, idisch, polaco, salían de su boca graves con la naturalidad que ortagaba el uso y con el infinito matiz de entonaciones que concede la total identificación la total identificación con el universo de la lengua.

Supongamos que escapando, mi padre vino a Buenos Aires escapándole a la guerra ya terminada, o más bien, o más bien quizá a sus consecuencias y recuerdos. Espantado de hambre; también—supongo– con la intención de radicarse. De aquellos judíos, los que no huyeron espantados casi todos terminaron muriéndose asesinados; seis de ellos fueron mis tíos, dos de ellos mis abuelos, o sea sus padres. El siempre tuvo respuestas escuetas para referirse a su familia desaparecida: cuántos eran hombres, cuántos mujeres, qué lugar ocupaba él en la escala cronológica, la diferencia de edad entre sus padres, y cosas por el estilo. Ese recato no estaba dado a su parte por una abierta y explícita negación a profundizar en estas cuestiones (en realidad más bien siempre se cuida de sugiera una circunstancia en la que se pudiese preguntar por ellas), sino que nos contagiaba el tono de sus respuestas precisas y lánguidas, que se rezumaban y transmitían un despego profundo con su pasado. Sin embargo, si ese alejamiento existía realmente, de noche desaparecía: nosotros sabíamos que soñaba de manera cotidiana con sus hermanos y padres, y era esto lo que nos desconcertaba.

Es como si los muertos nos visitaran como vivos, pero ataviados por nosotros. Esas cosas no reflejaba yo cuando era chico; imaginaba difusas las caras que mis tíos tendrían. Años después me daría cuenta de que intentaba reconstruir y recordar un pasado que no me pertenecía directamente: esa pertenencia estaba dada por la persona de mi padre. También pienso ahora que si yo quería sospechar sus caras y sus voces no era, bien miradas las cosas, porque rechazara la idea de que no pudiera conocerlos, sino todo lo contrario: su condición de muertos, de inexistentes, de personas que ya nunca volverían, fue la manera natural que para mí siempre tuvieron, con cierta matiz diferente–o sea sus carácter de desaparecidos—en relación a mi padre. Ellos eran su sombra natural, el pasado y su espacio virtual desde donde él había venido. (Fisgoneaba, oteaba, prácticamente vigilaba su cara para suponer las posibles variaciones de las arrugas y los gestos en relación a aquel conjunto misterioso e inexistente que había sido su seno; y lo que atisbaba eran las tímidas sugerencias que me ofrecían sus rasgos.)

Hace cierto tiempo una tarde mi padre aumentó, sin saberlo, es espacio oscuro de donde provino y provenía cuando era niño: me dijo, con su voz lenta y grave, con distintas palabras, que el pueblo donde él nació y vivió quince años no existía, se había destruido en la guerra. Sin dejar rastros, pensé yo, como sus padres y hermanos, que sin embargo, tienen la cara de mi padre en mi recuerdo de infancia. Es que como si los muertos nos visitaran a los vivos, pero ataviados por nosotros. Un hermano, para él, era un hermano; para mí, un tío, casi era él. Mi padre era todo lo que él decía que había tenido; era, al mismo tiempo, testimonio y causa. El atavío, a estos muertos ignotos, era yes puesto por mí utilizando la figura de mi padre.

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“Slow Biography”

These questions were, I now think, a subtle subject for imagination; I imagined faces, gestures, eyes. They were also the way of thinking about the family that my father didn’t have. I conceived the faces of my uncles and aunts to be slight variations of his, although I conceded more flexibility to their voices; they could be higher or lower than his. I believe that if my imagination was more permissive in relation to them than with the faces, that was justified because, with his voice, my father distanced himself—in a permanent way—from what surrounded me; he spoke other languages and he spoke mine poorly. Russian, Yiddish, Polish from his mouth came deep sounds and with the naturalness that use bestows and with the infinite shades of intonations that grants the total identification with the universe of the language.

Let’s suppose that escaping, my father came to Buenos Aires, ridding himself from the war that was already ended, or better said, perhaps its consequences and memories. Terrified by hunger also—I suppose—with the intention of settling there. Of those Jews, those who did not flee terrified, almost all ended up murdered; six of them were my uncles and aunts, two of them my grandparents, or his parents, and things like that. He always had terse answers when referring to his family, how many women, how many men, the place they occupied in the family chronology, the difference in age between his parents, and things like that. That restraint didn’t come from him through an open and explicit negation to go deeper into these questions (in reality more because he is careful not to hint at a circumstance that would lead to our asking about them), but what infected us was the tone of his precise and languid answers that summarized and transmitted a profound detachment from his past. Nevertheless, if that distancing really existed, at night it disappeared: we knew that he dreamed in an ordinary manner about his brothers and parents, and that is what disconcerted us.

It is as if the dead visited us as if they were alive, but dressed up by us. I didn’t think about such things when I was little; I imagined, in a diffuse way, the faces that my uncles and aunts would have. Years later, I came to the conclusion that I tried to reconstruct and remember a past that didn’t directly belong to me; that ownership was given by way of my father. I also now think that if I wanted to guess at at their faces and voices, it wasn’t because, seeing things clearly, I rejected the idea that I could never get to know them, but just the opposite: their condition of being dead, non-existent, of people who will never return, was the natural way for me that they always had, with a certain different tinge—or perhaps their state of being disappeared—in relation to my father. They were his natural shadow, the past and his virtual space from which he had come. (I snooped, examined, practically watched his face to guess the possible variations of his wrinkles and his gestures in relation to that mysterious and inexistent group that had been his refuge; and what it hinted at were the timid suggestions that didn’t provide me with their basic characteristics.)

Some time ago, one afternoon, my father increased, without knowing it, the dark space from which he comes or came when he was a boy: he told me, with his slow and deep voice, with precise words, that the town where he was born and lived for fifteen years didn’t exist, it had been destroyed in the war. Without leaving traces, I thought, like his parents and brothers, who, nevertheless, have my father’s face in my childhood memory. It is as if the dead visit the living, but dressed up by us. A brother, for him, was a brother; for me, an uncle, was almost him. My father was everything that he said he had had, he was, at the same time, proof and cause. The clothing, of these unknown dead, was and is created by me, using my father’s figure as a model.

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Libros de Sergio Chejfec/Books by Sergio Chejfec

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Ana María Shua — Novelista y Cuentista judío-argentina/Argentine Jewish Novelist and Short-story Writer– “El idioma/”The Language”– fragmento de “El libro de los recuerdos”/excerpt from “The Book of Memories”

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Ana María Shua nació en Buenos Aires. Siendo hija de padre padres judíos, padre libanés y madre polaca, que emigraron en los años 20 a Argentina. A los 15 años publicó su primer libro de poesía, El sol y yo que fue un éxito. Recibió dos premios, el Premio estímulo del Fondo Nacional de las Artes y la Faja de Honor de la Sociedad Argentina de Escritores. Estudió literatura en la Universidad de Buenos Aires donde obtuvo un Máster en Art. En 1976, hubo un golpe de estado en Argentina Shua se dirigió voluntariamente al exilio en París y trabajó como editora para la revista española “Cambio 16”. Regresó al cabo de un año a su tierra natal y publicó su primera novela Soy Paciente en Buenos Aires en 1980, considerada por los críticos metáfora interpretada por el régimen dictatorial. Algunas de sus obras fueron traducidas a múltiples lenguas y dos de sus novelas fueron llevadas al cine: Soy Paciente (1986) y Los amores de Laurita (1986). Desde entonces ha publicado más de ochenta libros de muchos géneros, incluyendo: novelas, cuentos, micro-ficciones, poesía, teatro, literatura infantil, literatura cómica, la antología, ensayos y guiones cinematográficos y artículos periodísticos. Ha recibido numerosos premios nacionales e internacionales, incluyendo una beca otorgada por la John Simon Guggenheim Memorial Foundation. Es particularmente famosa en el mundo de habla hispana como la “Reina de la Microficción”.

Adaptado de Fandom.com

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Ana María Shua was born in Buenos Aires. Being the daughter of a Jewish father, a Lebanese father and a Polish mother, who emigrated to Argentina in the 1920s. At the age of 15, he published his first book of poetry, El sol y yo, which was a success. He received two awards, the Stimulus Award from the National Fund for the Arts and the Belt of Honor from the Argentine Society of Writers. She studied literature at the University of Buenos Aires where she obtained a Master’s in Art. In 1976, there was a coup in Argentina. Shua voluntarily went into exile in Paris and worked as an editor for the Spanish magazine “Cambio 16”. He returned to his homeland after a year and published his first novel Soy paciente in Buenos Aires in 1980, considered by critics to be a metaphor interpreted by the dictatorial regime. Some of his works were translated into multiple languages and two of his novels were made into movies: Soy paciente(1986) and Los amores de Laurita (1986). Since then he has published more than eighty books of many genres, including: novels, short stories, micro-fictions, poetry, theater, children’s literature, comic literature, the anthology, essays and film scripts and newspaper articles. He has received numerous national and international awards, including a fellowship from the John Simon Guggenheim Memorial Foundation. She is particularly famous in the Spanish-speaking world as the “Queen of Microfiction”.

Adapted from Fandom.com

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“El idioma”

Cuando el mayor de los hijos del abuelo Gedalia y la babuela, el que llegaría a ser, con el tiempo el tío Silvestre, empezó a ir a la escuela, todavía (como suele suceder con los hijos mayores en las familias de inmigrantes pobres) no dominaba el idioma del país.

Esa desventaja con respecto a los compañeros le produjo grandes sufrimientos morales. Tardó pocos meses en poseer un vocabulario tan amplio como cualquiera d e los demás chicos, modificó con gran rapidez sus errores sintácticos y gramaticales en castellano, pero le llevó años enteros llegar a pronunciar la terrible erre de la lengua española, la fricativa alveolar sonora: la punta de su lengua resistía a vibrar con ese sonido de motor que escuchaba y envidiaba en niños mucho más pequeños que él, vibración que era capaz de imitar con el labio superior, pero no con el maldito punta de su lengua. (Pinche, que aprendió a hablar imitándolo a Silvestre, como lo imitaba en todo lo demás, nunca pudo llegar a pronunciar la doble erre, que a Silvestre sólo se le entregó mucho después, ya en plena adolescencia).

Decí regalo, le decían los otros chicos. Decí erre con erre guitarra, le decían. Decí que rápido ruedan las ruedas, las ruedas del ferrocarril. Y cuando escribía, Silvestre confundió territorio con terítorrio y la maestra se sorprendía de esa dificultad en un alumno tan bueno, tan brillante, tan reiteradamente abanderado.

Entonces, un día, llegó Silvestre enojado y decidido a la Casa Vieja y declaró que en esa casa no se iba a hablar nunca más el Otro Idioma, el que sus padres habían traído con ellos del otro lado del mar. Ese idioma agonizante que tampoco en el país donde el abuelo Gedalia y la babuela habían vivido era la lengua de todos, la lengua de la mayoría, que ni siquiera era la lengua que los habían obligado a usar en la escuela pública, pero que sí había sido el idioma para ellos, el Idioma de sus padres y el de sus amigos y el de juegos infantiles y las canciones de cuna y las primeras palabras de amor los insultos y, par siempre, el Idioma de los números: el único Idioma en el que era posible hacer las cuentas . El Otro Idioma, el íntimo, el propio, el verdadero, el único, el Idioma de ningún país, el Idioma que tantos se burlaban, al que muchos llamaban jerga, el Idioma que nadie, salvo ellos y los que eran como ellos, respetaban y querían. El Idioma que estaba condenado a morir con su generación.

Y sin embargo cuando llegó Silvestre, llegó ese día en la escuela y sin sacarse el delantal declaró que la señorita había dado el orden que en su casa tenían que hablar solamente castellano, nadie se sorprendió.

Al abuelo Gedalia le gustó mucho la idea por dos razones: porque necesitaba, para su trabajo de kuentenik, es decir, vendedor, mejorar todo lo posible en su habilidad con la lengua del país en qué vivía, y también porque se le presentaba una oportunidad más de humillar a su mujer delante de sus hijos (esa actividad era una de sus diversiones preferidas).

A la babuela, que nunca había hablado de corrido la lengua de la mayoría, ni siquiera en su país de origen, el castellano le parecía un idioma brutal, inexpresivo, y sobre todo inaccesible, y hasta ese momento se las había rebuscado con gestos con gestos y sonrisas u algunas palabras para hacer las compras. En la época en la cual el carnicero regalaba el hígado para el gato de la casa. La babuela señalaba el trozo de hígado sangrante y sonreía muy avergonzada y el carnicero

Se lo envolvía en un pedazo grande de papel de diario.

Pero si así lo había dicho la señorita, así debía ser. La babuela le tenía miedo a la maestra, que era para ella casi un funcionario de control fronterizo, alguien destacado por las autoridades de inmigración para vigilar desde adentro a las familias inmigrantes y asegurarse de que se fundieran correctamente el crisol de razas.

Y asî fue como el idioma de las canciones de cuna y las palabras de amor y los insultos de lo que con el tiempo llegaron a ser los abuelos, desapareció, al menos en la superficie, de la casa de la familia Rimetka, quedó para siempre encerrado en el dormitorio grande y los hermanos menores apenas lo entendían.

Fuera del dormitorio, el abuelo Gedalia se complacía en no entenderse con su mujer en castellano de manera más completa y al mismo tiempo más sutil que la que usaban para no entenderse en la que era para ambos su Lengua natal. Es por eso que en el Libro de los Recuerdos son muy pocas o ninguna las palabras que no aparecen en castellano.

Ana María Shua. El libro de los recuerdos. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1994, 21-23.

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“The Language”

When the eldest of Grandfather Gedalia and Granny’s children began attending school, he still hadn’t mastered the language of the country (as was customary with the eldest in families of poor immigrants.)

This disadvantage, in terms of his relationship with other school mates, caused him great suffering. Yet it didn’t take him long to acquire an ample vocabulary equal to the other students, and he quickly learned how to mitigate his syntactical and grammatical errors in Spanish. Nevertheless, it took him several years to learn to roll that terrible Spanish double rr, that sonorous alveolar fricative in which the tip of his tongue refused to vibrate like the sound of a motor—you know—you know, vrrrrrrm—that he would hear children younger than him pronounce, making him envious, a sound that he could imitate with his upper lip but not with that damned tip of his tongue.

Pucho, the second in line, who learned to speak by imitating Silvester (he imitated Silvester did), never did learn how to pronounce that double rr either, the same one that Silvester only managed to acquire much later in life, when he was already a teenager,

“Say rrrregalo,” the other children would tell him. Or, they’d tell him to say “rr and rr, guitarra”” rápido ruedan las ruedas, laas recueros del ferrocarril.” And when he would write, Silvester always put teritorio for territorio, which surprised the teacher because Silvester was such a good student, so brilliant, a real standard bearer.

Then on day, Silvester, who had become visibly upset, arrived at the Old House, having made up his mind that never again in that house was anyone was going to speak the Other Language, the one his parents had brought over from the old country; the language that was dying and wasn’t even the main language spoken in his parent’s native land, or taught in the public schools they had attended. It had been the language commonly used by their parents among their friends, for children’s games and lullabies, for their first words of love, for insulting, and always, counting; the only language in which they could do their adding and subtracting. It was that Other Language, the intimate language, the one they could call their own, the true language, the only language, the language, the one language

that knew no national boundaries, the one language that people joked about, the one so many people called jargon, the language that no one, except for them and others like them, loved and respected. The language was condemned to die with them.

And yet no one was when Silvester came home from school that day and, even before taking off his school uniform, that the teacher had told them to speak only Spanish at home.

Grandfather Gedalia liked the idea for two reasons: it enhanced his work as a peddler, that is to say, salesman, because it was a good opportunity to improve his Spanish. And also, because it gave him the opportunity to humiliate his wife in front of his children (which gave much pleasure.)

For Granny, who didn’t even manage well in the majority of her country back home, Spanish seemed like a harsh, unexpressive language that was, above all, inaccessible. Up until that time, she had done her shopping mainly by gesturing and smiling. That was when the butcher at the meat market would give her liver for the cat. Granny would point at the bloody piece of meat and smile embarrassingly while the butcher wrapped it up in a large piece of newspaper.

But if that’s what the teacher had ordered. That’s the way it had to be. Granny was a little afraid of the teacher who seemed to her more like a member of the border patrol under orders from the immigration authorities keeping an eye on immigrants and making sure they conform, integrate, and become part of the melting pot.

And, hence, that’s how the grandparents became identified with the language of lullabies, love, and insults that in time began to disappear, at least on the surface of things, from the home of the Rimetka family. Once it became confined to the master bedroom, the two younger children, never did fully grasp the language.

Beyond the bedroom. Grandfather Gedalia was quite happy not understanding his wife in Spanish, just as they didn’t understand each other in their native language. For that reason, you will only find Spanish in the Book of Memories.

Ana María Shua. Albuquerque: The Book of Memories. The University of New Mexico Press, 1998. Trans. by Dick Gerdes. pp. 17-19

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Unos libros de Ana María Shua/Some of Ana María Shua’s Books

Edna Aizenberg (1945-2018)–erudita y experta en la literatura judío-latinoamericana — judío venezolana-norteamericana–argentina/Venezuelan American scholar and expert in Latin American Jewish Literature–“Sephardim in Latin American Literature”/”Sefardíes en la literatura latinoamericana”

Edna Aizenberg inició su carrera académica en la Universidad Central de Venezuela en Caracas y fue fundadora de la Escuela de Lenguas Modernas de la U.C.V. Comenzó a enseñar en Marymount Manhattan College a mediados de la década de 1970 hasta su retiro hace solo unos años. Un estudioso de Borges de renombre mundial, su libro The Aleph Weaver (1984), inició el estudio de la Shoah, la política y la “realidad” en la obra de Borges. La traducción al español del libro, El tejedor del Aleph: biblia, kábala y judaísmo en Borges (1986) ganó el Premio Fernando Jeno (México, 1997). Entre sus numerosas publicaciones y ensayos, la Dra. Aizenberg también fue miembro de los consejos editoriales de Variaciones Borges y EIAL, y se desempeñó como evaluador y consultor de Modern Language Association, MacArthur Foundation; Fondo Nacional de las Humanidades; la Fundación para la Cultura Judía y la Fundación de Ciencias de Israel.

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Edna Aizenberg began her academic career at the Universidad Central de Venezuela in Caracas, and was a founder of the U.C.V’s School of Modern Languages. She began teaching at Marymount Manhattan College in the mid-1970s until her retirement only a few years ago. A world-renowned scholar of Borges, her book The Aleph Weaver (1984), initiated the study of the Shoah, politics and “reality” in Borges’s work. The book’s Spanish translation, El tejedor del Aleph: biblia, kábala y judaísmo en Borges(1986) won the Fernando Jeno Prize (Mexico, 1997). Among her numerous publications and essays, Dr. Aizenberg was also a member of the editorial boards of Variaciones Borges and EIAL, and served as an evaluator and consultant for the Modern Language Association, MacArthur Foundation; National Endowment for the Humanities; the Foundation for Jewish Culture, and the Israel Science Foundation.

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Nota: Este ensayo fue escrito en inglés y es una versión anterior de un capítulo de Aizenberg’s Books and Bombs in Buenos Aires. Por eso el inglés aparece primero, en contraste con las otras entradas en el blog.

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Note: This essay first appeared in English and is an earlier version of a chapter in Aizenberg’s Books and Bombs in Argentina. For that reason, the English appears first, in contrast with the other posts in the blog.

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“Sephardim in Latin American Literature”

I would like to look at Sephardim in Latin American Literature. I begin with Sephardic reality and Sephardic mythology. I use the phrase “Sephardic Reality to refer to the fact that since colonial times and down to our days there have been Sephardim in Latin America producing literature in Spanish. The earliest Jewish settlers and the earliest Jewish writers were Sephardim: in the period between discovery and independence, they were members of the Marrano Diaspora who emigrated to Spain’s New World dependencies; immediately after independence, they were there were Sephardim of Caribbean, usually Curaçaoan stock, who were among the founders of Latin American Jewry. Their numbers were small—and for reasons that newness in the environment to lack of talent, their production was not necessarily of the first order. But they were there, part of the literary fabric of Latin America.

In sixteenth-century Mexico we have the figure of Luis de Carvajal, a Spanish-born crypto-Jew, who was martyred by the Inquisition. Carvajal, the author of prayers, religious poetry, a memoir and other works, was probably the earliest of the Sephardic writers. He was followed, three centuries later when the independent South American republics abolished the Inquisition and made it possible for Jews to openly, by such authors of as Abraham Zacaria López-Penha (Colombia) and Elías David Curiel (Venezuela.) Both were poets of Sephardic Curaçaoan descent who were likely the first aboveboard Jews to make a contribution to Hispanic American literature (See Rotbaum, 174-5; Aizenberg, “Elías David Curiel”).

In their wake came other writers of Judeo-Hispanic literature, for example in the Dominican Republic, another López Penha, a novelist active in the 1930s and 1040s; and, again in Venezuela, SephardiIsaac Chocrón (see Younoszai and Irouquin-Johnson). Chocrón, a product of the newest wave of Sephardic immigration to Latin America—from North Africa and the Middle East—was a leading contemporary dramatist, having achieved stature both in his country and abroad. Talents such as Ricardo Halac and Marcos Ricardo Barnatán, Reina Roffé and Ana María Shua in Argentina, Teresa Porzecanski in Uruguay, Miriam Moscona and Rosa Nissán in Mexico, and again in Venezuela, Sonia Chocrón have added their names to the roster of Latin American Sephardic authors of Asian and African origin.

There are other contemporary names—the Argentine Humberto Costantini, from an Italian Sephardic family, and the Mexican Angelina Muñiz-Huberman–, whose return to their ancestral roots brings us back to the Iberian and Crypto-Jewish sources of Sephardim.

Like all realities, Sephardic literary reality in Latin America is multi-faceted and contradictory. It includes a Carvajal, who makes his beleaguered Jewish faith the very core of his writing and Curiel, whose poems in their then fashionable modernista style deal mainly with the pleasures of the flesh and the bottle as an escape from the angst of provincial life. It likewise includes a Haim Horacio López Penha, a free-thinking Mason, coming out of the small inter-married Dominican Sephardic community, who defends Jews and Judaism during the Nazi period in novel Senda de Revelación (1936); Path of Revelation, and an author with a much stronger Sephardic background, who paints a scathing portrait of Sephardic family life in his play Animales feroces (1963; Ferocious Animals). It embraces Rosa Nissán, whose autobiographical “bildungsroman” Novia que te vea (1992); May I See You a Bride), by a sequel “Hisho que te nasca (1996): May You Give Birth to a Son), so rings with the sounds of the spoken and sung Ladino, of the author’s childhood in Mexico City Sephardic immigrant committee that she provides a glossary, and Marcos Ricardo Barnatán, for whom the legacy of Sepharad is bookish and Borgesian in the epistolary novel, gesturing toward the intellectual, mystical traditions of Kabbalah and the midrash. (On Nissán, see Lockhart, “Growing Up”: I devote a chapter to Barnatán in Books and Bombs in Buenos Aires).

Writings by Latin American Sephardim are as varied as the authors’ divergent inclinations, life experiences and historical circumstances. There is even a variation within the same writer, with Chocrón, for instance, taking a more positive attitude toward his Sephardic inheritance in the epistolary novel Rómpese en caso de incendio (1976: Break in Case of Fire). The book chronicles the journey of self-discovery of a Venezuelan Sephardi named Daniel Benabel, a journey that takes him back to Sephardic sources—Spain and North Africa. In the work, Chocrón touches on a particularly significant aspect of Sephardic reality in Latin America: the phenomenon of resefardización, or the renewed integration of Sephardism into a wider Hispanic context (See León Pérez, Actas, 141-148).

We might expect Jews marked by Hispanic culture and character to find that their Jewish and general cultures complement each other, and even mesh, despite religious and other differences. This seems to be true in Chocrón’s case. Speaking through his protagonist, Benabel, Chocrón indicates that his Sephardic identity forms part of the same Spanish-Moorish complex in his Venezuelan identity. ”You’re forgetting that I’m a Sephardic Jew,” Benabel writes to an American friend, “So African, so Spanish, so Venezuelan that the Yiddish from Brooklyn would consider me a heretic.” “[Olvidas que soy judío sefaradita: tan africano, tan español y tan venezolano que los Yiddish de Brooklyn me considerarían un hereje.] (229-230)

Chacrón’s forerunners also found their at homeness in Latin America facilitated by the Sephadism. Abraham Z. López Penha was born in Curaçao and only settles in Barranquilla as an adult. Yet the fact that, like most of the Sephardim on the Dutch island, he was fluent in Spanish and familiar with the Hispanic ethos, undoubtedly smoothed the way for his smooth entry into the literary circles of fin de siècle South America. As for the Dominican Haim Horacio López Penha and the Venezuelan Curiel, they were members of communities where Sephardism had been such an effective took of assimilation that there very survival as Jews was threatened. López Penha’s Judaism, through a meritorious social ancestral heritage, blends easily with his Dominican identity. (His novel, set in Germany, where he studied, tells of a love between Gretchen, a German girl of Jewish descent, and Enrique, a Dominican student.) Curiel’s alienation is as much, if not more, than that of an artist from an uncomprehending milieu than rather than that of a Jew from his Hispano-Catholic surroundings—although that dimension is not absent.

So despite their diversity, Sephardic authors in Latin America share the benefits of a Hispanic patrimony on which to draw in the process of acculturation to Spanish-America.

BIBLIOGRAPHY

Aizenberg, Edna. Books and Bombs in Buenos Aires.

Hanover, NH: University Press of New England,

2002.

Aizenberg, Edna. “David Curiel: Influencias y temas.”

Revista Nacional de Cultura (Caracas) 32(1971):

94-103.

Lockhart, Darrell B. “Growing Up Jewish in Mexico:

Sabina Berman’s La bobe and Rosa Nissán’s Novia

que no te vea.” In The Other Mirror: Women’s Narrative

in Mexico. Ed. Kristine L. Ibsen. Westport, Conn.:

Greenwood, 159-74.

Lockhart, Darrell B. Ed. Jewish Writers of Latin America:

A Dictionary. New York: Garland, 1997.

Pérez, León. “El área de sefardización secundaria:

América Latina.” Actos del Primer Simposio de

Estudios Sefardíes. Madrid: Instituto Arías-Montano,

1970, 141-148.

Rotbaum, Itic Croitoru. De sefarad a neosefardismo.

Vol. I. Bogotá: Editorial Kelly, 1967.

Younoszai, Barbara and Rossi Irauquin-Johnson. Eds.

Three Plays by Isaac Chocrón. New York: Peter Lang,

1995.

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Se encuentran estos autores y artistas sefardíes en este blog hasta ahora. Vea la Lista completa A-Z para ver su obra./Sephardic authors and artists found in this blog up to now: See the Complete List A-Z to see their works.

Livio Abramo, Jenny Asse Chayo, Isaac Chacrón, Sonia Chacrón, Humberto Costantini, Victoria Dana, Rafael Eli, José Luis Fariñas, Juana García Abás, Linda Kohen, Luis León, Angelina Muñiz-Huberman, Rosa Nissán, Ferruccio Polacco, Ivonne Saed, Fanny Sarfati, Carlos Szwarcer, Bella Clara Ventura

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“Los sefardíes en la literatura latinoamericana”

Me gustaría mirar a los sefardíes en la literatura latinoamericana. Comienzo con la realidad sefardí y la mitología sefardí. Utilizo la frase “Realidad Sefardí” para referirme al hecho de que desde la época colonial y hasta nuestros días ha habido sefardíes en América Latina produciendo literatura en español. Los primeros colonos judíos y los primeros escritores judíos fueron sefardíes: en el período entre el descubrimiento y la independencia, eran miembros de la diáspora marrana que emigraron a las dependencias españolas del Nuevo Mundo; Inmediatamente después de la independencia, había sefardíes del Caribe, generalmente de origen curazao, que se encontraban entre los fundadores de la judería latinoamericana. Su número era pequeño y por razones que iban desde la novedad en el ambiente hasta la falta de talento, su producción no era necesariamente de primer orden. Pero estaban allí, formaban parte del tejido literario de América Latina.

En el México del siglo XVI tenemos la figura de Luis de Carvajal, un criptojudío de origen español, que fue martirizado por la Inquisición. Carvajal, autor de oraciones, poesía religiosa, memorias y otras obras, fue probablemente el primero de los escritores sefardíes. Le siguieron, tres siglos después, cuando las repúblicas sudamericanas independientes abolieron la Inquisición e hicieron posible que los judíos hablaran abiertamente, de autores como Abraham Zacaria López-Penha (Colombia) y Elías David Curiel (Venezuela). Ambos fueron poetas de Descendientes sefardíes de Curazao que probablemente fueron los primeros judíos honestos en hacer una contribución a la literatura hispanoamericana (Ver Rotbaum, 174-5; Aizenberg, “Elías David Curiel”).

Tras ellos llegaron otros escritores de la literatura judeo-hispánica, por ejemplo en República Dominicana, otro López Penha, novelista activo en las décadas de 1930 y 1040; y, nuevamente en Venezuela, SephardiIsaac Chocrón (ver Younoszai e Irouquin-Johnson). Chocrón, producto de la nueva ola de inmigración sefardí a América Latina —desde el norte de África y el Medio Oriente— fue un destacado dramaturgo contemporáneo, habiendo alcanzado estatura tanto en su país como en el extranjero. Talentos como Ricardo Halac y Marcos Ricardo Barnatán, Reina Roffé y Ana María Shua en Argentina, Teresa Porzecanski en Uruguay, Miriam Moscona y Rosa Nissán en México, y nuevamente en Venezuela, Sonia Chocrón han sumado sus nombres a la nómina de sefardíes latinoamericanos. autores de origen asiático y africano.

Hay otros nombres contemporáneos —el argentino Humberto Costantini, de familia sefardí italiana, y la mexicana Angelina Muñiz-Huberman—, cuyo retorno a sus raíces ancestrales nos remite a las fuentes ibéricas y cripto-judías de los sefardíes.

Como todas las realidades, la realidad literaria sefardí en América Latina es multifacética y contradictoria. Incluye a un Carvajal, que hace de su fe judía asediada el núcleo mismo de su escritura y Curiel, cuyos poemas en su estilo modernista entonces de moda tratan principalmente de los placeres de la carne y la botella como un escape de la angustia de la vida provinciana. También incluye a Haim Horacio López Penha, un masón de pensamiento libre, proveniente de la pequeña comunidad sefardí dominicana de matrimonios mixtos, que defiende a los judíos y al judaísmo durante el período nazi en la novela Senda de Revelación (1936); Path of Revelation, y un autor con un trasfondo sefardí mucho más fuerte, que pinta un retrato mordaz de la vida familiar sefardí en su obra Animales feroces (1963; Ferocious Animals). Abarca a Rosa Nissán, cuya “bildungsroman” autobiográfica Novia que te vea (1992); May I See You a Bride), de una secuela “Hisho que te nasca (1996): Que des a luz a un hijo), así suena con los sones del ladino hablado y cantado, de la infancia del autor en la Ciudad de México inmigrante sefardí comité que proporciona un glosario, y Marcos Ricardo Barnatán, para quien el legado de Sefarad es libresco y borgiano en la novela epistolar, apuntando hacia las tradiciones intelectuales y místicas de la Cábala y el midrash. (Sobre Nissán, véase Lockhart, “Growing Up”: a Barnatán le dedico un capítulo en Books and Bombs in Buenos Aires).

Los escritos de los sefardíes latinoamericanos son tan variados como las inclinaciones divergentes, las experiencias de vida y las circunstancias históricas de los autores. Incluso hay una variación dentro del mismo escritor, con Chocrón, por ejemplo, adoptando una actitud más positiva hacia su herencia sefardí en la novela epistolar Rómpese en caso de incendio (1976: Break in Case of Fire). El libro narra el viaje de autodescubrimiento de un sefardí venezolano llamado Daniel Benabel, un viaje que lo lleva de vuelta a las fuentes sefardíes: España y el norte de África. En la obra, Chocrón toca un aspecto particularmente significativo de la realidad sefardí en América Latina: el fenómeno de la resefardización, o la renovada integración del sefardí en un contexto hispánico más amplio (Ver León Pérez, Actas, 141-148).

Podríamos esperar que los judíos marcados por la cultura y el carácter hispanos descubran que sus culturas judía y general se complementan entre sí, e incluso encajan, a pesar de las diferencias religiosas y de otro tipo. Esto parece ser cierto en el caso de Chocrón. Hablando a través de su protagonista, Benabel, Chocrón indica que su identidad sefardí forma parte del mismo complejo hispano-morisco de su identidad venezolana. “Estás olvidando que soy un judío sefardí”, escribe Benabel a un amigo estadounidense, “tan africano, tan español, tan venezolano que los yiddish de Brooklyn me considerarían un hereje”. “[Olvidas que soy judío sefaradita: tan africano, tan español y tan venezolano que los yiddish de Brooklyn me considerarían un hereje.] (229-230)

Los precursores de Chacrón también encontraron su hogar en América Latina facilitado por el sefadismo. Abraham Z. López Penha nació en Curaçao y solo se radica en Barranquilla de adulto. Sin embargo, el hecho de que, como la mayoría de los sefardíes en la isla holandesa, dominara el español y estuviera familiarizado con el ethos hispano, indudablemente allanó el camino para su fácil entrada en los círculos literarios de la América del Sur de fin de siglo. En cuanto al dominicano Haim Horacio López Penha y al venezolano Curiel, eran miembros de comunidades donde el sefardí había tenido un efecto de asimilación tan efectivo que su propia supervivencia como judíos estaba amenazada. El judaísmo de López Penha, a través de una meritoria herencia social ancestral, se confunde fácilmente con su identidad dominicana. (Su novela, ambientada en Alemania, donde estudió, habla del amor entre Gretchen, una chica alemana de ascendencia judía, y Enrique, un estudiante dominicano.) La alienación de Curiel es tanto, si no más, que la de un artista de un medio incomprensible que más que el de un judío de su entorno hispano-católico, aunque esa dimensión no está ausente.

Así, a pesar de su diversidad, los autores sefardíes de América Latina comparten los beneficios de un patrimonio hispánico al que acudir en el proceso de aculturación hacia Hispanoamérica.

BIBLIOGRAFÍA

Aizenberg, Edna. Books and Bombs in Buenos Aires.

Hanover, NH: University Press of New England,

2002.

Aizenberg, Edna. “David Curiel: Influencias y temas.”

Revista Nacional de Cultura (Caracas) 32(1971):

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Lockhart, Darrell B. “Growing Up Jewish in Mexico:

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Libros de Edna Aizenberg/Books by Edna Aizenberg

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Marcos Ricardo Barnatán — Escritor y poeta judío argentino-español/Argentine Spanish Writer and Poet “Los altares familiares”/”The Family’s Altars” –La experiencia del judaísmo de un muchacho /A boy’s experience of Judaism

Marcos Ricardo Barnatán es un escritor argentino nacido en Buenos Aires en 1946, en el seno de una familia sefardita de origen hispano-sirio. Realizó sus primeros estudios y cursó Filosofía y Letras en su ciudad natal. En 1965 fijó su residencia en Madrid, aunque realiza frecuentes viajes a Argentina, Francia e Israel. Colabora habitualmente, en calidad de crítico literario, en las principales revistas españolas e hispanoamericanas. En 1971 publicó su primera novela, El laberinto de Sion, a la que siguieron Gor (1973), Diano (1982), y Con la frente marchita (1989). Sus narraciones completas integran La República de Mónaco (Seix Barral, 2000).En 2005 publicó en Editorial Alhulia Dos mil y una noches a modo de diario. Su poesía, que comparte los planteamientos de los novísimos y en la que las referencias a la cábala y a la cultura judía son una constante, resulta un personal hallazgo donde se entrecruzan la tradición castellana y las literaturas europeas en sus tendencias más cosmopolitas. Su obra poética se halla reunida en El oráculo invocado (1984), El techo del templo (1999) y Consulado general (2000)Entre sus ensayos destacan La Kábala (1974) y Borges, biografía total (1996).

Marcos Ricardo Barnatán is an Argentine writer born in Buenos Aires in 1946, into a Sephardic family of Spanish-Syrian origin. He made his first studies and studied Philosophy and Letters in his hometown. In 1965 he settled in Madrid, although he made frequent trips to Argentina, France and Israel. He regularly collaborates, as a literary critic, in the main Spanish and Latin American magazines. In 1971 he published his first novel, El laberinto de Sion, which was followed by Gor (1973), Diano (1982), and With the Withered Forehead (1989). His complete narratives make up La República de Monaco (Seix Barral, 2000). In 2005 he published in Editorial Alhulia Two thousand and One Nights as a newspaper. His poetry, which shares the approaches of the newest and in which references to the Kabbalah and Jewish culture are a constant, is a personal find where the Castilian tradition and European literatures intersect in their most cosmopolitan tendencies. His poetic work is found together in The Invoked Oracle (1984), The temple Ceiling (1999) and General Consulate (2000). His essays include La Kábala (1974) and Borges, Biography Total (1996).

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LAS ALTARES FAMILIARES

Me despertaba agitado, siempre envuelto en un pesadilla engorrosa donde todo era trágico. No era felicidad. La casa a oscuras y silenciosa parecía un gran ataúd con su víctima luchando, absurdamente, por vivir. Desde mi cama y sin levantar la cabeza podía ver la ventana entreabierta, escondida tras los visillos y protegida por la persiana gris que ahuyentaba mis recelos, nadie podía entrar. Si estiraba el brazo era posible palpar el cable de la luz y su perilla, sentir la seguridad de que estaba en mis manos encender el velador, destrozar a las fantasías de la ambigüedad. Más allá el vaso de agua que mamá dejaba siempre a mi alcance para aliviar cualquier imprevisto ataque de tos. El reloj con sus luminiscentes agujas brillando a la mesilla, y el libro de historia adivinado en la página de la última lección. Una cortina ocultando al asesinos de Julio César.

— Anoche, mientras comíamos, iba a contarlo cuando algo me detuvo, sentí de pronto vergüenza y callé

Para entrever la puerta era necesario volverme y incorporarme sobre la cama un poco, entonces debía concentrar mi vista sobre ella para lentamente se dibujase el marco y más tarde la sombra del picaporte. Muchas veces después de un corto desvelo volvía dormirme y no despertaba hasta que golpeaban anunciándome que era hora de ir al colegio, pero otras veces, permanecía despierto acostumbrándome a la luz, velador oscuridad y a aquel nuevo universo espectral con sus planetas, camas espectral con sus planetas, , vaso de cama, ventana, visillo, persiana, cable de luz, perilla, velador, vaso de agua, reloj, mesilla, libro de historia y puerta. ¡Cuánta valentía era necesario para vencer mi horror! Cuando la claridad se filtraba en la habitación comenzaba a vestirme y al sonar de las golpes para salir a llevarme.

–“¡Ustedes lo mataron! Yo lo sé, todos ustedes. . .”

Si la noche se alargaba demasiado y las visiones turbaban mi descanso, las mantas hacía de fiel coraza y escudo para mi temor, temblando y sudando trataba de ocultarme entre ellos, de desaparecer para siempre bajo aquel, mullido cobijo. Olvidaba entonces todo mi poder, atemorizado por mis ensueños no reparaba en el cable en el cable de la luz ni en la perilla, no atinaba a estirar a estirar el brazo y encender, por el contrario me alejaba de la mesilla, internándome hacia la pared, acurrando y sollozante como un náufrago que rema desesperadamente hacia alta mar en ingenua búsqueda de la salvación.

–“¡Ustedes lo mataron! Yo lo sé, todos ustedes. . .”

–Papá había comido sin hablarnos, inquieto repitió la bendición del pan tan maquinalmente que no me di cuenta de ella. Mamá me miraba con cierta extrañeza, como se hubiera descubierto en mí algo insospechado, una cosa que le preocupaba más que mi tos o mis multiplicaciones. Tenía deseos de hablar, de decirles todo, pero ese silencio y esa mirada me intimidaron, No, no lo diré, es mejor que no diga nada. No puede ser verdad. ¡No es verdad!

Mucho después cuando el abuelo me llevó por primera vez a casa de Rabbi Khaen, pude explicarme todo el temor, aquel enloquecido miedo nocturno que nadie conocía y que yo guardaba en el más impenetrable de los secretos. Fue entonces que comprendí el significado de aquellas visiones perturbadores. Rabbi Khaen me brindó con gran generosidad el arma más eficiente para combatirlas. Sólo sería necesario que mis labios infantiles pronunciaran el verbo primigenio, recitando la Shemá, una calma celestial me colmaba, la seguridad. Los malos espíritus abandonaron mi cuerpo, y otra vez la paz, la certidumbre del cable de la luz y el perilla, el velador, el vaso de agua simbolizando la custodia materna, el reloj con sus luminiscentes agujas brillando en la mesilla, y el libro de historia adivinado con la página de la última lección. Una cortina ocultando al asesino de Julio César. Sólo seis palabras repetidas con entusiasmo intenso hacían el milagro, seis palabras de fe, seis palabras de gloria, seis palabras también de propiedad, de exclusividad, de orgullo. Ya no necesitaba de la luz. Su presencia iluminaba la noche.

–Enrique me había visto llorar de rabia en un rincón de la clase, mientras los compañeros gritaban en el patio sus últimos minutos de recreo. Lo vi entrar exaltado y a la vez comprensivo, queriendo consolar con un gesto todo mi dolor. . .

—Déjalos, no saben lo que dicen. . .”

–No podía ser verdad, nosotros no habían matado a nadie, ni mi padre, ni mi madre, ni mis abuelos. Nunca había visto a nadie que hubiera matado. . .En el solitario delirio de mi dolor comencé a odiar a ese desconocido del que nunca había oído hablar. La causa de mi llanto.

–“Fueron los romanos—dijo mi primo–, te digo que fueron los romanos, me lo contó papá, los soldados de Roma lo crucificaron. . .”

Ya no necesitaba de la luz, la Shemá era suficiente para iluminar y sobrevivir en las tempestades. Aprendí también a besar el mesusá antes de salir de la casa, y mi abuelo me prometió llevarme al tiempo los días de fiesta grande, De la inseguridad desoladora de mi orfandad sólo quedaron restos, cortos escalofríos que no llegaban nunca a dañar los cimientos del mundo feliz que mi abuelo y el Rabbi Khaen me habían construido. Supe que era parte de un orden, de un Gran Orden que no había nacido conmigo, sino que existía desde siempre y que sería eterno. El caos y la anarquía se habían borrado de mi espíritu. Él y nosotros teníamos un pacto sellado en nuestra piel, una indestructible alianza a través de los tiempos. Éramos Su Pueblo, y no nos abandonaría jamás. “Nunca, nunca abandonaré al pueblo mío”. ¿Por qué temer entonces? ¿Qué mejor protección que la de Él? Era fundamental que venciese mi miedo.

La imagen de ese espeso cortinaje, extraído de algún grabado antiguo por el autor de mi libro de historia, siempre se me aparecía antes de dormirme. El asesino entre sus pliegues llevaba un puñal en la mano preparado para herir a Julio César que, coronado hacía unos instantes, se acercaba a él. Muchas veces creí adivinar su color granate, como el cortinado pesado que escoltaba el blanco encaje de Murano en la ventana del comedor, el puñal corto y brillante con mango de nácar, como un abrecartas que había en el despacho de papá. Una cortina ocultando al asesino de Julio César. Un perfume de rosas aterciopeladas en una habitación que abandoné para siempre. Sólo seis palabras hacían el milagro. Tía Luna me había mostrado aquel pesado libro que el abuelo guardaba con sumo cuidado en un armario del gran salón. Tenía cinco años, pero a pesar de los esfuerzos de mi padre aún, no concurría a un colegio. Todos temían por mi salud delicada y preferían enseñarme en casa las primeras letras.

Más tarde la opinión paterna prevaleció, pero entonces ya fue mucho más duro abandonar a los seres queridos. Luna siempre hablaba de París, de sus juegos infantiles y de la Plaza Lafayette, o de aquel delicioso helado de todas que las mañanas del domingo tomaban los hermanos en “La Boule de Neige”. Me resultaba difícil sostener el libro. Creo recordar sus gruesas pastas azules estampadas en oro. Tía Luna comprendía mi debilidad ayudándome sigilosamente para evitar en mí un vergonzoso sentimiento de impotencia. Era el gran libro del abuelo, en el que todos ponían los sumos cuidados, el libro que ocultaba ese secreto que daba luz al rostro de los que sufrían. Entonces era tan sólo un catálogo de letras desconocidas, páginas de extraños signos contorsionados y extremadamente negras. Los miraba uno a uno, maravillado en aquel laberinto indescifrable pero sin embargo profundamente amado. Era un deslumbrada]o colegial ante lustrosas figuras multicolores de desconocidos países, remotas latitudes de plenas de seguridad paradisíaca. Algo me decía ya que era el Gran Libro, el mítico receptáculo de todos los libros. Las grande capitulares estaban ornadas por complicadas filigranas, que yo seguía fiel en sus misteriosos caminos.

* * *

–“Bueno te pongo una siesta. Pero mañana tenés que leer mucho mejor para que mantenga la nota.“

Tía Luna decía que papá era muy exigente y exageraba demasiado cuando yo me equivocaba en una palabra.

–Estos no son métodos para enseñarle al pobre chico–exclamaba con cierta magnificencia, dándole la frase un tono de grandeza que hacía sonreír a mamá y enfurecía a papá. Yo rechazaba los libros de cuentos que casi siempre me regalaran mis tías. Me aburría mucho con aquellos cuadernos grandotes ilustrados con agresivos grabados que sólo decían tonterías. Prefería leer LA PRENSA o el VEA Y LEA, de mi abuela.

Más tarde, iba a devorar todas las novelas que llenan los estanterías de la habitación de Luna, y las que mamá resolvía comprarme después de secretas consultaciones con el abuelo. Tía Luna no me dejaba nunca con el libro cuando lo sacaba del armario, permanecía hasta que sea la hora de volverlo a su sitio. Era una parsimoniosa ceremonia, un rito semejante a su sobriedad en los momentos previos a la comida del domingo en casa del abuelo, en la que cada miembro de la familia buscaba su lugar, mirándose todos con prudencia, devolviendo luego acompasadamiento sus servilletas a la espera de la bendición patriarcal.

–Tia, quiero leer el libro.

Ella dejaba, por un momento, de saborear su chocolate y vainilla en la “Boule de Niege” y me ayudaba a sostenerlo con generosa paciencia. Interrumpía el breve paseo hacia el Bulevar Magenta y se acercaba al armario en búsqueda de aquel paraíso de papel y cartón donde comencé a temer y a amar a lo desconocido.

El abuelo en su sillón bebía a sorbos pequeños sorbos tu tasita de café. Muchas tardes, me pedía que le leyese un trozo de Spinoza o algún poema de su Solomón Ibn Gabirol. La última vez que le leía a Gabirol, me había pedido “La Canción del Agua”. Le gustaba contarme sus sueños o hablarme de su abuelo, hermano de un famoso rabino de Safed.

–Cuando mi abuelo me llevó a casa de su hermano, el rabbi, sentí miedo. Temía encontrarme allí con el olor asfixiante de las lámpara de aceite con aquel silencio tenebroso que yo adivinaba en la sinagoga.

Muchas noches, después de cenar, nos quedábamos horas junto al café y al agua de azahar.

–Las siete reglas de la interpretación que has aprendido son imprescindibles para comprender las sagradas y el espíritu de la Ley. Has obedecido las palabras de Hillel, el anciano. “No digas nunca estudiaré cuando tenga tiempo, pues nunca lo tendrás”.

A veces lo dejaba dormido en su sillón y abandonaba la casa pensando en la serenidad del sueño, visión en la que crecían de sombras de un estirpe docta y temeroso de Dios.

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THE FAMILY ALTARS

I woke up agitated, completely involved in an intricate dream where everything was tragic. It wasn’t happy. The dark and silent house seemed like a large coffin with its victim, fighting absurdly, to live. From my bed and without lifting my head I could see the half-opened window, hidden behind the lace curtains and protected by the gray Venetian blinds that drove away my fears, nobody could enter. If I stretched my arm it was possible to touch electric wire and its switch, feel the sureness that was in my hands to turn on the night light, destroy the fantasies of the ambiguity. Further away, the glass of water the mama always left at my reach to alleviate any unexpected coughing attack. The clock with its luminescent hands shined on the table, and the history book specifically on the page beginning the last lesson. A curtain hiding the assassins of Julius Cesar.

In order to take a glimpse though door, it was necessary for me to turn around and straighten up a little on the bed, then I had to concentrate my vision on it to slowly make out the frame and then the shadow of the door handle. Often after a short moment of sleeplessness I would fall asleep again and not wake up until they knocked, announcing the it was time to go to school, but on other occasions, I remained awake accustoming myself to the light, the lamp dark, and to a new spectral universe, spectral beds with their planets, glass of bed, window, lace curtains, Venetian blinds, electric wire, switch, glass of water, clock, bed table, history book and door. What courage was needed to overcome my horror! When the clarity filtered into the room, I began to get dressed and on hearing the knocks to get me up to leave.

You killed him! I know it, all of you. . .!”

If the night stretched out too long and the visions upset my rest, the covers made a faithful breastplate and shield for my fear, trembling and sweating. I tried to hide myself among them, to disappear forever under that fluffy shelter. I then forgot all my strength, terrorized by my dreams, didn’t make use of the electric cable or the switch, didn’t succeed in reaching out my arm and turning it on, on the contrary, I moved away from the night able, going in toward the wall, moaning and sobbing like a shipwrecked man who rows desperately toward the open sea in an ingenuous search for salvation.

You killed him! I know it, all of you!

Papa had eaten without speaking, uneasy, he repeated the blessing over the bread so mechanically that I didn’t notice it. Mama looked at my in a certain strange way, as if she had discovered in me something unexpected in me, something that worried her more than my cough or my multiplication tables. I really wanted to speak, to tell them something, but that silence and that look intimidated me. No, no I won’t tell them, it’s better that I don’t say anything. It can’t be true. It’s not true!!

Much latter when my grandfather took me for the first time to Rabbi Khaen’s house, I was able to explain all the terror, all that crazed nocturnal fear nobody knew and that I kept in the most impenetrable of silences. It was then that I understood the meaning of those perturbing visions.

Rabbi Khaen, with great generosity, offered me the most efficient armament for combatting them. It would only be necessary that my child’s lips pronounce the primal words, reciting the Schma: a celestial calm filled me with security. The evil spirits abandoned my body, and once again, peace, the certainty of the electric wire and switch, the lamp, the glass of water, symbolizing maternal protection, the clock with its luminescent hands, shining on the night table and the history book set with the page from the last lesson. A curtain hiding the assassin of Julius Cesar. Only six words repeated with intense enthusiasm made the miracle, six words of glory, six words also of property, of exclusivity, of pride. I no longer needed the light. Its presence illuminated the night.

Enrique had seen me cry with anger in a corner of the classroom, while, the other boys yelled in the patio during the last minutes of break. I saw him enter, exalted and at the same time understanding, wishing to console all my suffering with a gesture.

Let them go, they don’t know what they are saying. . .”

It can’t be true, we hadn’t killed anyone, not my father, not my mother, not my grandparents. I had never seen anyone who might have killed. . . In the solitary delirium of my pain, I began to hate this unknown ow whom I had never heard spoken. The cause of my crying.

”It was the Romans, my cousin said, I’m telling you that it was the Romans, Papa, the soldiers from Rome, crucified him . .”

I no longer needed the light. The Shema was sufficient to illuminate and to survive in the storms. I learned also to kiss the Mesusa before leaving the house, and my grandfather promised to take me at the time of great holiday.

From the bleak insecurity of my orphanhood only remains were left, short shivers that didn’t ever damage the foundation of the happy world that my grandfather and Rabbi Khaen had constructed for me. I knew that I was part of an order, of a Great Order that had not been born with me, but that always existed and would be eternal. The chaos and the anarchy had been erased from my spirit. He and we had a pact in our skin, an indestructible alliance through the ages. We were His People, and he would never abandon us. “Never, never will I abandon my people.” Why then fear? What better protection than His? It was certain that my fear would be defeated.

The image on that heavy cover, taken from some ancient print by the author of my history book, always appeared to me before I went to sleep. The assassin between the folds carried a dagger in his hand, preparing to wound Julius Cesar, who, crowned just a few instants before, approached him. Many times, I believed I could pick out his garnet color, like the heavy curtain that heard the white Murano lace in the dining room window, the short and brilliant dagger with a mother-of-pearl handle, like the letter opener that was in Papa’s office. A curtain hiding the assassin of Julius Cesar. A perfume of velveted roses in a room that I abandoned forever. Only six words made the miracle, Aunt Luna had shown me that heavy book that grandfather kept with great care in a living room closet. I was six-years-old, but even in spite of my efforts, I didn’t go to school. Everyone feared for my delicate health and preferred to teach me the first materials at home.

Later, my father’s opinion prevailed, put then it was far more difficult for me to leave my loved ones. Luna always spoke of Paris, of her childhood games and of the Plaza Lafayette. Or of that delicious ice cream every Sunday morning that all the children had at the “Snow Ball.” It was difficult for me to hold the book. I believe I remember its thick blue covers stamped with gold. Aunt Luna understood my weakness slyly helping me avoid a shameful feeling of impotence. It was grandfather’s huge book, into which everyone put their greatest cares, the book that hid this secret that gave birth to the face of those who suffered. The, it was only a catalogue of unknown letters, pages of strange signs, twisted and extremely black. They looked at each other, marveling in that indecipherable labyrinth, that nevertheless profoundly loved. It was a dazzling collection, with lustrous multi-color figures of unknown countries, remote latitudes full of paradisal security. Something told me then that it was the Great Book, the mythical receptacle of all books. The great capitulars were made ornate by complicated watermarks, that I followed loyal to its mysterious paths.

***

“Okay, I’ll give you a 7. But tomorrow you have to read a lot better so you can keep up your grades.”

Aunt Luna said that papa was very demanding and exaggerated when I made a mistake on a word. “These aren’t methods for teaching the poor boy,” he would exclaim with a certain magnificence, giving the phrase a tone of grandeur that made mama laugh and infuriated papa. I rejected the storybooks that my aunts almost always gave me. They bored me a lot, with those over-sized notebooks illustrated with aggressive prints that only said nonsense. I preferred to read my grandmother’s La Prensa or Vea y Lea.

Later on, I went on to devour all the novels that filled the shelves in Aunt Luna’s room, and those that mama decided to buy for me after secret consultations with my grandfather. Aunt Luna never let me keep the book when I took it out of the closet, it stayed only until it was time to return it to its place. It was a parsimonious ceremony, a rite similar to sobriety in the moments previous toe the Sunday meal in grandfather’s house, during which each member of the family sought his place, all looking at each other with prudence, later returning to adjusting their napkins, while waiting for the patriarchal.

“Aunt, I want to read the book.”

She stopped, for a moment to enjoy her chocolate and vanilla in the “Boule de Neige” and helped me hold it with generous patience. She interrupted the short walk toward the Magenta Boulevard and she went towards the closet in search of that paradise of paper and cardboard where I began to fear and love the unknown.

Grandfather in his large chair, drank in small sips from his small cup of coffee. Many afternoons, he asked me to read to him a piece of Spinoza or some poem by Solomon Ibn Gabirol. The last time that I read Gabirol to him, he had asked for the ”Song of the Water” He liked to tell me his dreams or to tell me about his grandfather, brother of a famous rabbi from Safed. “When my grandfather took me to the house or his brother, the rabbi, I was afraid. I feared finding myself there with the asphyxiating odor of the oil lamp with that gloomy silence that I perceived in the synagogue.”

Many nights, after dinner, we spent hours near the coffee and the orange water.

“The seven rules of interpretation that you have learned are indispensable for understanding the sacred things and the spirit of the Law. You have obeyed the words of Hillel, the ancient one

Never say that I will study when I have time, but cause then you will never have it.”

At time, I left him sleeping in his great chair, and I abandoned the house, thinking about the serenity of the dream, a vision from which grew from the shadows a wise and frightening way of God.

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Libros de Marcos Ricardo Barnatán/Books by Marcos Ricardo Barnatán

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Adina Darvasi-Iaker (1927-2014) Novelista e historiador argentina-rumana-chilena-israelí /Romanian Chilean Argentine Israelí Novelist and Historian– “El viaje”/”The Voyage” –fragmentos de la novela increíble sobre una huída de la Shoá/excerpts from an incredible novel about an escape from the Holocaust

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Adina Darvasi nació en Buenos Aires en 1927. A los dos años de edad la familia se trasladó a Santiago de Chile. Los primeros años de la escuela primaria los cursó en el colegio Manuel de Salas.A raíz del divorcio de sus padres, en 1937 viajó con su padre a Hotín, (entonces Rumania) poco antes del comienzo de la Segunda Guerra Mundial. Durante la guerra fue deportada junto con su padre y el resto de los habitantes judíos de Hotín, al gueto Moguilev, Transnistria-Ucrania, donde padeció horribles persecuciones raciales, por parte de soldados alemanes y rumanos. Adina permaneció en el gueto dos años y medio. Debido a intensas gestiones realizadas por su madre, quien residía en Santiago, un diplomático argentino logró rescatar a la niña del gueto, gracias a su nacionalidad argentina. Enseguida fue aceptada a un colegio de monjas francesas, Notre Dame de Zión en Bucarest, en cuyo internado permaneció hasta mediados del año 1944 – cuando partió a Palestina (bajo mandato británico) En Jerusalén ingresó al liceo ‘Haguimnasia Haivrit’ en el cual terminó sus estudios secundarios. En 1947 volvió a Santiago, reuniéndose con su madre. Realizó sus estudios universitarios en la Facultad de Arquitectura de la Universidad de Chile, recibiéndose de arquitecta en el año 1962. En 1972 se radicó en Israel, con su esposo y tres hijos, lugar de su residencia permanente. Junto con ejercer su profesión, Adina ha dedicó varios años al estudio de literatura iberoamericana en la Universidad Hebrea de Jerusalén.

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Adina Darvasi was born in Buenos Aires in 1927. When she was two, the family moved to Santiago de Chile. Following the divorce of his parents, in 1937 she traveled with her father to Hotín, (then Romania) shortly before the start of the Second World War. During the war she was deported along with her father and the rest of the Jewish inhabitants of Hotín, to the Moguilev ghetto, Transnistria-Ukraine, where she suffered horrible racial persecution by German and Romanian soldiers. Adina remained in the ghetto for two and a half years. Due to intense efforts by her mother, who lived in Santiago, an Argentine diplomat managed to rescue the girl from the ghetto, thanks to her Argentine nationality. She was immediately accepted to a French nuns’ school, Notre Dame de Zión in Bucharest, in whose boarding school she remained until mid-1944 – when she left for Palestine (under British mandate). In Jerusalem, she studied at ‘Haguimnasia Haivrit’ where she completed her high school studies. In 1947 she returned to Santiago, meeting with her mother. She completed her university studies at the Faculty of Architecture of the University of Chile, graduating as an architect in 1962. In 1972, she settled in Israel, with her husband and three children, the place of her permanent residence. Along with practicing her profession, Adina devoted several years to the study of Ibero-American literature at the Hebrew University of Jerusalem. She died in 2014.

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“El viaje”

Primera parte:

Embarque, agosto 1937

¿Cómo así de repente, un viaje en barco? –se admiró Dana mientras probaba el vestido de seda celeste con aplicaciones blancas. Papá aceptaba comprarle lo que quería, pedir no más. ¡Qué buenos! Probar y probar. Porque de la casa partieron con un bolso de mano, sin más equipaje.

–Le queda linda—sonrió la vendedora—es el color de sus ojos. ¿Un abriguito tal vez? Azul con botones dorados.

–Sí, claro, las tardes son frescas y estaremos un mes en el mar [. . .]

El barco inglés le parecía enorme, con sus múltiples cubiertas a distintos niveles; todo flamante, por la pintura flamante. Oropresa, qué nombre raro. Dana imaginó lingotes y más lingotes de oro en sus profundas bodegas, alineadas e fila como los soldaditos de plomo del hermano de Chepa.

–Papá, déjame a mí en la cama de arriba, así, estaré justo frente a la ventana redonda mirando al mar. Mira, mira como los pájaros están rodando al barco. ¿Nos acompañarán todo el viaje?

–Todavía no sabe. [. . .]

Golda no tenía hijos; hace pocos meses Fani había muerto. Todo en la enorme casa-quinta de Hotin emanaba olor a mortajas; se podía decir, sin errar, que la muerte vivía en cada rincón, mueble y adorno. Se la mencionaba sin cesar, en las comidas, al levantarse; de noche, se escuchaban gritos de angustia: Fani, Fani.

Dana veía las fotografías de Fani dispersas por todos los cuartos, enmarcada y colgadas en los muros; sueltas, de diversos tamaños, sobre los muebles. La mirada penetrante de ultratumba la perseguía; trataba de cruzar las manos como la muerta, de sonreír con la comisura de los labios hacia abajo; no lo lograba; el peinado tampoco podía copiarlo. [. . .]

Fani, brillante, buena y hermosa, era inigualable e inalcanzable. Dana lo odiaba, un odio estéril; lo peor que se le puede es desear a un enemigo–la muerte—no venía al caso. . . por el contrario, sólo si resucitara, llegaría la salvación; pero Dana sabía que, aparte de Jesucristo, nadie había resucitado. Nunca, aun tratando mucho, podrá, ni siquiera remotamente, parecerse a la difunta. [. . ]

Por Golda quien propuso a Hanán venir de América a vivir con ellos, el tío opinó distinto: ¿Para qué liquidar todo? Que se divorcie allá y rehaga su vida en sin volver a Hotín. El tío no estaba demasiado dolorido, le molestaba el timbre de una voz infantil, el correr; no quería encariñarse con la policía de nuevo, no podía. [. . .]

¡Vienen los rusos! Ocuparon la zona, Hotín y Chernovitz también: Se repartieron con los alemanes hasta territorios polacos – exclamó el primo Aquiba, al escuchar el último noticiero radial. [. . .]

La inseguridad comenzó a reinar, las dudas, el susurro, que

no escuchen. . .: ! Hasta las paredes escuchan—[. . . ] ¿Estaremos en la lista negra?

No, no alcanzarían a deportarlos; en todo caso, no los rusos. [. . .]

Seconda parte

Tempesdad, June, 1941

Hija mía, me espantan las noticias de los diarios: la guerra aproximándose a vuestra zona; tu papá, ¿llevaría al frente? ¡Qué temor! Tú, por lo menos, te quedarás a salvo con los tíos [. . .]

El ensordecedor ruido de los motores despertaron a Dana; corrió a la ventana: –Me parecía distinguir a los pilotos con sus anteojos y gorros negros–. Escuchó estampidos, descargan las bombas [. . .] La guerra lejana, cosa de diarios y noticiarios radiales, había llegado, se escuchaba y se palpaba.[. . .]

Llegado el día señalado, acorralaron a los judíos de Hotín en la explanada frente al mercado, donde estacionaban los campesinos en días de feria, con sus ovejunos y vacunos. Había miles de deportados. mujeres, niños y hombres envueltos por un nube de misterio: –¿Por qué nos echan, cuál es nuestro pecado? ¿Esta noche, dónde dormiremos? ¿Saldremos vivos? ¿Se volvieron locos los soldados? –Confundieron delito con locura. [. . .]

Los deportados avanzaban lentamente, acongojados, escoltados por militares romanos armados, con plenos poderes de abusar, herir y matar.[. . .]

Los niños no cesaban su llanto desgarrador; el murmullo de los adultos perplejos seguía: ¿a dónde? ¿por qué? Polvo levantado por el viento, pegado a los narices, al pelo, a la ropa, al cuerpo sudorosa. Comenzó a oscurecer; la luna apareció, llena, desconcertada.

Primera noche de su vida en la inhóspita intemperie; la fatiga no permitía razonar, sólo imperaban las necesidades primarias, sensoriales: calor, frío, hambre, dolor. [. . .] Luego, muy luego, a Dana se le irían acabando las fuerzas.

Con el alba, los soldados renovaron la marcha forzada, arriando como a un ganado, gritando, a latigazos. –¡Ahora no puedo más! Tengo ampollas reventados en el otro pie, me duele tanto. [. . .]

Se vio rodeada de extraños, oprimidos, amenazados; sintió escalofrío ante el desamparo y soledad infinita. Sobre el lecho de hojas y ramas secas, inició el juego: morirse como liberación de tormento.[. . .]

Ahora es noche allá, mientras estás durmiendo sobre su almohada, ¿te acordarás de mí en tus sueños? ¡Cuánto te quisiera! [. . .]

La primera víctima, una criatura de meses, murió asfixiada entre bártulos. La madre: –Quizá Dios me la quitó antes de sufriera más; en vez de llorar debería agradecer. [. . .]

–Algo me camina por la cabeza—se admiró Dana–¿serán hormigas?

Ojalá hubiesen sido hormiguitas: ¡eran piojos! Invasión de piojos, grandes amarillentos, asquerosos, con huevos adheridos porfiadamente a los pelos; no había manera de librarse de ellos. Asco de sí misma: arrancarse, huir, sin tener a dónde ni cómo. [. . .]

Divisaron el río Dniester; cerca del embarcadero se distinguía un puente destruido, dinamitado por los rusos al retirarse; faltarían meses, hasta que los alemanes comenzaron a construir uno nuevo con el trabajo forzado de los deportados. [. . .]

Llegó la hora de seguir hasta el otro lado del río Dniester, y no pasarían desaparecidos con el tumulto de antes. La balsa se deslizó lentamente, suavemente, hacia el nuevo desvío caótico de sus vidas. [. . .]

Hija mía, tu odio, lo palpo; traspasa continentes, mares y océanos, penetra en todos mis poros. [. . .]

Simultáneamente les dio tifus exantemático; padre e hija yacían en el cuarto grande. Katia atendiéndolos. Fiebre altísima. Dana sentía palpitaciones en la cabeza, perdido en los sentidos por el delirio. Compresas de agua fría, era lo único disponible. [. . .]

Comenzó una larga convalecencia. Hanán se recuperó pronto; Dana, de ojos hundidos y piel transparente, le costó volver a caminar.

–Conseguí miel. Pan negro con miel te dará vigor. Hay que raptarte la cabeza, todos lo hacen después del tifus; así crece el pelo más sano y tupido.

–¡No, no quiero! Papá, por favor, ¡no! – se defendió Dana.

El tacto espinoso del cráneo, le quedaría eternamente pegado a las yemas de los dedos; el pelo demoró siglos en crecer. El hecho de que muchos anduviesen rapados en el guetto de Moguilev, no aliviaba en absoluto la angustia ni la humillación. Era como estar marcada, fuera de la estrella amarilla obligatoria, los rapados, los salvados de tifus.

El minúsculo espejo de la dentista muerta mostraba una imagen fea; irremediablemente fea. [. . .]

Me gustaría tanto saber lo que pasa en tu pequeño cerebro. Qué de pensamientos, qué de reproches, qué de juzgar tan severo. Sí, tú eres mi tribunal implacable y más despiadado. Mi bella hija, para el deleite de otros ojos .[. . .]

Escapar: que termine; vislumbrar un fin tan utópico como desprenderse de la propia sombra. No, no había indicios, apoyos, signos, la nada absoluta invadía el horizonte. Muros insalvables de incertidumbre acorralado y oprimiendo, aumentando la angustia. En el impecable cielo azul. En cuyo espesor Dios se había desintegrado, quedaban estrellas y sueños bordados con hilos de polvo dorado.[. . .]

–Ha llegado a Moguilev el delegado de la Cruz Roja Internacional, el señor Charles Kolb—informó Hanan, entrando en la calle—pretende prestar ayuda a los deportados. Ofreció a quienes tienen parientes en las Américas, transmitir misivas muy cortas: cuatro, cinco palabras, no más.

NOUS MOURONS DE FAIM, DANA. La dirección (de su madre), la recordaba muy bien: Plaza Ñuñoa 19, Santiago de Chile. [. . .]

Hacia fines de 1943, los sobrevivientes de esta deplorable migración eran 78.000 de los 200.000 deportados a Ucrania en 1941. Conferencia XVII del Comité Internacional de la Cruz Roja. “Stockholm, agosto de 1948.

Tercera Parte

RETORNO octubre 1943

Una orden al comandante de la guarnición: Preparar las formalidades para el traslado de Dana I., ciudadana argentina, hacia Bucarest. El permiso de salida del guetto Moguilev, firmado por el mismo General Atonescu, había llegado anoche.[. . .]

Como un terremoto en día claro. Dana no pensó, invadida de emoción, todo se desplazó, se volcó, sí, alegría, futuro. . . Peligros, sí, salir, correr y obliterar el pasado; pronto, ahora, al instante. El horizonte por fin se deslumbró, desconocido, confuso, pero existente. [. . .]

De madrugada, en la calle desierta, quedó recortada y grabada la silueta de su padre, cuyos ojos brillosos rehusaban admitir la separación; acaso el último adiós, mientras el vehículo militar avanzaba pesadamente hacia el reconstruido puente sobre el río Dniester.[. . .]

Vértigos, superarlos y controlarlos; idiomas en desuso, rescatarlos, aplicarlos; códigos nuevos, adaptarlos, asumirlos. . . Dana terminaba el día agobiada, con migrena persistente.[. . .]

El Nuncio hizo las gestiones pertinentes: las monjas francesas de Notre Dame de Sion (en Bucarest) se harán cargo de su educación. Es un colegio particular de niñas, con muy buen internado. Allí permanecerá hasta nuevas instrucciones.[. . .]

¡La euforia me invade! ¡Vives! [. . .}

Noviembre 1947

Distingo la silueta, ahí estás, lejos, con tu maleta en el suelo. Sí, eres tú, buscándome en la mirada, aún no me ves, a pesar de mis señas, porque todos hacen señas. Vinieron en busca de alguien, con rostros sonrientes. Yo, aquí parada, once años, con mejillas húmedas, aunque prometí no llorar; mi mente turbada. Se diluyen los recuerdos: estás tú y tu rostro, tu cuerpo del mío, tus lágrimas, se funden en las mías, empañan la vista, siento los latidos, el pestañear y los sollozos ahogados. . .El ayer sellado junto al hoy cambiante, mirándonos; buscaremos juntas, respuestas que no siempre hallaremos.

November 1947

Going down the steps from the plane, he didn’t hurry her pace; gain five minutes, eternity. . .not seeing her yet, the first word, perhaps the hug.

She made out her at customs, behind the glassed-in parameter, tall, grayed hair, smoked up eyeglasses, shaking her am toward the public. Then would come the tears, the furtive kisses. A tangle of emotions, mute, tactile; the two, perhaps, intertwined, dissipating accumulated rancor. [. . .]

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“The Voyage”

First Part

Embarking, June, 1937

How can it be that suddenly, a voyage in a ship? Dana was amazed while she tried on the silk dress, sky-blue with white appliqué. Papa agreed to buying her the dress, no more asking. Who nice! To try on and try on. For they left the house with a hand bang, without any luggage.

“It looks pretty on your,” smiled the saleslady, “It’s the color of your eyes. A small coat, perhaps, blue with golden buttons.

Yes, of course, the afternoons are cool and we will be at sea for a month.[…]

The English ship seemed enormous to her, with multiple decks at different levels, all brand new, brand new in the picture. Orapesa, what a strange name. Dana imagined lingotes and more lingotes of gold in it deepest holds, lined up like her brother Chepa’s little lead soldiers.

Papa, let me have the top bed, so, I will be just in front of the round window. Look, look how the birds are flying around the ship. Will they accompany us for the entire trip?”

“We don’t know yet. […]

–Ana ven, ha ocurrido algo terrible. Recibí un telegrama. Están en un barco, fuera de las aguas territoriales. ¡Ana, se robó a la niña!

Lo recuerdo todo, porque el tiempo no borra, acaso ni mitiga ,ni eso. Quiero que tú sepas mi verdad, aunque no sé si algún día te mostraré porque el daño está hecho y vidas no se hacen como los tejidos a palillos. . .[. . .]

Traté explicarle: –No se me atreví a confesártelo por cobarde, por temores. . . procura comprenderme, no puedo mentirte más.

¿Tratar de comprenderte? ¿De qué está hablando? Me destrozas con un cuchillo filoso, hundido sin piedad en lo vivo. ¿Tania, por qué? ¡Cinco años compartidos!

Yo no abarcaba todavía la magnitud del desastre. Habló de dejar la casa. En ningún momento sospeché la venganza que preparaba[. . .]

–Jamás se debe reconocer infidelidades; un amante es pasajero por definición Se habría acabado en unos años más, sin ocurrencias, Tania, hay cosas, que un marido no tiene para qué saberlas [. . .]

Le engañé largo tiempo; fue inevitable, porque hubiese sido como querer detener una cascada: mi pasión era la vida misma, el fuego y el mar, ¿Cómo hubiese podido renunciar? Tania, ¡Una simple mortal![. . .]

I remember everything. Because time doesn’t erase, perhaps not even mitigate, not that. OI want you to know my truth, although I don’t know if some day I will show you because the damage is done and lives aren’t made like a weaving of toothpicks.[. . .]

“I tried to explain it to her. . .”I didn’t try everything to you, as a coward, for fears…try to understand me, I can’t lie to you anymore.“

“Try to understand you?” What are you talking about? You destroy me with a sharp knife, plunged, without remorse in the living. Tania, why” Five years shared.

“I can’t get my arms around the magnitude of the disaster. He spoke of leaving home. At no time did I suspect the vengeance that was prepared.”.[. . .]

“You should never pay attention to infidelities; a lover is a passerby by definition. It would have ended in a few more years, without trouble, Tania, there are some things, that a husband doesn’t need to know.[. . .]“

“I deceived him for a long time, it was inevitable, because it would have been like wanting to stop a waterfall: my passion was like itself, the fire and the sea, how could I have stopped? Tania, a simple mortal!”

Septiembre 1937

Golda didn’t have children; Fani had died a few months before. Everything in the entire house-estate gave off the odor of shrouds; it could be said, correctly, that death lived in every corner, piece of furniture and adornment. She was spoken of endlessly, at the meals, on awakening; at night shouts of anguish were heard: Fani, Fani.

Dana saw the photographs of Fani, spread around the all the rooms, framed and hung on the walls, separate, of different sizes, on the furniture. The penetrating face from beyond the grave pursued her, she tried to cross her hands like the dead woman, to smile with the ends of lips pointing down; she didn’t do it[ she couldn’t copy the hairstyle either. [. . .] on the contrary, only if she were brought back to life, would there be salvation; but Dana knew that, apart from Jesus Christ, nobody had come back

Fani, brilliant, good and beautiful was better than all and unreachable. Dania hated her, a sterile hate; the worst she could do is wish for an enemy—death—didn’t fit that description. . .on the contrary, only if she were to come back to like, could there be salvation, but Dana knew that, apart from Jesus Christ, no one had come back. Never, even trying hard, will she, not even remotely, look like the dead woman.[. . .]

For Golda, who proposed to Hanán the idea of going to America to live with them, the uncle disagreed. Why sell off everything? Get divorced here and remake your life without returning to Hotín. The uncle wasn’t in too much pain, the timbre of a child’s voice bothered him, the running, he didn’t want to be of interest to the police once more, he couldn’t [. . .]

Segunda parte

Storm June 1941

My daughter, the news in the papers shocks me: the wa ris coming close to your zone, your father, will they bring him to the front” What fear. You, at least, will stay safe with your aunts and uncles.

The deafening noise of the motors woke Dana; she ran to the window: “I could distinguish the pilots with their glasses and their black caps.” She heard shots and bombs drop[. . .]The distant war, thing of the newspapers and radio reports, had arrived, it was heard, touched.[. . .]

The appointed day having arrived, the rounded up the Jews of Hotín in the esplanade in front of the market, where the peasants parked on holidays, with their sheep and cattle. There were thousands of deportees, women, children, children, surrounded in a cloud of mystery: “Why are they throwing us out, what is our sin? Tonight, where will we sleep? Will we get out of this alive? Have the soldiers gone crazy.” They confused crime with madness.

The deportees were advancing slowly, distressed, listening for the armed Rumanian soldiers, with full powers to abuse, wound, kill. [. . .]

The first victim, a nine-month-old little girl, died, suffocated by the gear. The mother: “Perhaps God took her away from me before she suffered more; instead of crying, I should be thankful. [. . .]

“Something walked over my head,” Dana wondered. “Ants?”

If only they had been ants: they were lice. An invasion of lice, yellowed, disgusting, with eggs adhering perfidiously to the hairs; there was no way to get free from then. Disgust with herself: to pull herself out, to flee, without having a where or a how.[. . .]

They could spot the Dniester River; near to the pier, could be seen a destroyed bridge, dynamited by the Russians as they retreated; it would be months until the Germans began to construct a new one with the forced labor of the deportees.{. . .]

The hour came for continuing toward the other side of the Dienster River, and they would pass hidden by the earlier tumult. The raft slid slowly, softly, toward the new chaotic detour of their lives [. . .]

The children didn’t cease their heartrending crying, the murmuring of the perplexed adults followed: “to where? Why?” Dust, lifted by the wind, stuck to their noses, skin, clothing, sweating bodies.[. . .] It began to get dark, the moon appeared, distressed.

The first night of her life in the inhospitable outdoors; fatigue didn’t allow for reasoning, only the primary sensorial necessities were important: heat, cold, hunger, pain.[. . .] Later, much later, Dana’s strength was failing.

With the dawn, the soldiers renewed the forced march, led, like a herd of cattle, yelling, whiplashes. “I can’t go anymore! I have broken blisters on the other foot, it hurts so much.[. .. .]

Now it is night there, while you are sleeping on your pillow. Do you remember me in your dreams? How much I would love you![. . .]

My daughter, your hatred, I feel it; it crosses continents, seas and oceans, it penetrates in all my pores.[. . .]

Simultaneously, they caught tick-born typhus : father and daughter lay in the large room. Katia, taking care of them. Very high fever. Dana felt palpitations in her head, lost in the feelings of delirium. Compresses of cold water, it was the only thing available.[. . .]

The long convalescence began. Hanán quickly recovered; Dana, with sunken eyes and transparent skin, it was hard for her to walk again.

“I got hold of some honey. Black bread with honey will give you strength; it’s necessary to shave your head; so that the hair grows back health and thick.

“No, I don’t want to! Papa, no, please! ” Dana defended herself.

The spiny touch of the skull would be eternally be stuck to her finger tips; the hair took centuries to grow back. The fac that many walked with shaved heads in the Moquilev ghetto, didn’t alleviate in the slightest the anguish and the pain. I was like being marked, beyond the obligatory yellow star, the shaved ones, those saved from typhus.

The miniscule mirror from the dead dentist showed an ugly image, irremediably ugly. [. . . ]

“I would so much like to know what is happening in your little head. What thoughts, what reproaches, what of judging so severely. If you are my implacable and most dismissive tribunal. My beautiful daughter, for the delight of other eyes. [. . .]

To escape: let it end: to glimpse an end so utopic as detaching her won shadow. No, there were no signs, hints, supports, signs, the absolutely nothing on the horizon. insolvable walls of uncertainty, locked up and oppressed, augmenting the anguish. In the impeccable blue sky. In whose thickness, God had disintegrated; there were dreams embroidered with threads of golden dust.

“The delegate of the International Red cross, Mr. Charles Kolb has arrived at Moguilev,” Hanán imformed them, entering the street—He intends to give help to the deportees. He offered to those who have relatives in the Americas, to transmit very short missives: four, five words, no more.

NOUS MOURINS DE FAIM, DANA, the address of her mother, she remembered it quite well: Plaza Ñunu, Santiago de chile. [.. .]

Toward the ends of 1943, the survivors of this deplorable migration were 79,000 of the 200.000 deported to th Ukraine in 1941, Conference of XVII of the International Red Cross. Stockholm, August, 1948.

The “delegate of the International Red cross, Mr. Charles Kolb has arrived at Moguilev,” Hanán imformed them, entering the street—He intends to give help to the deportees. He offered to those who have relatives in the Americas, to transmit very short missives: four, five words, no more.

NOUS MOURINS DE FAIM, DANA, the address of her mother, she remembered it quite well: Plaza Ñunu, Santiago de chile. [.. .]

Toward the ends of 1943, the survivors of this deplorable migration were 79,000 of the 200.000 deported to the Ukraine in 1941, Conference of XVII of the International Red Cross. Stockholm, August, 1948.

Vertigos, overcome them and control them: languages in disuse, save them, apply them: new codes of behavior, adapt them, assume them. . .Dana ended the day exhausted, with a persistent migraine.{. . .]

The Nuncio took care of the necessary details: the French nuns of Notre Dame of Sion (Bucharest) will take charge of her education. It is a private school for girls, with a very good boarding school. She will stay there until new instructions.[. . .]

¡The euphoria invades me! ¡You are alive!

Al bajar las escalinatas del avión, no apresuró el paso; ganara otros minutos, la eternidad. . .no verla todavía, la primera palabra, acaso el abrazo.

La divisó desde la aduana, detrás del parámetro vidriado; alta, canosa, anteojos ahumados, agitando un brazo entre el público. Luego vendrían las lágrimas, los besos furtivos. Una maraña de emociones, mudas, táctiles; las dos, tal vez, entrelazadas, disipando rencores acumulados.[. . .]

I distinguish the silouette, there you are, far away, with your suitcase on the floor. Yes, it is you, looking for my face, you still don’t see me, in spite of my signals. The come looking for someone. Wit smiling faces. I, standing here, eleven years, with damp cheeks, although I promised not to cry, my mind disturbed. The memories become diluted: you are here and your face, your body from mine, your tears, they merge into mine, mist up sight, I feel the heartbeats, the blinking and the stifled sighs. . .The yesterday closed together with the changing today, looking at each other, we sill search together, answers that we won’t always find.

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Libros de Adina Darvasi-Iaker/Books by Adina Darvasi-Iarker

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Diego Paszkowski — Novelista judío-argentino/Argentine Jewish Novelist — “Rosen-Una historia judía”/”Rosen-A Jewish Story” — fragmentos de la novela/excerpts from the novel

Diego Paszcowski (Buenos Aires, 1966) Ganador del Premio de Novela del diario La Nación por “Tesis sobre un homicidio”(Sudamericana, 1999; DeBolsillo 2007; Sudamericana 2013 y 2016), llevada al cine en 2013 por Hernán Goldfrid y protagonizada por Ricardo Darín; autor de “El otro Gómez”(Sudamericana, 2001), de “Alrededor de Lorena”(Mondadori, 2006) y de “Rosen – Una historia judía” (Sudamericana, 2013). Algunos de sus libros fueron traducidos al portugués, al italiano y al francés. Coordinador del Taller de Escritura para Jóvenes en el Centro Cultural Ricardo Rojas (UBA), y director de diversas colecciones de «Nuevas Narrativas» y de ciclos de lecturas a partir de los trabajos realizados en sus talleres literarios. En los últimos años presentó su performance “Notas de jazz” junto a destacados músicos, y es autor de la letra de «Estoy aquí», tema con música de Alejandro Devries interpretado por Sandra Mihanovich en su disco “Vuelvo a estar con vos”. En 2009, Alfaguara editó “El día en que los animales quisieron comer otra cosa”, su primer libro de cuentos para niños; en 2013, la misma editorial publicó su primera novela para niños, “Te espero en Sofía”, en 2016 su segunda novela infantil, “La puerta secreta y otras historias imposibles” y en 2019 la tercera, “Donovan, el mejor detective del mundo”.

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Diego Paszkowski(Buenos Aires, 1966) Ganador del Premio de Novela del diario La Nación por “Tesis sobre un homicidio”(Sudamericana, 1999; DeBolsillo 2007; Sudamericana 2013 y 2016), llevada al cine en 2013 por Hernán Goldfrid y protagonizada por Ricardo Darín; autor de “El otro Gómez”(Sudamericana, 2001), de “Alrededor de Lorena”(Mondadori, 2006) y de “Rosen – Una historia judía” (Sudamericana, 2013). Algunos de sus libros fueron traducidos al portugués, al italiano y al francés. Coordinador del Taller de Escritura para Jóvenes en el Centro Cultural Ricardo Rojas (UBA), y director de diversas colecciones de «Nuevas Narrativas» y de ciclos de lecturas a partir de los trabajos realizados en sus talleres literarios. En los últimos años presentó su performance “Notas de jazz”junto a destacados músicos, y es autor de la letra de «Estoy aquí», tema con música de Alejandro Devries interpretado por Sandra Mihanovich en su disco “Vuelvo a estar con vos”. En 2009, Alfaguara editó “El día en que los animales quisieron comer otra cosa”, su primer libro de cuentos para niños; en 2013, la misma editorial publicó su primera novela para niños, “Te espero en Sofía”, en 2016 su segunda novela infantil, “La puerta secreta y otras historias imposibles” y en 2019 la tercera, “Donovan, el mejor detective del mundo”.

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Rosen-Una historia judía

No quiero a Max Rosen. Sé lo bastante de su vida, de sus correrías, de sus travesías y hasta sus delitos como para estar por completo de no debería quererlo. Y, sin embargo, De sus correrías, de sus travesías y hasta sus delitos, reales o inventados, más los reales que los inventados, no han dejado de atraerme, aun cuando se oponen a todos los principios que he defendido en la vida, aun cuando la vida me ha traído ya a los ochenta años, cuando el alma cuenta, según se sabe, con un vigor especial. En cualquier caso, y aunque hace tiempo escribo, fascinado, sobre él. Deseo dejar en claro en estas líneas que no quiero a Max Rosen.

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ARGENTINA

Max se inició en el comercio a los cinco años de edad: ya entonces compraba y vendía joyas, no verdaderas, desde luego, sino sencillas piedras de la calle convertidas en joyas por la inagotable imaginación infantil. Su hermano Aarón, con nueve años cumplidos, lo iniciaba en los secretos del comercio, tal vez por haber notado que por las amigos de sus padres—Shíe y Ruju, por caso. Tenían una tienda de ropa en el pujante barrio de Caballito, y pensaban abrir pronto un sucursal—eran más prósperos de su propia familia, mantenida a duras penas por un simple obrero textil. Y también sabía Aarón, que los parientes que habían quedado en Montevideo, y se dedicaban a la curtiembre, eran más importantes y ricos que los Rosen, quienes habían hecho la mala elección de desembarcar en Buenos Aires.

Porque lamentaba el oficio de su padre, la comunidad de aquel viaje hasta Buenos Aires y el destino de pobreza que les esperaba, Aarón había decidido encargarse de la instrucción de su hermano Max. “¿Cuánto vale este zafiro?”, preguntaba, y le mostraba a su hermano una piedra pequeña y gris. “Dos pesos”, decía Max, que no tenía una verdadera idea del valor de las cosas y ni siquiera sabía qué era un zafiro o un diamante. “No, vale veinte mil”, decía el hermano mayor, el menor aceptaba: “Bien, veinte mil”, decía. “Pues te daré ocho mil”, decía Aarón, y si el joven Max y el menor aceptaba y por esa suma se la entrega era reprehendido, como también era reprehendido si insistía más de la cuenta en reclamar los veinte mil. Hasta que, muy pronto, el niño reclama más de la cuenta en reclamar los veinte mil. Hasta que muy pronto el niño inteligente aprendió lo que tenía que aprender: “Creo que quince mil es un precio justo por esta piedra”, decía”, y su hermano lo felicitaba, aunque luego decía: “esta no es una piedra, es un zafiro. . .y esta es un rubí, si no lo crees nunca podrás hacer que los demás lleguen a creerlo”.

* * *

Y así fue como Max, ya sin compañero, ya sin compañero de aventuras, se dedicó a visitar, en una soledad tranquilizadora, los luminosos sitios en que los dueños de aquellas máquinas se quedaban con el sueldo de los pobres trabajadores perdidos por la pasión del juego, por la ilusión por una fortuna siempre esquiva, y por sus propias miserias. Cada tanto echaban a Max, era cierto, pero también cada tanto él encontraba la máquina precisa, el golpe exacto en la parte exterior de la máquina que haría que expulsase una cantidad de fichas suficientes para vivir, incluso con algunas comodidades, todo un mes. Max cambiaba de ropa y de peinado, llevaba anteojos o no los llevaba, elegía los horarios de mayor concurrencia o de menor—y en ese caso ya había entablado amistosa relación con algunos de los encargados de impedirle la entrada—y de algún modo descubriría la de la máquina más débil, el golpe seco en la parte posterior, el tintineante sonido de monedas que caen, de luces que se encienden, de duraznos o cerezas o limones que de pronto deciden alinearse, . .

Pero la verdadera habilidad de Max no residía en saber jugar al póker—algo que desde luego hacía, tras una vida de haber visto a su padre, de haber encontrado el método para saber qué cartas quedarían en el mazo y deducir en consecuencia con cuáles podrían contar sus adversarios—sino en poder determinar, con sólo ver unas pocas manos del juego, qué hombres serían capaces de jugar para él, es decir para la casa. La exigencia era notable, ya que no sólo se buscaba a alguien que tuviese habilidad o suerte sino también resistencia; aquellas partidas se prolongaban desde las seis de la tarde de un día hasta de las ocho de la noche, y era muy mal visto abandonar la mesa antes del tiempo establecido, a menos que se hubiese perdido todo. Max no jugaba, pero organizar aquello era para él un verdadero juego de niños: apostadores compulsivos—no lo pobres diablos en las máquinas la mitad o todos el sueldo, y que ambicionaban sin suerte acceder a aquella sala donde, se suponía—debían llamar por teléfono para reservar un lugar exclusivo en que el dos, o en algunos casos tres jugadores profesionales contratados por Max, desde luego en combinación procederían a desplumarlos. . . .

* * *

Cada vez que las ganancias de sus actividades sobrepasaron lo esperado, elegía a una asociación de la comunidad para hacer beneficia; podía ser tanto el asilo de ancianos judíos ubicado en la lejana localidad de Burzaco, como el centro Simón Wiesenthal, recientemente creado en los Estados Unidos para para la persecución y castigo de los inmundos criminales nazis, como a familia de un pobre rabino ciego y olvidado por Dios. Las donaciones destinadas a hacer el bien, hacen el bien en sí mismas, más allá del origen o de lo procedencia del dinero, y era por eso que todos aceptan encantados lo que Max ofrecía; quién si no un verdadero ángel podría ser aquel que se presentaba en alguna asociación necesitada de ayuda sólo para darlo todo, sin pedir, como se dice, algo en cambio. Lo único que preocupaba a Max era que se recordara su nombre. Si hubiese sido un verdadero ángel, o sus acciones guiadas o simple bondad, tal vez hubiera deseado permanecer anónimo, como anónimos son las regalos de Purim para que ningún pobre se sienta avergonzado, pero no era éste el caso de Max: que se recordara su nombre era una forma de ganar amigos.

ESPAÑA

Los días se convirtieron en semanas, y las semanas en todo un mes, pero al cabo de aquel primer mes en España, Max tuvo una revelación que podría en resumirse en la frase “uno debe ser quien debe ser”. Era así simple, y eso cambiaba todas las cosas. Antes había pensado que, para ganarse la vida, debía emplearse como vendedor, o bien intentar dar clases en ajedrez, o de fútbol, o instalarse en Madrid varias máquinas “tragaperras”, o dedicarse a jugar al póker en forma profesional, pero ahora veía que todo más claro: uno debe ser quien debe ser, y no un fantasma de lo que pudo haber sido. Eran las diez de la mañana y aún no había desayunado. Se hallaba, como de costumbre, en el banco de su plaza favorita, pensando en las escasas posibilidades que le ofrecía el destino, y se levantó de pronto, caminó hasta la calle de Santa Engracia y miró en el reloj de vidriera de un negocio de ropa: nadie confiaría su dinero ni su trabajo que le daría trabajo a un hombre así, tan delgado que ni podía reconocerse con la barba crecida, el cabello largo y prolijo, la ropa sucia, alguien que le parecía un mendigo que a un hombre de bien. Aún quedaba dinero suficiente para vivir siete meses de la forma en que vivír, pero la forma en que vivía, no podía llamarse vivir. Debió hacer un cambio radical, y a partir de lo que había pensado en las cuentas resultaban sencillas podría conseguir un albergue siete veces mejor, tomar desayunos siete veces más sabroso, vestir como vestía de antes, es decir: cambiar siete meses de aquella vulgar de sobrevivida por un mes, tan sólo un mes, de su vida pasada.

De regreso a Madrid, y ahora con dinero suficiente, Max abandonó sus labores en la peluquería para multiplicar, en el comercio, su radio de acción. Era sencillo, y no tan distinto a lo que su hermano en la infancia, le había enseñado: comprar por menos, vender por más, y quedarse con la diferencia sin sentir ningún remordimiento alguno. Las comisiones existen desde que el mundo, pensaba Max, desde el primer mono consiguió dos bananas gracias a las indicaciones que el otro mono amigo se quedó con una.

En tanto el embarazo de su mujer progresaba de acuerdo con lo esperado y ella, que en su nuevo estado había cambiado de humor y ahora parecía enojada todo el tiempo, le exigía que cumpliese con una promesa que él le había hecho antes de viajar: a Guadalupe no le bastaba haberse casado con Max por las leyes civiles sino que esperaba que ambos, en la iglesia, formalizasen su matrimonio. Esto a Max le parecía ridículo, ya que ella ni siquiera planteaba una ceremonia mixta, que en aquel tiempo era novedad. Debía ser en la iglesia, y no en cualquiera sino en una que Lupe. Y si a Max se le ocurría ponerse alguna objeción o, de regreso en casa tras una semana entera de arduo trabajo, tenía el impulso de reírse de las locas pretensiones de Lupe, Lupe acudía a su más melodramático tono para decirle: “qué te importa, si según dices tú ni crees en Dios”, y también “hazlo aunque más no sea por la memoria de mi madre, que en paz descanse, no sabes lo mucho que a ella le hubiese gustado”.

Y después de todo ella tenía razón: qué importaba dejarse rociar con agua bendita, que importaba jurar por un dios, o por otros, o por ambos, o por tres, o por ninguno, si las cosas de cualquier modo jamás cambiaban. Si casaría, si eso era lo que la hacía. Se casaría bajo las condiciones que ella impusiese: si al cura no le importaba que él tuviese la circuncisión, a él tampoco le importaría. De modo que juntos concurrieron a la Parroquia de San Antonio, en el número ciento cincuenta de la calle Bravo Murillo, en el mismo barrio en el que vivían y donde también la madre de Lupe se había casado, e iniciaron allí los trámites que hicieron meses después Max Rosen, con veintiocho años cumplidos, en el caluroso agosto de mil novecientos sesenta y uno, tomara la Sagrada Comunión y obtuviera del obispo local. Mintió en cada pregunta que le hicieran, y dijo todo lo que todo sacerdote quería escuchar de su boca, mientras pensaba: por más se sumerja en una fuente repleta de agua bendita, un judío sigue siendo un judío por toda la eternidad.

ISRAEL

De los kibutzim que en la Oficina del Ministerio de Absorción e inmigración le propusieron para que se instalase, Max eligió precisamente el más alejado de las grandes ciudades, el más cercano a los peligrosos Altos de Golán, y al mismo—y por los mismos motivos–, el más confortable.

* * *

Entre las numerosas mujeres que conoció en Israel, solo una le interesaba. No era la más bonita de todas, ni la más dispuesta; tenía ya dos hijos y un marido muerto en la Guerra de los Seis Días, contra cuyo heroica memoria ni Max ni nadie hubiera podido competir. Jana Katz no quería saber nada con Max Rosen, y era casi la única de todas las solteras o viudas en el kibutz que no había caídas bajo sus encantos. “La gracia de la vida”, pensaba Max entonces, “radica en buscar lo imposible”.

* * *

Así como todos en el kibutz habían lamentado su partida hacia el ejército, todo el kibutz, ahora festejaba su regreso, incluida aquella mujer, quien de pronto se mostraba más receptiva a sus galanteos, más interesados en sus historias, más atenta a lo que él pudiera proponerle. . .

Dios cierra las puertas, pero siempre deja abierta una ventana. Y allí estaba Max, de regreso a los brazos de Jana y a un amor que, desde que viera a la mujer, no había dejado sentir que le pertenecía. Ahora ellos compartían una misma habitación, y en el kibutz se debatía sobre la conveniencia o no de los niños de todos de todas las familias aunque durmieron juntos.

Sin embargo, no le resultó tan sencillo convencerla: primero debió volver pruebas de sinceridad y rectitud, y lo que hizo para ganar al fin la confianza de Jana fue contarle todo lo que había hecho en su vida, desde los dieciséis años hasta aquellas últimas vacaciones en Tel Aviv, sin omitir detalle. Y aunque la tradición recomienda ser breve en el diálogo con las mujeres, todas las noches, después de la cena, Jana escuchaba fascinada el relato de la vida de Max, como si de novela se tratase, si bien aún lamentaba la pérdida del ser heroico amante vencido, podía ver en aquel hombre que le cortejaba desde hacía años a un verdadero sobreviviente. Así somos los judíos, sobrevivientes: a más que mil años de persecuciones, a la Shoá, a las mil penurias que Dios, en Su infinita sabiduría para algunos, en un mortal indiferencia para otros, ha sabido entregarnos para poner a prueba la sinceridad de nuestra fe.

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Rosen-A Jewish Story

I don’t like Max Rosen. I know enough about his life, his escapades, his journeys and even his sins in order to be totally convinced that I shouldn’t like him. And, nevertheless, of his escapades, his journeys and even his sins, real or invented, more the real ones than the invented, haven’t ceased to attract me, even when they go against the principles that I have defended in my life, even the live that has brought me to eighty years old, when the soul does count, as we know, with a special vigor. In whatever case, and even though it was some time ago, I write, fascinated about him. I want to make it clear, in these lines, that I don’t like Max. Rosen.

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ARGENTINA

Max was initiated into commerce at the age of five; even then he bought and sold jewels, not real ones of course, but simple stones converted in jewels by his unlimited childhood imagination. His brother Aaron, at nine years old, initiated him in the secrets of business, perhaps having learned from the friends of his parents–Shie and Rulu, for example. They had a clothing store in the thriving neighborhood of Caballito, and they thought about opening another branch—they were the most prosperous of his own family, which was barely sustained, by enormous effort by a simple textile worker. And Aaron also knew about that the relatives that had remained in Montevideo, dedicated themselves to the tannery, were the most important and rich of the Rosen, who had made the bad choice of disembarking in Buenos Aires.

Because he lamented his father’s trade, the community that made that trip to Buenos Aires and the fate of poverty that awaited them, Aaron had decided to take on the instruction of his brother Max, “How much is this sapphire worth?” he asked and showed his brother a small, gray stone. “Two pesos”, said Max, who didn’t have a true idea of the value of things, and he didn’t even what was a sapphire or diamond was. “No, it’s worth twenty thousand, the older brother said. They younger brother accepted. “Okay, I’ll give you twenty thousand, he said. Then, then I’ll give you eight thousand,” Aaron said, and if Max, the younger, accepted that amount, and delivered the stone, he was reprehended. As he was also reprehended, if he insisted on more than the sum in demanding the twenty thousand. Until he quickly the intelligent boy learned what he had to learn: “I think fifteen thousand is a fair price for this stone,” he said, and his brother congratulated him, though he said: “This is not a stone, it is a sapphire…and this is a ruby, if you don’t believe it, you will never get the others to believe it.”

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And so it was that Max, now without a companion, now without a companion for adventure, dedicated himself to visit, in a tranquilizing solitude, the illuminated places in with the owners of those slot machines gathered up the salaries of the poor workers lost by a passion for gaming, by the illusion of an always elusive fortune, and by their own misfortunes. Every once in a while, they threw Max out, but also once in a while he found the exact machine, the exact blow in the back of the machine that would make it eject a sufficient quantity of tokens to allow him to live, even with a few luxuries, for an entire month. Max changed clothes and haircut, he wore eyeglasses, or he didn’t wear them, he chose the times of greatest traffic or of least—and in that case he had already a friendly relationship with some of those who were supposed to keep his out—and in one way or another, he would discover the spot on the weakest machine, the dry blow on the rear part, the quiet jingling of the falling coins, the lights that brighten, with peaches or cherries or lemons that quickly decide to line up. . .

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However, Max’s true ability wasn’t in knowing how to play poker—something that of course he did, after a lifetime of having seen his father, of having found the method for knowing which cards remained in the deck and to deduce accurately what his adversaries could count on—but rather in being able to determine, after seeing only a few hands, which men would be capable of playing him, that’s to say for the house. The exigency was notable, since he not only looked for someone who had skill or luck, but also stamina; those games went on from six in the afternoon on one day until eight o’clock in the evening, and it was strongly looked down upon to abandon the table before the established time, unless you had lost everything. Max didn’t play, but he organized what was for him true child’s play, compulsive betters—not the poor devils of the machine with half or all of their pay, and who, wanted badly, but unsuccessfully to accede to that room where, it was thought—they ought to make a telephone call to reserve an exclusive place in which two or in some cases three professional card players, contracted by Max, who, of course in combination, proceeded fleece them. . .

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Every time that the winnings from his activities went beyond what was hoped for, he chose a community association to give a charitable gift; it could be the home for aged Jews, located in the far away town of Burzaco, of The Simon Wiesenthal Center, recently created in the United Sates for the persecution and punishment of the filthy Nazi criminals, or the family of a poor rabbi, blind and forgotten by God. The donations, sent to do good, did good in themselves, beyond the origin and source of the money, and for that reason, everyone accepted with delight what Max offered; who if not a true angel could be the one who came to a needy organization only to give it all, without asking for, how do you say, anything in return. The only thing that worried Max was that his name be remembered. If he had been a true angel, or his actions guided by simple goodness, perhaps he would have desired to remain anonymous, as Purim gifts are anonymous so that no poor person is embarrassed, but that wasn’t Max’s case; his name being remembered was a way of gaining friends.

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SPAIN

The days became weeks, and the weeks in a complete month, but at the end of that first month in Spain, Max had a revelation that could be summarized the phrase: “one should be what one should be.” It was that simple, and that changed everything. Before, he had thought that to earn a living, he ought to be employed as a salesman, or set out to give classes in chess, or football, or to install in Madrid several slot machines or to dedicate himself to playing poker as a profession, but now he saw everything more clearly, and not as a ghost of what he could have been. It was ten o’clock in the morning, and he hadn’t had breakfast yet. He found himself, customarily, on a bench in his favorite plaza, thinking about the scarce possibilities that his fate offered him, and he quickly stood up, walked toward Santa Engracia Street and looked at glass clock of clothing store: nobody would trust his money nor hisXXX to a person like that, so thin that he couldn’t even recognize himself with his beard grown out, and his hair long and thick, the dirty clothes. Someone who appeared to be a beggar rather than a man of means. He still had enough money to live for seven months in the way he had been living, but the way he was living couldn’t be called living. He had to make a radical change, and from what he thought, with what he had, he simply could find a place to live that was seven times better, have breakfasts seven times tastier, dress as he had dressed before, that is to say: exchange seven months of that vulgar life for a month, only a month of his past life.

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ISRAEL

Of the kibbutzim the Office of the Ministry of Absorption and Immigration offered him to settle in, Max chose precisely the furthest from the big cities, the closest to the dangerous Golan Heights, and at the same time—for the same motives, the most comfortable.

Of the numerous women that Max met in Israel, only one interested him. She wasn’t the prettiest or the most available: she already had two children and a husband who died in the Six Day War, against whose heroic memory, neither Max nor anyone could compete. Jana Katz didn’t want to know anything of Max Rosen: and she was almost the only one of the unmarried women or widows on the kibbitz who hadn’t fallen under his charm.

“The fun of life,” thought Max then, “lies in seeking the impossible.”

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Just as everyone in the kibbutz had regretted his leaving for the army, now they all celebrated his return, including that woman, who quickly showed herself to be more responsive to his courtship, more interested in his stories, more attentive to what he could suggest to her.. .

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God shuts the doors, but always leaves a window open. And there was Max, on returning, in the arms of Jana and a love that, since he saw the woman, he had not ceased feeling that she belonged to him. they shared the same room, and in the kibbutz, they debated the advantage or not of having all the children from all the families even if they slept together.

Nevertheless, it wasn’t so easy to convince her; first he had to return proofs of sincerity and rectitude, and what he did to finally gain Jana’s confidence, was to tell her all that he had done in his life, from sixteen years old to those recent vacations in Tel Aviv, without omitting a detail. And even if the tradition recommends being brief in dialogues with women, every night, after supper, fascinated, Jana listened to the tale of Max’s life, as it were a novel, even if she still mourned the loss of her defeated heroic lover, she could see in that man who courted her for years a true survivor. We Jews are survivors: after more than a thousand years of persecutions, of thousand travails that God, in His infinite wisdom for some, in a mortal indifference for others, has known how to give us the chance to test the sincerity of our faith.

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Libros de Diego Paszkowski/Books by Diego Paszkowski

Marcos Aguinis — Novelista y escritor judío-argentino/Argentine Novelist and Writer– “La gesta del marrano”/”The Epic of the Marrano” — De una novela sobre la Inquisición Española/Extract from the Novel about the Spanish Inquisition

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Website — Marcos Aguinis

Marcos Aguinis es un autor con amplia formación internacional en literatura, neurocirugía, psicoanálisis, artes e historia. “He viajado por el mundo, pero también he viajado por diferentes profesiones”. Aguinis nació en Córdoba, Argentina en 1935, hijo de inmigrantes judíos. Tenía siete años cuando llegó la noticia de que los nazis habían matado a su abuelo y al resto de su familia que se había quedado en Europa. Él describe esto como el momento fundamental de su vida, y uno que finalmente lo llevó a escribir en un esfuerzo por cerrar esa herida, para reparar el “mecanismo roto de la humanidad”. Publicó su primer libro en 1963 y desde entonces ha escrito trece novelas, catorce colecciones de ensayos, cuatro colecciones de cuentos y dos biografías. La mayoría de ellos se han convertido en bestsellers y han generado entusiasmo y controversia. El Sr. Aguinis fue el primer autor fuera de España en recibir el prestigioso Premio Planeta por su libro “La Cruz Invertida” y su novela superventas “Contra la Inquisición” ha sido traducida a varios idiomas y elogiada por el Premio Nobel Mario Vargas Llosa como “Conmovedor canto de libertad” ….

del sitio web de Marcos Aguinis

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Marcos Aguinis is an author with extensive international training in literature, neurosurgery, psychoanalysis, the arts, and history. “I have traveled the world, but I have also traveled by different professions.” Aguinis was born in Córdoba, Argentina in 1935, the son of Jewish immigrants. He was seven years old when the news came that the Nazis had killed his grandfather and the rest of his family who had remained in Europe. He describes this as the pivotal moment in his life, and one that ultimately led him to write in an effort to close that wound, to repair the “broken mechanism of humanity.” He published his first book in 1963 and since then he has written thirteen novels, fourteen essay collections, four short story collections, and two biographies. Most of them have become bestsellers and have generated excitement and controversy. Mr. Aguinis was the first author outside of Spain to receive the prestigious Planeta Prize for his book “The Inverted Cross” and his best-selling novel “Against the Inquisition” has been translated into several languages and praised by Nobel Prize winner Mario Vargas Llosa as a “moving song of freedom” ….

From Marcos Aguinis’ Website

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La gesta del marrano — Amazon

Against the Inquisition — Amazon

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“La gesta del marrano”

Prólogo de la novela.

Mugre, piel y huesos, con los tobillos y las muñecas ulceradas, por los grilletes, Francisco es una braza que arde bajo los escombros. Los jueces miran con fastidio a ese esperpento: un incordio decididamente intolerable.

Hace diez año que lo han enterrado en las cárceles secretos. Lo sometieron a interrogatorios y privaciones. Lo enfrentaron con eruditos en sonoras controversias. Lo humillaron y amenazaron, pero Francisco Maldonado da Silva no cedió. Ni a los dolores físicos ni a las presiones espirituales. Los tenaces inquisidores sudan rabia porque no quieren enviarlo a la hoguera sin arrepentimiento ni temor.

Cuando seis años atrás el reo afectó un ayuno rebelde que casi lo disolvió en cadáver, los inquisidores ordenaron hacerle comer a la fuerza, darle vino y pasteles; no toleraban que ese gusano les arrebatarse la decisión de su fin. Francisco Maldonado da Silva tardó en recuperarse, pero logró demonstrar a sus verdugos que podía sufrir no menos que un santo.

En su maloliente mazmorra el estragado prisionero suele evocar su odisea, Nació en 1592, exactamente un siglo después de que los judíos fueron expulsados de España y Colón descubriera las Indias Occidentales. Vio la luz en el remoto oasis de Ibatín, en su casa predominaba el color pastel con manchones de azul. Luego se trasladó a Córdoba precipitadamente. Huían de una persecución que pronto les daría alcance. Navegó por tierras amenazadas: indios, pumas, ladrones, alucinantes salinas. Cuando cumplió nueve años, arrestaron a su padre en un desgarrador operativo. Un año después del hogar a su hermano mayor. Llegó a las once, y ya no quedaban en su vivienda bienes que no hubieran sido investigados y malvendidos por las implacables autoridades. Su madre, vencida, casi loca, se entregó a la muerte.

El llagado adolescente completó su educación en un convento: leía la Biblia y soñaba con una reparación aún inconfesable. Salvó a un apopléjico, cabalgó por los portentosas serranías de Córdoba y conoció las flagelaciones más absurdas.

Antes de cumplir dieciocho años decidió partir para Lima para graduarse de médico en la Universidad de San Marcos. Allí anhelaba re-encontrarse con su padre, todavía vivo ver baldado por las torturas de la Inquisición. Su viaje de miles de kilómetros en carretera y en mula lo llevó desde las infinitas pampas del Sur a la helada puna del Norte. Alternó con inesperadas acompañantes e hizo descubrimientos que le cambiaron la visión de su identidad. Descendió a la deslumbrante Lima, llamada Ciudad de los Reyes, para recibir la revelación final. Allí, además del encuentro dramático con su padre, conoció a Martín Porres, el primer santo negro de América, participó en las defensas de Callao contra el pirata holandés Spilpergen y se graduó en una brillante ceremonia.

La persecución, que había empezado en Ibatín y siguió en Córdoba, volvió a enardecerse en Lima. Decidió entonces embarcar hacia Chile: era un eterno fugitivo. Allí logró ser contratado como cirujano mayor del hospital de Santiago, porque era el primer profesional con títulos legítimos que llegaba al país. Su biblioteca personal superaba todas las colecciones existentes en conventos o reparticiones públicas. Visitó salones y palacios, alternó con autoridades civiles y religiosas, recibió halagos por su cultura. Y se casó con una hermosa mujer. Llegó a ser exitoso y apreciado; su bienestar reparaba la cadena de padecimientos anteriores.

Un hombre común no habría alterado esta situación. Pero en su espíritu llameaba un tizón inextinguible, un rebelión que ascendía desde los abismos. Sabía que otra gente, como él, deambulaba por el mundo sosteniendo sus creencias en secreto. Era difícil, conflictivo, indigno. Contra la lógica de la conveniencia, optó por quitarse la máscara y defender sus derechos de manera frontal. Hasta entonces había sido un hipócrita, un marrano.

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“The Epic of the Marrano”

Prologue to the Novel

Filthy, skin and bones, with his ankles and wrists ulcerated by the shackles. Francisco is a hot coal the burns under the rubble. The judges look with annoyance at that grotesque sight: a decidedly intolerable nuisance.

Ten years have passed since they have buried gun in the secret prisons. They submitted him to interrogations and privations. The confronted him with scholars in sonorous arguments. They humiliated and threatened him, but Francisco Maldonado da Silva did not give in. Neither the physical pains nor the spiritual pressures. The persistent inquisitors sweated rage because they didn’t want to send him to the stake without repentance or fear.

When, six years back, the prisoner affected a rebellious fast that almost dissolved him into a cadaver, the Inquisitors ordered that he be forcefully, giving him wine and cakes; they couldn’t tolerate that this worm snatch from them the decision of when he would die. Fernando Maldonado da Silva was slow to recuperate, but he was successful in demonstrating to executioners that could suffer no less than a saint.

In his ill-smelling dungeon, the ravaged prisoner continued to think about his odyssey, He was born in 1692, exactly a century after the Jews were expelled from Spain and Columbus discovered the West Indies. He was born in the remote oasis of Ibatín. In his house, pastel colors predominated with large blotches of blue. Then then the family hastily moved to Córdoba. They fled a persecution that quickly caught up with them. They navigated through threatening territories: Indians, pumas, thieves, saline hallucinations. When he turned nine, the arrested his father in a heartbreaking operation. A year later they removed his older brother by force from their home. They arrived at home at eleven, and in their dwelling, no longer remained things that had not been investigated and sold cheaply by the implacable authorities.

The suffering adolescent complete his education in a convent. He read the Bible and dreamed of a reparation not yet mentionable. He saved an apoplectic, he rode his horse through the marvelous mountains of Córdoba, and he encountered the most absurd flagellations.

Before he turned eighteen, he decided to leave for Lime to graduate as a physician from the University of San Marcos. He yearned to find his father, still alive, XXX crippled by the tortures of the Inquisition. His voyage of thousands by road and by mule carried him from the infinite pampas of the South to the frozen puna of the North. Hi mingled with unexpected companions and he made discoveries that changed his vision of his identity. He descended to the dazzling Lima, called the City of Kings, to receive the final revelation. There, besides the dramatic meeting with his father, he met Martín de Porres, the first black saint of the Americas, participated in the defense of Callao against the Dutch pirate and he graduated in a splendid ceremony

The persecution, that had begun in Ibatín and continued in Córdoba, blazed again in Lima. He then decided to embark for Chile: he was an eternal fugitive. There, he was able get a contract as the chief surgeon in the Santiago hospital, because he was the first professional with legitimate titles who arrived in the country. His personal library surpassed all the existing collections in convents or public distributions. He visited salons and palaces, socialized with civil and religious authorities, received praise for his culture. And he married a beautiful woman. He became successful and highly regarded; his wellbeing repaired the chain of earlier afflictions.

An average man would not have changed this arrangement. But his spirit burned in an inextinguishable ember a rebellion that ascended from the abysm, He knew that other people like himself wandered through the world, maintaining their beliefs in secret. It was difficult, unsettling, shameful. Against the logic of advantage, he opted to take off his mask and defend his rights in a head-on manner. Until then, he had been a hypocrite, a marrano.

This translation by Stephen A. Sadow

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Algunos libros de Marcos Aguinis/Some of Marcos Aguinis’ Books

Luisa Futoransky — Novelista y poeta judía-argentina, radicada en Francia/Argentine Jewish Novelist and Poet, living in France — “Son cuentos chinos”/”These are Chinese Stories” — fragmentos de la novela extraordinaria sobre el exilio en Beijing/Excerpts from the Extraordinary Novel of Exile in Beijing

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Luisa Futoransky nació en Buenos Aires. En 1967 se recibe de abogada en la misma Universidad. Obtiene una beca de la Universidad de Iowa mediante la que realiza la residencia del Programa Internacional de Escritura, EE. UU.En Roma, Italia, estudia poesía contemporánea en la Universidad de Roma y en la Academia Chighiana, Siena. Tras residir en China, donde trabaja para Radio Pekín, y Japón, donde es periodista del servicio en español de la NHK y profesora de música en la Universidad de música de Mushasino (Tokio), en 1981 se radicó en Francia, trabajando en el Centro Georges Pompidou, y como redactora de la agencia de noticias France Presse.Ha colaborado en diversos medios literarios periodísticos: Ars, L’Ane, Página/30, Página/12, Clarín, El Correo de la Unesco, World Fiction, Hispamérica, Basel Zeitung. Asimismo, ha hecho trabajos para Radio France, el Ministerio de Cultura Francés y Radio Euskadi de España.Futoransky, que habla español, francés, inglés, hebreo e italiano, reúne en su obra un conjunto increíblemente rico de referencias culturales inspiradas en sus experiencias de vida en América Latina, Europa y el Lejano Oriente, que mezcla con imágenes distintivas de su hogar (Argentina). En 1997 fue miembro del International Writing Program de Iowa City, Iowa. Es invitada regularmente a dar conferencias en prestigiosas universidades de Francia, España, Argentina y Estados Unidos. Asimismo, con regularidad es autora invitada a festivales literarios internacionales. La obra de Futoransky se cita a menudo en los estudios sobre la escritura femenina contemporánea, así como en los que tratan temas como el exilio, la identidad transnacional, la lengua, la poesía latinoamericana contemporánea o los escritores argentinos en París.

Adaptado de Wikiwand.com

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Luisa Futoransky was born in Buenos Aires. In 1967 she received her law degree from the same University. He obtains a scholarship from the University of Iowa through which he does the International Writing Program residency, USA in Rome, Italy, studies contemporary poetry at the University of Rome and at the Chighiana Academy, Siena. After residing in China, where she works for Radio Peking, and Japan, where she is a journalist for the NHK Spanish service and a music professor at the Mushasino University of Music (Tokyo), in 1981 she settled in France, working at the Center Georges Pompidou, and as editor of the France Presse news agency, has collaborated in various literary and journalistic media: Ars, L’Ane, Página / 30, Página / 12, Clarín, El Correo de la Unesco, World Fiction, Hispamérica, Basel Zeitung. He has also done work for Radio France, the French Ministry of Culture and Radio Euskadi de España.Futoransky, who speaks Spanish, French, English, Hebrew and Italian, brings together in his work an incredibly rich set of cultural references inspired by his experiences of life in Latin America, Europe and the Far East, which he mixes with distinctive images of her home (Argentina). In 1997 she was a member of the International Writing Program of Iowa City, Iowa. She is regularly invited to give lectures at prestigious universities in France, Spain, Argentina and the United States. She is also a regular guest author at international literary festivals. Futoransky’s work is often cited in studies of contemporary female writing, as well as in those dealing with topics such as exile, transnational identity, language, contemporary Latin American poetry, or Argentine writers in Paris.

Adaptad from Wikiwand.com

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From:/De:’Luisa Futoransky. Sus cuentos chinos. Madrid: Ediciones Trilce, 1986, 8-14, 19-29

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“EN EL COMIENZO”

En el comienzo hay ruido a viento, está soleado y yo estoy adentro. No empleo el tiempo caminando por el sendero de tierra para el barrio de Jaitién, no por el de la derecha hacia la Cooperativa Popular. Se me cruzan varios lugares en los que puedo pensar para no estar donde estoy ahora, sugeridos por una foto y una tarjeta postal que coloqué bajo el vidrio del escritorio, son: un ramo de cerezas en flor de uno de los árboles de la casa donde viví cuatro años en Sakuradai, Tokio, y la Puerta de los Leones de Jerusalem.

Me soné los dedos, los de la mano izquierda, cada crujido equivale a una mentira: tengo más mentiras en la mano derecha que en la izquierda. Estoy de acuerdo: la izquierda es del corazón.

Oigo que por el pasillo que da a mi cuarto los tonjis, camaradas en chino, se están gritoneando, a lo mejor son simplemente como me suenan a mí los cuatro tonos de su idioma y en vez de putearse están hablando de sus temas preferidos: el tiempo o el precio, calidad y escasez de las verduras. Las ramas de los árboles ya están peladas.

Cancelo la nostalgia de un plumazo y no voy a hablar de cuando volví a ver la Cruz del Sur, pero en Bali. Entonces, ¿qué? Estoy mareada porque no sé lo que vale la pena decir y lo que tengo que seguir diciendo. Excusas, tentaciones que no me voy a conceder: irme un <<ratito>> a la cama para hacerme la paja, visitar a mi vecina para preguntarle cómo siguen los múltiples fracturas del marido después del accidente—último escandalete protagonizados por sudamericanos del Hotel de la Amistad, donde ocurrió que luego de hartas tramoyas para conseguirlo por vía diplomático, el único latino con auto propio de los que trabajamos contratados por China en Pekín, sale a estrenarlo con el amigo y el mismo día se hacen polvo en curda a las tres de la mañana tratando de levantar minas en el parque Beihai—o hablar con Ana para matar el tiempo, suponiendo que el tiempo se deje. Entonces accedo a tras trampas de las urgencias: mear y lavar los pañuelos—estoy tan resfriada–, por encima de la náusea que no quedan restos de moco y hacerlos secar en las azulejos del baño para que se planchen solos. También ahí, está claro, me doy una lectura, una guía, una señal.

No puedo comenzar esto diciendo: <<Nací 1632 en la ciudad de York>> como Robinson, porque nací en Buenos Aires el 5 de enero de 1939. Mis padres decían que en el nacimiento del cuello tengo dos venitas que formaban claramente una V, la V de Victoria, decían.

Casi ningún recuerdo de la guerra, aunque esforzándome puedo distinguir con vaguedad en la pieza que nos servía de comedor y dormitorio, de techo muy alto con ladrillos entre las vigas, pintados de cal blanca, una conversación entre papá y los tíos—apuesto que quieran ganar a los aliados–. Y otra más susurrada: –dicen que en Entre Ríos están preparando campos de concentración–. Y una tercera en la que mamá trata de aplacarlo y él da un puñetazo sordo en la mesa y se pone colorado de rabia, como cuando se enoja conmigo: — cuando ustedes decían que Londres no iba a aguantar el único que tenía razón como siempre era yo–, notar el como siempre. Pero, mucho más que eso, recuerdo celebrando parecido con Shirley Temple; por él una mujer una vez hasta me quiso regalar plata en el subte: –la nena es una belleza, Dios la guarde; toma linda, para que te compres algo que te guste–. Y papá, por supuesto impidiéndome recibirla con la mirada: –faltaba más, señora, pero decí gracias lo mismo–. Y ella: –pero señor….

Y el episodio me dejaba una sensación de culpa, de vergüenza, de miedo, porque estaba enojado y yo no sabía qué había hecho de malo; otra mujer con papá y yo en la plaza de Santos Lugares, papá nunca me deja esta vez me manda — ¡qué raro!—a jugar sola; por fin después me llaman y la mujer se ríe siempre me regalaba monedas uruguayas grandotas de cinco centésimos, muy pesadas. –Pichita, decí muchas gracias–, y digo pero de mentira si igual no son para mí, si el que junta monedas es papá. Desde ese día perdí el gusto por mi juego preferido, subirme a la cama grande y que papá y yo desparramáramos juntos su colección de monedas porque estaban <<esas>> de las que no podía hablar ni la señora tampoco. Recuerdo a mi abuela que me ordenaba contestar a todos que me dijeran que yo era linda, sana y gordita: –¿yo como tu pan?—y hacer simultáneamente sin que me vieran el signo de la figa así me alcanzaría el mal del ojo. Recuerdo el gallinero, los nísperos y el membrillo cerca de un lugar que no me dejan y llamaban pozo ciego, recuerdo a mi abuelo siempre con tos y cosiendo corbatas, la mano más linda de todas de llevar mi mano por la calle, la boca más verdad de todas de contarme cuentos de gitanos, recuerdo el polvillo que levantaba en la entretela cuando cosía y tosía porque yo siempre quería estar parada al lado de la máquina con él, a mi abuelo un día muerto y papá que me lleva para que lo vea en la pieza de al lado y aunque estaba muy raro y amarillo y medio blanco y medio verde tuve que darle un beso, pero yo no quería. Recuerdo la bomba de agua tan fría a la mañana tan lejos en el fondo de la casa, mejor morir como el abuelo y los canarios del abuelo y el perro del abuelo que tener que lavarse para ir al colegio; –de la Capital porque aunque sea un sacrificio para mi marido llevar y traer a la nena todos los días a la escuela, la enseñanza es mucho mejor que de la provincia–.

El colegio Delfín Gallo, Escuela número 1, Consejo escolar 17, de Villa Devoto. Por más que ahora me esfuerce, nunca sabré ya quién era ellfíngallo, ni cuál será el fin del gallo y como esa, muchísimas cosas más.

En el exilio no se velan las armas sino el cartero.

siempre, siempre, desde hace veinte años, la esperanza en el cartero o en el teléfono con el mensaje milagroso que cambiara el curso de la vida, o más modestamente una pequeña glorificación, al menos uno de los premios menores de la lotería

debido a mi precariedad todos mis cuartos han tenido y tienen todavía cosas en la pared clavadas con chinches, nada de marcos ni clavitos, nada de permanente ni de permanecer, al menos por ahora, la inseguridad de no tener derecho (real) de estar en el lugar donde estás, de paso marginal o casi fuera de la ley, un eterno rechazo (eso no se hace, nena, ¡qué vergüenza!) a firmar contratos y angustia a renovar el pasaporte, cambio, refocilarme en la lista de miedos de día, que los de noche todavía no se tocan, siempre existen varias manera para salir del callejón sin salida, volver sobre los pasos por ejemplo, aunque generalmente el camino de vuelta es más largo y pesado, o saltar la tapia—

posibilidad aún no contemplada. pausa. debajo del vidrio de mi escritorio—pesado resabio, como todos los todos los muebles del hotel, de la primavera del romance chino-soviético–, también tengo una foto del Buda de Kamakura; le miro larga, intensamente, cómo forma con las manos el mudra perfecto para integrarse con el cosmos, por si alguna vez aprendo. estoy sacando del cajón lo que tengo (¿todo?, existe acaso todo?), en este momento es lo mejor, lo único, una cosa que querría tener delante, mecerla contra el pecho, a tres metros del ojo, incrustada en mi pared: la chupa enlozada, con esfuerzo podría decir con mayúsculas azules y dibujo y texto en parte borrados para siempre que se encontraba en el muro de entrada del patio de mi escuela primaria: las mayúsculas grandes rezaban absolutos: SEA COMPASIVO CON LOS ANIMALES (Domingo Faustino Sarmiento).

la palabra compasión que volvió a aparecérseme hace un par de años, allá por los trainings de Life dynamics en Tokio, en los libros de budismo que leo ahora y que me sorprendió—pero, ¿de qué está hablando? – cuando al final de algunas de aquellas catárticas maratones emocionales, Paula, una muchacha integrante del grupo, le pidió a Satoko, la calígrafa japonesa, que le llevara la mano para escribirse esa palabra en los enigmáticos y sombríos caracteres chinos y poder tenerla así continuamente delante a mí se me confunde con la que a mi turno, yo le pedí: alegría y creación, o sea con-pasión, una sola patita de una consonante y es una puerta que no cruzo, al menos todavía, detengámonos en el dintel.

Recién estoy empezando a aceptar que en Baires no se acuerden de mí. Un segmento de recta largo que tracé relativamente a sabiendas y del cual soy responsable. Me liga un ajado pasaporte azul marino, el idioma que estoy viviendo como puedo, el paquete de fantasmas que me visitan cada vez por suerte de menos frecuencia, los cuatro o cinco amigos que cada tanto reencontramos por el mundo y pará de contar. Se acabaron los firuletes y el vendedor de barquillos con el eje de su ruleta pura trampa en el recuerdo. Nadie conserva los negativos del bebé desnudo en Santos Lugares ni las piedrecitas que se metía en mis primeros zapatos cuando caminaba orgullosa de la ma-no-de-pa-pá por el pedregullo de la plazoleta de la estación de ferrocarril. Allí quedaron también los huesos de las bobes y zeides que a veces pretendo que me visitan para protegerme cuando medito a modo nuestro en el zaipe número 4414 del pekinés Yoi-Bing-Wang, Hotel de la Amistad.

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“IN THE BEGINNING”

In the beginning there is noise of the wind, it is sunny and I am inside. I don’t use the time walking on the dirt path toward the Jaitien neighborhood, not to the right toward the Popular Cooperative. Several places pass me by of which I can think in order not to be where I am now, suggested by a photograph and a post card that I placed under the glass of the next, they are: a branch or cherries in flower of one to the house trees where I lived tor four years in Sakuradai, Tokyo and the Lion’s Gate in Jerusalem.

I cracked my fingers, the lefthanded ones, each crack equals a lie: I have more lies in the right hand than in the left. I agree: the left side is the heart.

Though the hallway that faces my room I hear the tonjis, comrades in Chinese, they are yelling, or perhaps it is simply how the four tones of their language sound to be, and instead of screwing around, they are speaking about their favorite topics: the weather or the price, quality and shortages of vegetables. The tree branches are already bare.

I cancel nostalgia with a stroke of my pen and I’m not going to speak about when I saw the Southern Cross again, though in Bali. Then, what? I am dazed because I don’t know what is worth saying and what I have to say continue saying. Excuses, temptations to which I am not going to concede: go to bed for “a little while” to masturbate, visit my neighbor to ask her how her husband’s multiple fractures are coming along after the accident—a small scandal starring South Americans from the Hotel of Friendship, where it happened that after full-fledged schemes to obtain it by diplomatic means, the only Latino with his own car from among those who worked under contract to China in Peking, goes out with a friend to show it off, and the same day they got wasted and totaled it at three o’clock in the morning, while chasing girls in Bahei Park. Or to speak with Ana to kill time, supposing that there was time left to kill. Then, I accede to those urgent requirements: to pee and to wash handkerchiefs—I have such a bad cold—above and beyond the nausea, that there are no bits of snot left and to let them dry on the bathroom tiles so that they iron themselves. Also, there, I give myself a lecture, a guide, a signal.

I can’t begin by saying: “I was born in the city of York” like Robinson, because I was born in Buenos Aires in the fifth o January of 1939. My parents use to say that since birth I have two little veins that clearly form a V, a V for Victoria, they said.

Almost no memory of the war, though forcing myself I can distinguish vaguely in the room that served us as bedroom and living room, with a very high roof with bricks between the rafters, painted with white lime, a conversation among papa and my uncles—I guess the wanted Allies to win–. And another more whispered: “They say that they are preparing concentration camps in Entre Ríos.” And a third in which my mother tried to calm him down, and he slammed the table with dull blow of his fist on the table and turned red with rage, like when he was mad at me: “When you folks said that London will not endure, I was the only one who was right, as I always was, with the emphasis as always. But much more that, I remember my celebrated resemblance to Shirley Temple. For that, once a woman wanted to give me money on the subway: “The little girl is a beauty, let God watch over her, take pretty one, so that you can buy something that you like.” And papa, of course keeping me with his glance from receiving it; “It’s not necessary, Madam, but tell the thank you anyway.” And she: “But, sir… And the episode left with a sensation of guilt, of shame, of fear, because he was angry, and I didn’t know what I had done wrong; another woman with papa in the Santos Lugares Plaza, papa who never left me, ordered me–how strange!—to play alone; finally, later they called me, and the woman laughed and gave me huge Uruguayan coins of five centesimos, very heavy ones. “PInchita, say thank you very much”, and I said it, but I was lying, for as it was, they weren’t for me, since the one who collects coins from all over the world is papa. From that day, I lost my appetite for my favorite game, to climb onto the big bed, and papa and I spilled together his collection because there were “those” which he couldn’t speak not even to mother. I remember my grandmother who ordered me to answer all those who told me I was pretty, healthy and chubby: “Do I eat your bread?” and simultaneously without their seeing it give them the finger, so as to avoid the evil eye. I remember the chicken coop, the medlars and the quince tree near a place where they didn’t let me go near and they called the blind well, I remember my grandfather who always had a cough and always sewing neckties, the nicest hand of all to take my hand on the street, the most true of all for telling me gypsy stories, I remember the dust that rose on the inner lining when he sewed and coughed because I always wanted to stand beside the machine with him, of my grandfather, dead one day, and papa who brought me so I could see him in the side room, and although he was very strange and yellow and half white and half green, I had to give him a kiss, but I didn’t want to. I remember the pump of cold water in the morning so far from the back of the house, better to die like my grandfather and my grandfather’s canaries than to have to wash yourself before going to school: “in the Capital because even if it was a sacrifice for my husband to take the girl to school and bring her home every day, the teaching is far better than in the province.”

The Delfín Gallo School, School number 1, School Council 17 of Villa Devoto. For as hard as I now try, I will never yet know who was ellfíngallo, or what will be the ‘fin (end) of the gallo (rooster)’ and like that, many other things.

In exile, you don’t watch over your weapons and armor, but rather the postman.

always, always, for twenty years, the hope in the postman or in the telephone with a miraculous message that will change the course of life, or more modestly, a small gratification, at least one of the smaller prizes of the lottery.

owing to my precariousness, my rooms have had and still have thing on the wall stuck in with little pins, nothing like frames or little nails, nothing permanent nor staying, at least for now, the insecurity of not having the right (for real) to be in the place where you are, marginally passing through or almost beyond the law, an eternal rejection (you don’t do that, little girl, how shameful!) to sign contracts and the anguish of renewing your passport, change, to take pleasure in the list of fears by day, that those by night don’t yet touch you, there always exist various ways to leave the dead end street, reverse your steps, for example, although generally the return trip is larger and harder, or jump over the wall—

a possibility not yet contemplated, pause, below the glass of my writing desk—awfully bad taste, like all the furniture of the hotel, from the spring of the Chino-Soviet romance–, also I have a photo of the Buddha of Kamakural; I look at him for a long time, intensely, how he forms the perfect mudra with his hands to integrate himself with the cosmos, as if I will learn sometime. I am taking what I have out of my big box (all? does all perhaps exist?), in this moment, it is the best; the only one, a thing that I would like to have in front of me, to rock it against my chest, at three meters from my eye, incrusted into my wall: the enameled piece of leather, with difficulty it could say with it had blue capital letters and drawing and text, in part erased, for all times that was found in the entrance wall of the patio of my elementary school: the capital letters prayed in absolute terms: BE COMPASSIONATE WITH ANIMALS (Domingo Faustino Sarmiento.)

the word compassion that appeared to me again a couple of years ago, there in the trainings of Life dynamics in Tokyo, in the books of Buddhism that I read now and that surprised me—but, what are they talking about—when at the end of some cathartic emotional marathons, Paula, a girl member of the group, aske Satoko, the Japanese calligrapher, that he raise his hand to write that work in the enigmatic and somber Chinese characters and have it always in front of her, and I am confused when at my turn, I ask him for: joy and creation, o rather con-passion, a single little foot of a consonant and it is a door that I don’t cross, at least for now. let’s stop at the threshold.

Recently, I am beginning to accept that in Baires they don’t remember me. A segment of a long straight line that I trace relatively fully aware and of which I am responsible. I am tied by a worn sea blue passport, the language that I am living as I can, a package of phantasms that visit me luckily over time less frequency, the four of five friends that every once in a while we meet again in the world and–stop to retell. The knick-knacks have stopped and the seller of ice cream cones with the shaft of his roulette wheel only a trap in the memory, nobody keeps the negatives of the naked baby in Santos Lugares nor the little stones that were put in my first shoes when I proudly walked with pa-pa’s ha-nd through the little square of the railway station. There also remain the bones of the las bobes and zeides who at times I pretend visit me to protect me when I meditate in our way in the zaipe number 4424 of the Bejing Yoi-Bing-Wang, Hotel of Friendship.

Translated by Stephen A. Sadow

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Algunos libros de Luisa Futoransky/Some of Luisa Futoransky’s Books

Alicia Kozameh — Novelista judío-argentina-norteamericana/Argentine American Novelist “Pasos bajo el agua/”Steps Under Water” — Memorias de una prisionera política durante “la Guerra Sucia”/Memories of a political prisoner during the “Dirty War”

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Alicia Kozameh nació en 1953 en Rosario, Argentina. En 1973, esta joven cuya vida quedó marcada por la temprana muerte de su hermana mayor, comenzó a estudiar Filosofía y Letras en la Universidad Nacional de Rosario.El 24 de septiembre de 1975, fue detenida por su militancia política en un partido de izquierda, el Partido Revolucionario de los Trabajadores (PRT). Por ese entonces, pasó sus días presa en uno de los lugares de detención más peligroso del país conocido como “El sótano”, de la Alcaldía de Mujeres de la Jefatura de Policía de Rosario. Tiempo después, ya en la penitenciaría de Villa Devoto (en la ciudad de Buenos Aires), una amnistía de Navidad la dejó libre pero vigilada. Por supuesto, no fue fácil para esta mujer rehacer su vida. A la dificultad para encontrar trabajo se le había sumado las amenazas que continuaba recibiendo pese a que los seis meses de libertad vigilada ya habían quedado atrás. Las autoridades policiales como las militares le exigían que se fuera del país. Ante esa situación, apenas tuvo en su poder la documentación requerida, Alicia Kozameh decidió exiliarse y así fue como llegó a California y, tiempo después, a México. En ese periodo de destierro, la escritora se ganó la vida en una agencia de prensa, fue redactora en jefe de la publicación literaria “La brújula en el bolsillo”, se desempeñó como jefe de oficina y fue directora de la biblioteca de la agencia “Los Niños de las Américas”. El regreso de la autora a su tierra natal tuvo lugar en 1984. A partir de allí, trabajó para una agencia de marketing en Buenos Aires, fue empleada de la Escuela Freudiana y publicó varios cuentos y artículos en diversos medios argentinos. En 1987, con la aparición de su novela “Pasos bajo el agua”, las amenazas y presiones policiales que ya parecían haber quedado en el olvido vuelven a cobrar fuerza y, por esa razón, Kozameh regresa al año siguiente a California. Siempre ligada a las actividades literarias, , fundó un centro cultural latinoamericano en Los Ángeles, enseñó literatura y creó la revista literaria “Monóculo”.“El séptimo sueño”, “259 saltos, uno inmortal”, “Patas de avestruz” y “Ofrenda de propia piel” son otros de los libros publicados por esta argentina que ha sido reconocida con el Premio Crisis (Argentina) y compartió con otras autoras el Premio Memoria Histórica de las Mujeres en América Latina y el Caribe 2000.

Adaptado de EcoRed.com

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Alicia Kozameh was born in 1953 in Rosario, Argentina. In 1973, this young woman whose life was marked by the early death of her older sister, began to study Philosophy and Letters at the National University of Rosario. On September 24, 1975, she was arrested for her political activism in a left-wing party, the Revolutionary Workers Party (PRT). At that time, she spent her days imprisoned in one of the most dangerous places of detention in the country known as “El sótano”, of the Mayor’s Office for Women of the Rosario Police Headquarters. Some time later, already in the Villa Devoto penitentiary (in the city of Buenos Aires), a Christmas amnesty left her free but under surveillance. Of course, it was not easy for this woman to rebuild her life. The difficulty in finding work had been compounded by the threats that he continued to receive despite the fact that the six months of probation had already been left behind. Police authorities such as the military demanded that he leave the country. Faced with this situation, as soon as she had the required documentation in her possession, Alicia Kozameh decided to go into exile and that is how she arrived in California and, later, in Mexico. During that period of exile, the writer earned her living at a press agency, she was editor-in-chief of the literary publication “Los Niños de las Américas”. The author’s return to her homeland took place in 1984. From there, she worked for a marketing agency in Buenos Aires, was an employee of the Freudian School and published several stories and articles in various Argentine media. In 1987, with the appearance of his novel “Steps under the water”, the threats and police pressure that seemed to have been forgotten once again gained strength and, for that reason, Kozameh returned to California the following year. Always linked to literary activities, she founded a Latin American cultural center in Los Angeles, taught literature and created the literary magazine “Monóculo”. “El séptimo sueño”, “259 saltos, uno inmortal”, “Patas de avestruz” y “Ofrenda de propia piel” are other books published by this Argentine that has been recognized with the Crisis Award (Argentina) and shared with others authors of the Prize for the Historical Memory of Women in Latin America and the Caribbean 2000.

Adapted from EcoRed.com

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CARTA A AUBERVILLIERS, FRANCIA

A Juliana, que es Estela

Santa Bárbara, 20 de enero de 1984

¡Qué efecto te causará ese tipo de sismos, o como quieras llamarles, tardíos! (¡Nunca es tan tarde, querida!); porque son como alfileres ubicados en puntos estratégicos del cerebro. Quiero decir, las catarsis nunca vienen solas: el Paraná baja desde el Matto Grosso y arrastra muy variados especímenes. Los camalotes, Juliana, y las pirañas. De los camalotes estoy muy segura. Y me pregunto por qué las pirañas no llegan hasta Rosario.

Estamos avanzando, raudas, por los primeros días del año 1984. Y también veloces. Otros son capaces de desligarse de la acumulación y de los años. A mí se me dio por incursionar en hechos siempre dispuestos a permanecer. No es casual. No creas en las casualidades. Estoy tratando de ubicarme en el punto de fuga de todas las visiones posibles, para arrancar con un cuento en el que el eje sea traslado al sótano de Rosario a Villa Devoto. A mí me de vuelta como un guante en el trance de vencerme a mí misma.

Entonces, vos entendés. Una vez te pedí que contestaras por carta mis preguntas sobre tu tortura. Las dos conocíamos hasta las inflexiones que le ponés la voz en esos casos. Pero yo me impulsé, por mi pedido y por tus respuestas, y seguí adelante con la novela que estaba escribiendo. Ahora, el mismo recurso.

Anoche no pude dormir: eso de que el chico nazca con alguna falla. Y esta mañana, al irme al trabajo, cuando ya habíamos salido de casa, me di cuenta de que todavía estaba adentro, buscando la puerta de la calle.

Santa Bárbara es salvaje y lo disfruta. Abre las piernas y se sacude de sol y abundancia. Aquí la gente no se muere nunca. En cambio el Paraná, vos viste: nos crispa los nervios. Las víboras, todo lo que nos deposita al final de su travesía. ¿Te suena lo que viene? El Paraná nace en Brasil de la confluencia de los ríos Paranaíba y Grande. Esta memoria que me gasto tiene que ser un producto de una endovenosa aplicada por la vieja de Geografía. De otro modo no se explica

Del sótano a Villa Devoto. Imposible recordar la totalidad. Sí ciertas angustias: Blanca siempre tuvo una sombra de bigotes más pronunciado de lo recomendable. Ese día se le había ennegrecido, le cortaba la cara en dos. Iba esposada a Tania. Tania tan alta y ella tan petisa, con sus bigotes y su muda en un bolso azul, hecho de un pantalón vaquero por un par de esas manos casi mágicas que ya empezamos a tener. Contáme algo de París, ¿no?, ¿o no vivís allí?, ¿o estás encerrada en el baño del departamento?, ¿o en la cocina? Ojalá se trate del dormitorio.

Tu calle debe ser como una de Posadas. Empedrada, entre piedra y piedra alguna planta asomándose, sobre alguna hoja una hormiga en plena cabalgata pro-víveres. Así se me ocurre una calle de Posadas; además de estar salpicada con golpes que el Paraná da cuando se enloquece. A las otras cuadras de París deben salpicarlas llantos de pájaros, cervezas rotas, lluvias incestuosas y enredadas. Y también un poco del Paraná, estoy segura. Colaborá conmigo y confirmáselo. Gracias.

¿Vos a quién ibas esposada? No recuerdo haber visto a nadie cerca tuya en ese momento. Pero lo que me olvido es que, llegadas a Devoto, Mercedes entró al pabellón que nos asignaron y vomitó hasta el corazón. Con eso mandó por las tuberías de las letrinas todo lo que se pareciera a un traslado de presas políticas y sus posibles implicancias. Admirable.

¡Pabellón 31! En serio. Admirable.

Dónde andará Flora; la que lavaba la ropa cuando le tocaba, a cualquiera menos a ella y ocupaba la única soga del baño como si nada. Qué será de esa cara apretada que tenía. Estará eligiendo apropiados jabones de polvo en barra en el Senegal y alrededores. Es posible que con tantos años de exilio ya había adquirido un lavarropas automático. Depende: no sé qué grado de especialización haya logrado.

Tu madre me escribió para mi cumpleaños. Se la siente como una flor a las nueve de la mañana de verano porteño. No quiero ponerme redundante, pero te envidio. ¡Una madre como Adelina!

Uno vive disculpándose. Temor de ser reiterativo. Y preguntarles a los milicos si les importó repetir métodos, plagiarlos, gastarlos. Es decir, no te molestes. No les preguntes nada.

Me siento como si estuviera muy concentrada en meter un dedo en algún agujero.

Aquella bandera, la que les dejamos colgada en el baño del sótano antes de que nos llevaran. No sé, nunca terminé de completar en mi cabeza un cuadro con las manos de las celadoras interrumpidas en alguna forma de asombro, suspendidas entre la bandera y sus panzas, sus tetas, sin poder decidirse a arrancarla. Tocarla: abrazar al demonio. No celeste, blanca y celeste, querida: sólo celeste y blanca. ¿Te las imaginás? Tan puras, ellas.

Abrazar el demonio. Las yemas de los dedos acercándose.

Debe estar caliente, por donde lo toques. Los ojos afiebrados, y esa barba en punta que debe dar muchas, pero muchas ganas de apoyarse, ¿no? Sin dudas: si se me aparece Mandinga, yo pruebo. ¡Gran siestita! Y nada de forget about it. Ahí debe haber mucho que aprender.

Meterme entre las sábanas. Las frazadas pesándome sobre el lado izquierdo. Sí. Me doy una ducha y sigo desde la cama.

Estaba pensando—el agua es un sacramento—que tomar una resolución, optar, es como perder un dedo de la mano en un acto voluntario y adquirir tres en la otra, así, de golpe. No te desesperes mucho. Ya sabés: precalentamiento. Acordáte el futuro cuento. Estoy abriendo el primer agujero. Aunque también podría estar trabajándome algo referido a dar un salto. No es nada novedoso, ya lo sé. Mis saltos te provocan ataques hepáticos, pero son previsibles. Es magnífico optar, elegir. ¿No es como cantar Yesterday modulando despacio, con tus propios labios, con tus propios labios, cada palabra, ir dándoles forma una a una, ocupando cada músculo, los dientes, la lengua, la boca entera, recostada en una hamaca tejida desde que la única visión sea una fuente transparente repleta de cerezas casi violetas y un avión blanco despegando? Antes de que la celadora me asegurara con las esposas creo que a Sonia y nos sentará de bruto empujón en el suelo, en la plataforma sin asientos dijo como otro golpe, un no pueden mirar. Levanté apenas la cabeza. Ya casi todas las compañeras estaban colocadas en hileras, sentadas a lo Buda en el suelo engrilladas al acero del piso, las cabezas bajas y el brazo libre pesando sobre la nuca. Te juro que le saqué una foto eterna, para la posteridad de este espectáculo.

Una formación, una escuadra paralizada en trance de retraer su miembros en un paso íntimo de baile, en un círculo completo, para después abrirse y alagarse para siempre. No me digas que la realidad del avión estaba muy lejos de parecerse a ninguna danza. Ya lo sé. Se trata más bien de un gran mareo histórico, de la náusea universal, que de todos modos dejó sentir la dirección por la que se decidía este gran aparato digestivo que habitamos.

Los grillos y las esposas eran galladura de huevo; eran una absoluto, una ficción. Una fiesta de potencias se movilizaba alrededor de cada ojo, de cada labio frenando el impulso de gestar sonidos.

Algunos pares de borceguíes también provocaban su propio accidente contra hombros, cabezas, entre las caras que intentaban reajustar su perspectiva captando un ángulo de totalidad y la solidez sonora de los tacos. Yo ya estaba en el avión militar, amordazada de pies y tuétanos. Bonavena despenado, imangínate.

El día fue largo. Estuve tratando de tomarme el trabajo con un poco de nuestra filosofía: “qué va a hacer”, pero no caben mis delirios por estas latitudes.

Encima de pronto fui a descubrir, y nada menos que por el zumbido a una mosca pedante como pocas, que se pasó quince minutos de su vida—de la mía-arremetiendo de cabeza contra el vidrio de la ventana. Y no me vengas con tu lógica; sí, era pedante. Y no le di antes la vía libre porque me quedé ahí siguiéndole el proceso de ablandamiento, de consagración a la causa. La hubieras visto retroceder y tomar impulso, y largarse contra la luz hasta rajar el vidrio de extremo a extremo. La casa se reserva el derecho de admisión. No se me mueve un pelo si me cuestionás la verosimilizad. ¿Suena parecido?

No salió sola, porque se ve que se mareó y no pudo completar la operación. Se apoyó en la orilla de la ventana, con cara de víctima: así que le abrí.

Juliana, decime, ¿te acordás de un vestido blanco de algodón, con flores negras que no nos quedaba tan bien a los dos, y que mi vieja me cosió poco después de la libertad? Anoche, caminando por State, vi uno muy parecido en la vidriera. Me produjo un solo efecto: ganas de azotar el aire con un par de gritos más o menos siniestros.

Y es tan sucio por épocas en la zona de Rosario, digo el rio—es tan limpio; la próxima tarea –, que tienta a sumergirse, a bucearse, porque ya sabemos todo lo que puede hacer enredado el plantario y el barro. ¿Vos qué te imagínas? Algunos son tesoros incanjeables: yo puesto por un humilde simple de Jimmy Hendrix, el Antidhuring y un buen diccionario de sinónimos. Buen, porque más bueno, más útil, más rápido. Más rápido te lo sacás de encima

Teníamos que estar listos en veinte minutos con muda de ropa. De dónde íbamos a sacar mesura para demorarnos una eternidad. En la mitad del tiempo ya esperábamos, unidas por una corriente eléctrica muy física que nos mantenía activos garganta y estómago. Pero lo que me angustia: ¿sabés lo que es?: la posibilidad de que ninguna entendiera en ese momento la esencia del problema. Pero no, tampoco estoy en lo cierto; porque entonces si no captábamos la cosa medular, decime que fue lo que nos hizo despedirnos como si fuésemos a morir. Nos clavábamos unas miradas blancas, tiza compacto, firme contra las frentes, nos estudiábamos la lividez, las arrugas, las canas recientes, nos corregíamos los defectos de peinado o nos arrancábamos unas o otras hilachas, pelosas.

Algunos recuerdos están amputados. Pero no me cuesta nada provocarme un efecto de neuronas. Reponer imágenes y las sensaciones vuelven intactas.

Recibí carta de Virginia. Todo el asunto se mueve alrededor de una moto que se compró su nuevo compañero; es increíble, pero no resulta tediosa. Por ahí se les ingenia para ponerlo en ridículo al tal Gustavo. Se ve que hay algo de él con el casco que se incompatible con ciertas ansiedades de ella. No hubo forma de desviarla del tema. Es notorio que a vez le subyuga y le repugna: la moto, el marido, no sé.

Estuve haciendo serios esfuerzos para recordar algunos ejercicios. No hubo caso. Es como si me instalara una sábana entre los ojos y el cerebro. La razón de la desmemoria está ahí: en los colores, las formas, la mayor yo menor nitidez, los ritmos. La capacidad letal de los acontecimientos.

Por ejemplo la bajada del avión. Sé que nos aterrizamos en Aeroparque porque alguien me lo dijo después, no sé cuando. Pero no puedo, no puedo conseguir esa parte de la película. Salto del pleno vuelo a los camiones que nos transportan a Villa Devoto. Se me borró el aterrizaje, se me borró lo que siguió hasta empezar a circular por el inconfundible vapor de Buenos Aires. Siento la asfixia todavía, los chorros que me brotaban de la espalda, siento la deshidratación como si ahora me estuvieran obligando a tragar una sandía entera. Con la intensidad. Veo gris y veo verde, tengo pegados el verde y el gris.

Pero hay fuertes huecos irrecuperables.

Che, es tarde. Voy a ver si me duermo. Me arden los ojos; se me rompió una patilla de los lentes. Causa, le regalé a David en México el único buen estuche que tenía. Annie me regaló uno mejor, pero el período intermedio fue fatal. Así que corto. Contestá enseguida. El tiempo pasa raudo. Y también veloz. (¿Ya te lo dije?)

El ser humano que gana espacio en mis interiores da gruesos saltos en su esfuerzo para ser amistoso. Paciencia: la lucha contra el cáncer, el desplazamiento de la historia respecto de la línea de los deseos, los desfiles militares, la sombra que proyecta el edificio de enfrente sobre tu casa, moderan el espíritu.

Chau. Besos a los conocidos o queridos en común. A vos mi amor, como siempre.

Sara.

P.D. Esa foto que me mandaste de tu hija con una gallina en brazos es tan estúpida que me resultó ineludible su inclusión entre las demás, tan

lindas todas. Besos.

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LETTER TO AUBERVILLIERS, FRANCE

A Juliana, que es Estela

Santa Barbara, January 2, 1984

What an effect this type of earthquake, or as you may call them aftershocks! (It’s never too late my dear!); because they are like pins placed in strategic parts of the brain. I mean, the catharsis never come alone: the Paraná river descends from Matto Grosso and drags with it varied specimens. The water hyacinths, Juliana, and the piranha. Of the water hyacinth, I’m sure. And I wonder why the piranha don’t come as far as Rosario.

We are advancing, headlong, through the first days of 1984. And, also, quickly. Others are capable of separating themselves from the buildup and from those years. With me, I let myself enter into facts that are always likely to remain. It is not by chance. Don’t believe in coincidences. I’m trying to place myself at point of escape from all possible views, to drag out a story in which the axis will be placed at the time of the moving of prisoners from the basement in Rosario to Villa Devoto. I go round and round like a glove in a trance to defeat myself.

Then, you understand. Once I asked ty to answer in a letter my questions about your torture. We two know even the inflections that you use in you voice in those cases. But I forced myself, for my question and for my question and for your answers, and I went forward with the novel that I was writing. Now, the same recourse.

Last night I couldn’t sleep: that one about the kid who is born with a defect. And this morning, going to work, when we had already left the house, I realized that I was still inside, looking for the door.

Santa Barbara is wild and I take advantage of it. It opens its legs and shakes with sunlight and abundance. Here people never die. Whereas the Paraná, you saw, grates on your nerves. The snakes, all that it deposits for us at the end of its journey. Do you hear what’s coming? The Paraná is born in Brazil at the confluence of the Paranaiba and Grande. This memory that I wear out has to be a product of an intravenous injection applied by the old lady of Geography. There is no other way to explain it.

From the basement to Villa Devoto. It is impossible to remember the totality of it: Blanca always had the shadow of a mustache, more pronounced that is recommended. That day, they had turned black, they cut her face in half. She was handcuffed to Tania. Tania so tall and she so short, with her mustache and her clothing in a blue bag, made from a pair of jeans a pair of those hands, almost magical, that we all began to have. Tell me about Paris, no?, or you don’t live there, or are you shut up in the apartment’s bathroom? In the kitchen? I hope we’re dealing with the bedroom.

Your street must be like one in Posadas. Cobblestone, between each stone, some plant sticking out, on some leaf in full charge for foodstuff, In that way, a street in Posadas occurred to me, beyond being splashed by blows that the Paraná gives out when it goes crazy. On the other blocks of Paris, bird cries, broken beer bottle, incestuous and tangled rain out to splash them, I’m sure. Work with me and confirm it.

Who were you handcuffed to? I don’t remember having seen anyone near you at that moment. But what I forget is that, having arrived at Devoto, Mercedes entered the pavilion that they assigned to us and vomited almost to her heart. With that, she sent to the pipes of the latrines all that seemed a transfer of political prisoners and its possible implications. Remarkable.

Pavilion 31! Seriously. Remarkable.

Where would Flora be?; the one who washed the clothing when it was her turn, of everyone except hers and took care of the only rope in the bathroom as if it were nothing. How would be that tight face she had? She’s probably choosing appropriate bars of powdered soap in Senegal and its environs. It’s possible that in so many years of exile, she’s acquired an automatic washer. It depends: I don’t know what level of specialization she has acquired.

Your mother wrote me for my birthday. She feels like a flower at nine o’clock in the morning of a Buenos Aires summer. I don’t want to be redundant, but I am jealous of you. A mother like Adelina!

You live forgiving yourself. I fear being reiterative. And to ask the military bastards is they care about repeating methods, borrowing them, wasting them. That’s to say, don’t bother. Don’t ask them anything.

I feel as if I were very concentrated in put a finger in some hole.

That flag, that which we left hanging in the basement bathroom before they took us away. I don’t know, I never stopped completing in my head a picture with the hands of the security guards, interrupted in some form of amazement, suspended between the flag and their bellies. Their tits, without being able to decide whether to tear it down. To touch it: to embrace the devil. Not sky blue, white and sky blue, my dear: only sky blue and white. Can you imagine it? So pure, those colors.

Embrace the devil. The fingertips coming near you. He must be hot, wherever you touch him. The feverish eyes, and that pointed beard that most provoke much desire, but much desire to be supported,. No? No doubt: if Mandinga appears to me, I prove it. Great little siesta! And nothing of forget about it. There must be a lot to learn.

To get under the sheets. The blankets weighing on my left side. Yes. I take a shower and go on to bed.

I was thinking—water is a sacrament–to make a resolution, to choose, is like losing a finger from your hand in a voluntary act, and acquire three more on the other, just like that, suddenly. You don’t despair too much. You already know: warming-up. Remember the future story. I am opening the first hole. Although I may also be working myself up to something called taking a jump. It’s nothing new; I know. My jumps take the form of liver attacks, but they are foreseeable. It’s magnificent to opt for, to choose. Isn’t it like singing Yesterday, modulating slowly, with your own lips, with your own lips, each word, giving them form, one by one, using every muscle, the teeth, the whole mouth, lying on a hammock from which the only view is of a transparent fountain full of almost violet cherries and a white plane taking off? Before the security guard secured me with the handcuffs I think with Sonia, and he sat us down with a brutal push, onto the platform without seats, he said as another blow, a you can’t look. I hardly raised my head. By then, almost all the compañeras were placed in rows, seated in the Buddha position on the floor, shackled to the steel floor, the heads down and the free arm on the nape of the neck. I swear to you that I took an eternal photo of it, for the posterity of this spectacle.

The shackles and the handcuffs were the blood spot on the egg; they were an absolute, a fiction. A party of powers was mobilized around every eye, of every lip, halting the impulse to gestate sounds.

Some pairs of laced boots also provoked their own accident against shoulders, heads, among the faces that were trying to readjust their angle, by setting an angle of totality and the solidity of the heels. I was already in the military airplane, tied up through and through. Bonavena finished off, imagine it.

The day was long. I was trying to accept the situation with a bit of our philosophy “what are you going to do?,” but my delirium didn’t function at those latitudes.

Very soon I was to discover, and nothing less than the by buzzing of a bee, an unusual teacher, who spent fifteen minutes of its life—of mine—charging with his head against the window glass. And don’t try your logic on me, yes, he was a pedant. And didn’t I say to you earlier. And I didn’t give him free passage because I stayed there following him in his process of softening, his consecration to the cause. You would have seen her retreat and take strength and throw herself against the light until scratching the glass from one end to the other. The house reserves the right of admission. Don’t move a hair if you question my verisimilitude. Sounds familiar?

She didn’t get out alone, because you could see that she was stunned and couldn’t complete the operation. She leaned against the edge of the window, with a victim’s face; so, I opened it for her.

Juliana, tell me, do you remember that white cotton dress, with black flowers that didn’t fit either of us very well, and that my mother sewed soon after freedom? Last night, walking on State, I in the shop window one that was very similar. It produced in me a single effect: desire to whip the air with a pair of more or less evil shouts.

And it is so dirty for decades in the area of Rosario, I mean the river—it is so clean; the next task—that tempts you to submerge yourself, swim underwater, because we already know everything that can make the plants and the mud come together. Can you imagine? Some treasures are invaluable; I’d go for a humble single by Jimmy Hendrix, the Antidhuring and a good dictionary of synonyms. Well, the better, more useful, the quicker. The quicker you get if off of you.

We had to be ready in twenty minutes with a change of clothes. Where were we going to find the patience to delay ourselves for an eternity. In half the time, we were already waiting, united by a very physical electric current that kept out stomachs and throats active. But that which troubled me: you know what it is?: the possibility that nobody would understand at that moment the essence of the problem: because if we didn’t capture the core thing. But no, neither am I sure. Tell me what it was that made us say goodbye as if we were going to die. We put on white gazes, compact chalk, firm a against the foreheads. We study the paleness, the wrinkles, the recent white hairs, we correct the defects in our hair or we pull out some loose threads, fluff.

Some memories are amputated. But it doesn’t cost me anything to provoke in myself an effect of neurons. To put back images and the sensations return intact.

I received a letter from Virginia. The whole thing was about a motorcycle that her new boyfriend bought: it’s incredible, but it didn’t turn out to be boring. They worked it out there to make a certain Gustavo look ridiculous. It seems that there is something about him with his helmet that was incompatible with certain of her anxieties. There was no way of diverting her from the subject. It’s strange that at the same time it charms her and repulses her: the motorcycle, the husband, I don’t know.

I was trying very hard to remember some exercises. There was no way. It is as if I put a sheet between my eyes and my brain. The reason for the amnesia is there: in the colors, the greater or lesser definition, the rhythms. The lethal possibility of the events.

For example, leaving the plane. I know that we landed in Aeroparque because someone told me later, I don’t know when. But I can’t, I can’t obtain that part of the movie. A leap from the full plane to the trucks that transported us to Villa Devoto. The landing is erased, what happened after that is erased until beginning to circle through the unmistakable air of Buenos Aires. I still feel the asphyxia, the streams that that burst from my back, I feel the dehydration as if even now they were forcing me to swallow a whole watermelon. With the intensity. I see gray and I see green. I’m stuck on the green and the gray.

But there are strong memories that are not recuperable.

Che, it’s late. I’m going to see if I can sleep. My eyes are burning; one of the arms of my eyeglasses broke. The reason. In Mexico, I lent the only good case that I had. Annie gave me a better one, but the intervening period was fatal. So, now I’ll stop. Answer immediately. The time passes quickly. And, also, fast. (Did I say that to you already?)

The human being who wins space in my insides makes difficult jumps in its force to be friendly. Patience: the fight against cancer, the historical displacement with respect to the direction of desires, the military parades, the shadow that the building in front projects onto your house, moderate the spirit.

Chau. Kisses to the acquaintances or dear ones in common. My love to you, as always.

P.S. That photograph of your daughter with the hen in her arms is that you sent me is so stupid that that its inclusion is unavoidable with the others, the others so pretty. Kisses.

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Algunos libros de Alicia Kozameh/Some Books by Alicia Kozameh

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Obras de Alicia Kozameh/Works by Alicia Kozameh

Novelas/Novels

Pasos bajo el agua, Buenos Aires: Contrapunto 1987 Córdoba: Alción, reeditada en 2006, traducida al inglés como Steps Under Water y al alemán como Schritte unter Wasser.
259 saltos, uno inmortal, Córdoba: Narvaja 2001, traducida al inglés como 259 Leaps, the Last Immortal.
Patas de avestruz, Córdoba: Alción, traducida al alemán como Straussenbeine.
Basse danse, Córdoba: Alción, 2007.

Cuentos/Short-stories

Ofrenda de propia piel, Córdoba: Alción ,2007

Poemas/Poetry

Mano en vuelo, Córdoba: Alción, 2006.

Testimonio/Testimony

Nosotras, presas políticas. Obra colectiva de 112 prisioneras políticas entre 1974 y 1983. Alicia Kozameh, Blanca Becher, Mirta Clara, Silvia Echarte, Viviana Beguán, Nora Hilb et al. Prólogo: Inés Izaguirre. Buenos Aires: Editorial Nuestra América, 2007.

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Margo Glantz — Escritora judío-mexicana/ Mexican Jewish Writer — “Las genealogías”/ “The Genealogies” — Biografía famosa de su familia/Famous Biography of her family — dos capítulos claves del libro/two key chapters of the book

Marzo Glantz – Amazon

Margo Glantz (Ciudad de México, 1930) Escritor, conferenciante y periodista. Después de graduarse de la UNAM, Glantz continuó su educación en París, donde recibió su doctorado en la Sorbona. En 1958 inició su carrera académica dando clases en la UNAM. Fundó y editó la revista Punto de Partida de la UNAM en 1966. En el campo de la difusión cultural ocupó diversos cargos: Directora del Instituto Cultural Mexicano-Israelí (1966-1970), del Centro de Lenguas de la UNAM. Extranjeras (1970-1971) y el puesto de Literatura en el Instituto Nacional de Bellas Artes (1983-1986), entre otros. De 1986 a 1988 fue agregada cultural de la Embajada de México en Londres. Desde 1995 es miembro activo de la Academia Mexicana de la Lengua. Es profesora emérita de la UNAM, columnista del diario mexicano La Jornada y novelista. Margo Glantz ha ganado numerosos premios y distinciones literarias durante su carrera como escritora, entre ellos el Premio Sor Juana de la Cruz por su novela El rastro (2004), el Premio Javier Villaurrutia por su novela Síndrome de naufragios (1984), el Premio Magda Donato de El árbol genealógico (1982) y el Premio Universidad Nacional (1991). Ganó el Premio Nacional de Artes y Ciencias en el campo de Lingüística y Literatura en 2004, el premio de la Feria Internacional del Libro de Guadalajara en 2010 y el Premio de Ficción Manuel Rojas (2015). Sus últimos libros son Coronada de moscas (2012), Yo también me acuerdo (2014), La cabellera andante (2015) y Por breve herida (2016).

Adaptado de Encyclopedia.com

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Margo Glantz (Mexico City, 1930) Writer, lecturer and journalist. After graduating from UNAM, Glantz continued her education in Paris, where she received her doctorate from the Sorbonne. In 1958 she began her academic career, lecturing at UNAM. She founded and edited the UNAM magazine, Punto de Partida, in 1966. In the field of cultural dissemination, she held a number of positions: Director of the Instituto Cultural Mexicano-Israelí (1966-1970), of UNAM’s Centro de Lenguas Extranjeras (1970-1971) and the Literature post at the Instituto Nacional de Bellas Artes (1983-1986), among others. From 1986 to 1988 she was the cultural attaché at the Mexican Embassy in London. Since 1995 she has been an active member of the Academia Mexicana de la Lengua. She is an emeritus professor at UNAM, columnist for the Mexican newspaper La Jornada and a novelist. Margo Glantz has won many literary prizes and distinctions during her writing career, including the Sor Juana de la Cruz Prize for her novel El rastro (2004), the Javier Villaurrutia Prize for her novel Síndrome de naufragios (1984), the Magda Donato Prize for The Family Tree (1982) and the Universidad Nacional Prize (1991). She won the National Arts and Sciences Award in the field of Linguistics and Literature in 2004, the Guadalajara International Book Fair award in 2010, and the Manuel Rojas Fiction Prize (2015). Her latest books are Coronada de moscas (2012), Yo también me acuerdo (2014), La cabellera andante (2015) and Por breve herida (2016).

Adapted from Encyclopedia.com

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Las genealogías

(dos fragmentos)

XLVIII

Los proverbios no son eternos. Mi padre los condimenta. A ésa muy conocido que reza: “Al ojo del amo engorda el caballo”, mi padre lo agrega, “pero enflaca al amo”, clave útil por entender por qué nuestro signo comercial fue tan variado. Ya he dicho que mis padres transitaron por los oficios y que, en resumidas cuentas, se detuvieron sobre todo aquello que tiene que ver con la manducación y con el calzado. Las reiteradas ocasiones en que la comida tuvo que ver en mi casa terminaron, al principio, en fracaso: un cafecito en las calle Guatemala, a pesar de que mi padre era un asiduo frecuentador de cafés y restaurantes, cafés donde se reunía la tertulia literaria en ese México ya desaparecido.

El restaurante de Guatemala fue abandonado en un apagón, creo, porque mi padre prendió una lamparita de gasolina e incendió el local. Quizá exagero, pero entre las cosas quemadas está un monedero de piel que mi mamá recibió de sus hermanos cuando cumplió quince años, monedero que llevaba grabados en oro algunos de sus nombres y que ahora se insertan en un viejo álbum de fotografías con tapas de marfil que conserva mi hermana menor Shulamis. Todo queda en familia, menos el primer café que luego se vuelve, hacia 1954, el Genova Coffee Shop (¿por qué inglés, no lo sé, o más bien, sí, era un barrio turístico o empezaba a serlo): allí se inicia mi padre en los problemas de la galería artística y empieza a exponer obras de pinturas en ese entonces poco conocidos; primero, como es natural, a los muralistas, luego empiezan a pasar, ya por el Carmel, los nuevos, Manuel Felguérez, Lilia Carillo, Brian Nissen, Leonel Góngora, Pedro y Rafael Coronel, López Loza, Arnaldo Coen, etcétera. El pan comenzó a vender muy pronto y su persistencia en mantenernos duró varios años: en los intersticios, algunas corbatas, mucho papel, peines de acero (quizá para despiojarnos en esos tránsitos por las escuelas públicas) y el paso indeterminado por distintos domicilios y, por consiguiente, el cambio constante de escuelas, la sensación de exilio permanente, los sobre saltos, quizá ya en los juegos de Chapultepec adonde nos llevaba a montar a burro o a caballo . . .

El pan se mantenía caliente y también las muelas cuando se arrancaban de la boca. El Carmel se asocia con pasteles ya muy elaboradas, pasteles vieneses, o esos pasteles de manzana llamados strudl; mi madre solía hacerlos por domesticidad pura y sencilla y de pronto se transformaron en posibilidades de ganancia. Luego los cuernitos de nuez y al lado, Felguérez adornando con cuerdas marineras la incipiente galería donde se exhibirían algunas de sus primeras obras. Juan García Ponce solía aparecer y también Jaime García Terrés, el novio eterno de con Celia Chávez; Juan de la Cabada contaba cuentos en el restaurante y comía allí cuando no tenía dinero para ir a otra parte, Arreola organizaba sus talleres, cenaban y hacían poesía Gabriel Carbajal, Armando Zárate, Luis Mario Schneider. Mi padre iba de mesa en mesa respondiendo a las peticiones de esos gringos que venían a comer en México guisos estilo kosher—nunca ortodoxamente preparados—siempre reminiscencias de los pescados rellenos o del maná convertido en sopa que comíamos durante las fiestas religiosas celebradas en casas de mis tías pelirrojas que llegaron a México desde Constantinopla, trayendo en los cuellos esos largos collares de ámbar rojo que fueron las canicas de mi infancia. También había borsht (no sé si así se escribe) y golubzes, col rellena con carne.

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Marc Chagall es nonagenario y como en sus pinturas, sigue volando por los techos. Algunas veces realizó uno de estos viajes con mis padres, pues el destino se prepara desde la más tierna infancia, y como ya lo he dicho varias veces, el pueblo de mi padre se llama Novo Vitebsk y se construyó con las sobras del pueblo donde nació Chagall, Vibebsk, pueblo de casas de madera con tzerbas (iglesias rusas) y con sinagogas de shtétl, pueblitos de judíos sin dinero y con barbas.

–Hay quienes consideran la vejez como naufragio—dice mi padre–, casi como estas aves que cruzan por los pantanos sin marcharse.

Y lo dice por Chagall, a quien conoció en México al principio de la década de los cuarenta, por intermedio de Diego Rivera, quien lo presenta así ante al maestro, en carta de agosto 13 de 1942 (la traduzco porque estaba en francés):

He aquí que sin todavía tener el placer de verlo le dirijo otra carta. Mi amigo , el escritor Yacob Glantz, redactor (poeta y crítico de arte) de la Gaceta Israelita de México, quiere entrevistarlo para su periódico. Por eso, me veo obligado molestarle de nuevo con mi correspondencia. Agradezco de antemano la atención que prestará usted a mi amigo Glantz.

¿Está usted bien aquí? Esperando tener el placer saludarlo, quedo de usted. Diego Rivera.

Y la repetición se instaura en la novedad. Y mi padre se instala en Bellas Artes y observa las idas y venidas del pintor. Rehace los trayectos antes hechos con Orozco, con Rivera, y con Fernando Leal. Ahora lo visita diariamente en el escenario de Bellas Artes. “donde trepaba escaleras para dibujar coreografía del ballet Aleka de Dugalieff, basado en el poema de Alejandro Pushkin, Tzigany (Gitanos)”.

También estaba Bella, “su inspiradora”. La que le sirvió de modelo por muchas de sus famosas pinturas: La novia vestida de blanco, La boda, El entierro, etcétera.

–La consultaba siempre.

Chagall era muy cordial—cuenta mamá—muy simpático. Y su primera mujer, Bela, con la que había vivido casi todo el tiempo, era amable, muy preparada. Se habían conocido donde muy chicos, y cuando él se fue a estudiar fuera de Virtebsk, ella se quedó en Rusia haciendo altos estudios.

Los Chagall permanecen en la Ciudad de México un breve tiempo, casi de incógnito, allá por los años 40, y van a visitar a mis padres, toman el té y blintzes con ellos. Bella lee sus poemas y sus cuentos, entre ellos uno que se llama pleonásticamente “Velas encendidas”, por los candeleros que se encienden los viernes por la noche.

–Hay que buscar el libro.

Y por un azar feliz y extraño lo encuentra, también otro, en yidish, que se llama “El primer encuentro”, y otro más, traducido al sueco: “Con amor”.

En Saint Paul de Vence también lo visita, en 1964.

–Llamé desde París y me dijo: “Toma un coche y ven a verme”. Le contesté: ¿Cómo puedo ir , si estoy en París?”. “Entonces toma un tren”, me dijo.

Al llegar a la estación lo esperaba un chofer, un ruso blanco, aristócrata.

–La casa tenía un hermoso parque y caballos. Tenía muchas cuadras que nunca quiso vender.

Y para confirmar la ley de las reiteraciones, mi padre entra de nuevo al tabernáculo.

Y observó al pintor dentro de su estudio.

–A nadie dejaba entrar en donde pintaba y yo sí entré. No entendía entonces la importancia de que me pintara.

Mi madre intercala:

–Siempre se entiende tarde.

Jacobo escribió en yidish un texto sobre Chagall y sus personajes, y al enseñárselo, le preguntó:

¿Por qué lo lee con tanto interés? ¿A poco no está cansado de leer lo que otros escriben sobre usted??”

¿Qué saben los demás de mí?—me contestó. Usted, sí, lo que usted dice, vale la pena”.

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The Genealogies

(two excerpts)

XLVIII

The proverbs are not eternal. My father seasons them. To this very well-known one that claims: “The master’s eye makes the horse fat,” my father adds, “but makes the master skinny,” a useful key for understanding why our commercial trail was so varied. I have already said that my parents moved around in various trades, and to sum it up, they most often stopped on that which had to do with grub and shoes. The reiterated occasions with food had to be seen in my house, ended, at first, in disaster: a small café on Guatemala Street, in spite of the fact my father was an assiduous frequenter of cafés and restaurants, cafés where the literary gatherings met in that Mexico now disappeared.

The restaurant on Guatemala was abandoned during a blackout, I believe, because my father took a small gasoline lamp and burnt down the place. Perhaps, I exaggerate, but among the scorched articles was a change purse that my mama had received from her brothers and sisters on her fifteenth birthday that had some of their names engraved in gold and that now is inserted in an old photograph album with marble covers that my youngest sister Sholomis keeps aside. Everything stays in the family, except the first café, that later became, in 1954, the Genova Coffee Shop. (Why English? I don’t know, or more likely, yes, it was a tourist area or was beginning to be one): there my father was initiated in the problems of an art gallery and began to show paintings by, at that time, little-known artists; first, as was to be expected, the muralists, then began to pass by, still by the Carmel, the new ones: Manuel Felguérez, Lilia Carillo, Brian Nissen, Leonel Góngora, Pedro y Rafael Coronel, López Loza, Arnaldo Coen, etcetera. The bread began to sell very quickly, and its persistence in supporting us, lasted for several years. In the intervals, some neckties, a lot of paper, iron combs (perhaps to delouse us during those transits through the public schools) and the indeterminate movement through districts, and, as a result, the constant change of schools. The sensation of permanent exile, the summersaults, perhaps, already experienced in the Chepultepec playgrounds where we were carried by burros or horses. . .

The bread stayed hot and also your molars when you pulled them from your mouth. The Carmel neighborhood was associated with very elaborate pastries, Viennese pastries, or those apple pastries called strudel; my mother continued to make them for domesticity, pure and simple; they were suddenly were transformed in a means of earning money. Then, the little horns of walnuts, and all around Felguérez adorning with maritime ropes the incipient gallery where some of his early works would be exhibited. Juan García Ponce often came by and also Jaime García Terrés, the eternal boyfriend of Celia Chávez; Juan de la Cabada told stories in the restaurant and ate there when he didn’t have the money to go elsewhere, Arreola organized his workshops, Gabriel Carbajal, Armando Zárate, Luis Mario Schneider had supper and wrote poetry. My father went from table to table, responding to the requests of the gringos who came to eat in Mexico, kosher-style plates—never prepared in the orthodox manner—always reminiscent of the stuffed fish or the manna from heaven converted into soup that we ate during the religious festivals celebrated in the houses of my red-haired aunts who arrived to Mexico from Constantinople, carrying on their necks those large collars of red amber that were the marbles of my childhood. There was also borsht (I don’t know if it is spelled like that) and golubses, cabbagestuffed with meat.

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Marc Chagall is a nonagenarian and as in his paintings, continues flying over the rooftops. Sometimes, he made one of those trips with my parents, since destiny prepared for it from the earliest infancy, and as I had said before several times, my father’s town is called Nove Vitebsk and it was built one what was left of the town where Chagall was born, a town of wooden houses with tzerbas (Russian churches) and with shtetl synagogues of Jews without money and with beards.

There are those who consider old age as a ship wreak—my father says–, almost like these birds that cross the swamps without leaving them.

And he said it about Chagall, whom he met in Mexico at the beginning of the forties, by the intervention of Diego Rivera, who presented him so to the maestro, in a letter on August 13, 1942 (I translate it as it was in French,)

As I have not yet had the pleasure of seeing you, I send you another letter. My friend, the writer, Yacob Glantz, editor (poet and art critic) for the Israelite Gazette of Mexico, would like to interview you for his paper. For that reason, I see myself obliged to bother you again with my correspondence. I thank you in advance for the attention that you lend to my friend Glantz.

Are you well here? Hoping to have the pleasure of greeting you, Yours, Diego Rivera.

And the repetition is found in the new. And my father set himself up in the Palace of Fine Arts and observed the comings and goings of the painter. He redid the trajectories already taken with Orozco, with Rivera, and with Fernando Leal. He visited him daily in the Fine Arts stage “where he climbed stairs to design the choreography for the ballet Aleka by Diaghilev based on a poem by Alexander Pushkin, Tzigany (Gypsies.)”

Bella was there too, “his inspiration.” The one who served as the model for many of his famous paintings, The Bride Dressed in White, The Wedding, The Burial, et cetera.

The Chagalls stayed in Mexico City for a short time, almost incognito, there during the forties, and they went to visit my parents, had tea and blintzes with them. Bella read his poems and his stories, among them one called pleonasticly “Lit Candles” for the candle sticks lit on Friday night

“We must look for the book.”

And by a happy and strange chance, he found it, and another one, in Yiddish, that is named The First Meeting, and yet another translated into Swedish: With Love.

He also visited him in Saint Paul de Vence in 1964.

“I called from Paris, and he told me: “Take a car and come to see me.” I answered him, “How can I come, I am in Paris?” “Then take a train,” he told me.

On arriving at the station, a driver was waiting, a White Russian, an aristocrat.

“The house had a pretty garden and horses. He had many paintings that he never wanted to sell.”

And to confirm the law of repetitions, my father once again entered the tabernacle. And he observed the maestro in his study.

“He didn’t allow anyone to enter where he painted, and I did enter. I didn’t understand then the importance of what he was painting for me.”

My mother interjected:

“You always understand too late.”

Jacob wrote in Yiddish a text about Chagall and his characters, and on showing it to him, he asked him?

“Why are you reading it with so much interest? Aren’t you a bit tired of reading what others write about you?”

“What do the others know about me?” he answered me. You, yes, what you say, is worth the trouble.”

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Algunos de los muchos libros de Margo Glantz

Some of the many books by Margo Glantz

Amazon: Margo Glantz

Azriel Bibliowicz — Novelista judío-colombiano/Colombian Jewish Novelist — “El arribo del barco”/”The Ship’s Arrival” — De dos judíos inmigrantes y su llegada a Colombia/Of two Jewish Immigrants and their Arrival in Colombia

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Azriel Bibliowicz estudió sociología en la Universidad Nacional de Colombia. Ha sido profesor visitante y conferencista en sociología y literatura en universidades de Estados Unidos y Europa. Fue columnista del diario El Espectador. En 1981 recibió el premio Nacional de Periodismo Simón Bolívar. Desde 1983 ha estado vinculado a la Universidad Nacional de Colombia. En el 2004 le otorgaron la Medalla al Mérito Académico.Sus obras incluyen El rumor del astracán (1991), con cuatro ediciones; Sobre la faz del abismo (2002); Flaubert: historia de una cama (2004) y la compilación de los Seminarios y talleres con invitados internacionales de la Maestría en Escrituras Creativas de la Universidad de Colombia (2012). Algunos de sus cuentos han sido traducidos al inglés, alemán e italiano.

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Azriel Bibliowicz studied sociology at the National University of Colombia. He has been a visiting professor and lecturer in sociology and literature at universities in the United States and Europe. He was a columnist for the newspaper El Espectador. In 1981 he received the Simón Bolívar National Prize for Journalism. Since 1983, he has taught at the National University of Colombia. In 2004 he was awarded the Medal of Academic Merit. His works include El rumor del astracán (1991), with four editions; Sobre la faz del abismo (2002); Flaubert: historia de una cama (2004) and the compilation of the Seminars and workshops with international guests of the Master in Creative Writing at the University of Colombia (2012). Some of his stories have been translated into English, German and Italian.

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De:/From: Azriel Bibliowicz. El rumor del astracán. Bogotá: Planeta Colombiana Editorial, 1991.

“El arribo del barco”

La conmoción en el Caribia-Hamburg vaticinaba el arribo del barco a la tierra. Abraham les explicó que llegarían a Puerto Colombia. Sus pasaportes descollaban por apariencia extraña. En el mercado negro sus opciones no fueron los mejores, compraron lo que había. La cara de sospecha del oficial polaco en el puerto de Gdnia alcanzó a preocuparlos, pero, ¿quién iba a detener unos judíos por abandonar el país?

Abraham les aseguró que les esperarían. El barco de carga tiró una manila delgada. Los trabajadores del puerto la cobraron e hicieron llegar un cable grueso. Las pesas facilitaron el atraque. El muelle con tablones y pilotes de pino cresolado les dio la bienvenida. El mar era como un plato bordeado por piedras disformes. Cactus y trupillos acorralaban el paisaje.

El sol los obligó a quitarse los zapatos. Se aflojaron la corbata. Jacob desbotonó su chaleco. Le condujeron a un edificio alto de techos altos. Una negra con una batea en la cabeza ofrecía: alegrías; panelitas y cocadas.

Buscaron ansiosos a la persona que Abraham aseguró los ayudaría con papeles y diligencias.

–Nunca se me ocurrió. ¿Cómo se busca a un judío en un país extraño?

–¿Por la nariz?

–Tengo una idea. Todo judío reconoce las trencillas de su manto sagrado. Tú siempre vistes un pequeño taled debajo de la camisa. Saca las trencillas; deja que sus nudos cuelgan como banderas.

Jacob se siente incómodo.

–Eso, deja que las vean—insistió Saúl.

Se quedaron parados. Miraban pasar la gente de lado a lado. Sus facciones de extranjeros despertaron la atención de vendedores ambulantes en el muelle. Las trencillas del traje de Jacob ofrecían una escena poco común. Los pasajeros avanzaban por inmigración y la aduana.

“. . .¿Será que en América le cortaron las trencillas al taled; sólo conservan nudillos y rayas?. . .”

Si bien el poncho guardaba un curioso parecido al taled, no acababa de persuadirlo. Frente a la duda, se acercó al hombre. Lo saludó en yiddish.

–Shalom Aleijem.

–¿Cómo?

Saúl se levantó su sombrero, disculpándose, y regresó donde Jacob.

–¿No será todo cuento de Abraham? ¿Por qué confiamos en él?—Refunfuñó angustiado Jacob– ¿Ahora que vamos a hacer?

La fila a los oficiales era cada vez más corta. Sólo quedaban dos pasajeros por revisar. El oficial al verlos, les indicó que siguieran. Colocaron un billete de diez dólares entre sus pasaportes.

Seguían en la búsqueda de quien debía recibirlos.

–No dejaron ni que el maletero recogiera el equipaje, mi sargento—recalcó uno de los oficiales de la aduana.

El sargento revisó los pasaportes: descubrió los billetes que tomó con naturalidad.

–¿Cuánto tiempo piensan quedarse?

Jacob y Saúl se miraron sin comprender qué indagaban. Detallaban impacientes su alrededor.

–¿A quién buscarán con tantas ganas?—le preguntó el sargento a uno de los oficiales y dio la orden:—¡Revísenlos bien!

Los agentes escarbaron las maletas, mientras el sargento continuó atento a los documentos. Pasaba una y otra página para comentarle a uno de los compañeros:

–Estos gringos son de buenas, menos mal que sé leer estos garabatos, si no, se jodían.

El subalterno lo contempló.

–Usted si que sabe cosas, mi sargento.

–Estoy seguro que traen contrabando. ¡Inspeccionen bien estas maletas!

Los oficiales les formulaban preguntas que no hallaban respuestas. En los rincones de las valijas entraban las manos ansiosas a revolcar la ropa arrugada por la travesía.

Saúl le ofreció un cigarrillo al sargento con una sonrisa. Este lo aceptó, y el resto del paquete se repartió entre las guardias.

–Un cigarrillo americano curioso. Esta marca no la conocía—comentó el sargento mientras rastrilló una cerilla y le ofreció lumbre a Saúl.

–¿Qué encontraron?

–Nada, ropa sucia.

–¡Cómo que nada! ¡Debe haber algo ahí! ¡No ven que hasta los cigarrillos son de matute! ¡Córtenles lo que sea, pero encuentren qué llevan!

–Pero, sargento. . .

–Aprenda agente. Como dice mi Coronel: “Autoridad que no abusa, se desprestigia”.

Jacob miraba con insistencia a su alrededor, con la esperanza de que al última hora los salvaran. Al sacar los agentes unas navajas, los dos se asustaron.

–Ahora qué hacemos. .

–¿Tienes la tarjeta de Abraham?

Jacob sacó la tarjeta y se la entregó al sargento.

–Así que éste es el contacto.

Ya confiesan.

Jacob caminó de un lado al otro. El calor multiplicó el agobio. Al verlos rajar la maleta no resistió más. Rasgó la costura de su saco. Extrajo veinte dólares que había guardado para una eventualidad. Se los dio al sargento con los ojos enrojecidos. Este recibió el billete, para gritarles a los agentes:

–¡Amanecemos aquí si es necesario! ¡Coño, quiero saber qué traen!

Les quitaron los sacos, rompieron las costuras, requisaron y vaciaron pieza por pieza las maletas. Después de dos horas, el sargento se convenció que nada había.

–¡Gringos huevones! Nos pagaron y no traían ni mierda. ¡García, sélleles esos papeles. Déles pita para que amarren sus trapos y se larguen!

Fragmento de la novela El rumor de astracán (1991)

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“El capitán” por Fernando Botero”

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“The Ship’s Arrival”

The commotion in the Caribia-Hamburg predicted the arrival of the ship to the shore. Abraham explained to them that they would arrive at Puerto Colombia. Their passports stood out for their strange appearance. In the black market, their options weren’t the best, they bought whatever there was. The Polish official’s suspicious face in the port of Gdynia was enough to worry them. But who was going to stop some Jews from leaving the country.

Abraham assured them that they would be waiting for them. The cargo ship threw a thin rope. The port workers grabbed it and made a thick cable reach the ship. The weights helped the mooring. The dock with thick planks and creosoted pilings welcomed them. The sea was like a plate bordered by deformed rocks, Cactus and mesquite hemmed in the countryside.

The sun forced them to take off their shoes. They loosened their ties. Jacob unbuttoned his vest. They were led to a tall building with high roofs. A black woman, with a tray on her head, offered local sweets: alegrías, panelitas and cocadas. Anxiously, they looked for the person that Abraham had assured would help them with papers and formalities.

“It never occurred to me. How do you find a Jew in a foreign country?

“By his nose?”

“I have an idea. Every Jew recognizes the fringes of a holy prayer shall. You always wear a small tallit underneath under your shirt. Take out the fringes; let the knots hang out like flags.

Jacob felt uncomfortable.

“That’s it, let them see them,” Saul insisted.”

They remained standing. They saw people passing by. Their foreign look awakened the attention of street vendors on the dock. The fringes of Jacob’s suit offered up a rare scene, the passengers advanced through immigration and customs.

“Could it be the in America they cut off the fringes of the tallit; they only keep the knots and stripes?”

If the poncho had a curious similarity to a tallit, it didn’t quite convince him. Thought in doubt, he approached the man. He greeted him in Yiddish.

“Shalom Aleichem.”

“What?”

Saul lifted his hat, apologizing, and returned to where Jacob was.

“Could it be that Abraham was a fake? Why did we trust him?,” Jacob grumbled anxiously. “What are we going to do now?”

The line leading to the officials became shorter and shorted. Only two passengers were left to check. On seeing them, the official, indicated to them that they follow. They placed a ten-dollar bill between their passports.

The continued in their search for someone who should greet them.

The sergeant looked over the passports; he discovered the bills and took them as if it were the most natural thing to do.

“How long do you intend to stay?”

Jacob and Saul looked at each other without understanding what was asked. They looked impatiently around them.

“Who are they looking for with such interest?” the sergeant asked one of the officials, then gave the order: “Inspect them well!”

The agents searched the suitcases, while the sergeant continued looking attentively at the documents.

He went over one page after another then commented to one of his buddies, “ These gringos are in a good mood. it’s lucky that I know how to read these scribbles. If not, they’d be screwed.

The subordinate looked at him intently.

“You certainly know a lot, my sergeant.

“I’m sure they are carrying contraband. Inspect those suitcases well.”

The officials formulated questions that didn’t find answers. In the corners of the suitcases entered anxious hands to go through clothing that was wrinkled by the crossing.

Saul offered a cigarette to the sergeant, with a smile. He accepted it, and divided the rest of the packet among the guards.

“A very curious American cigarette. I this know this brand,” commented the sergeant while he lit a match and offered a light to Saul.

“What did you find?”

“Nothing. Dirty clothes.”

“What do you mean nothing?” There has to be something here. Don’t you see that even the cigarettes are smuggled? Cut anything of theirs, but find what they’re carrying.”

“But sergeant…”

Agent, learn from me. As my Colonel says: “Authority that doesn’t abuse, loses prestige.

Jacob insistently looks around, with the hope that at the last moment they would be saved. When the agents took out their razors, the two were shocked.

“Now what do we do?”

“Do you have Abraham’s card?”

Jacob took out the card and handed it to the sergeant.

“So, this guy is the contact.”

They have confessed.

Jacob walked from one side to the other. The heat multiplied the stress. Seeing them slit the suitcase, he couldn’t take any more. He tore the seam of his jacket. He extracted twenty dollars that he had kept for an eventuality. He gave them to the sergeant with reddened eyes. The man received the bill, only to yell at the agents:

“We will spend the night here if necessary. Fuck, I want to know what they’re bringing in.”

They took the jackets off them, tore the seams, seized and emptied the suitcases, piece by piece. After two hours, the sergeant was convinced that there was nothing.

“Mother-fucking gringos! They pay us and they don’t bring shit. García, stamp those papers. Give them some twine to tie up their rags and then get out of here.”

Excerpt from the novel: El rumor de astracán (1991)

Translation by Stephen A. Sadow

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Libros de Azriel Bibliowicz/Books by Azriel Bibliowicz

Mauricio Rosencof — Escritor judío-uruguayo/Uruguayan Jewish Writer — “Las cartas que nunca llegaron”/”The Letters that Never Arrived” -fragmento de la novela-sobre un hombre y su padre anciano/excerpt from the novel-about a man and his aged father

Mauricio Rosencof (1933–), dramaturgo, novelista y poeta uruguayo. Nacido en Florida, Uruguay, se convirtió en uno de los principales escritores y periodistas del país. Fue líder del Movimiento de Liberación Nacional clandestino (Tupamaros), y en 1972 fue detenido por el gobierno militar y mantenido como preso político en completo aislamiento durante más de 11 años. Sus memorias de detenido están compiladas en Memorias del calabozo (1987-1988), de tres volúmenes. Rosencof es un dramaturgo importante en Uruguay. Sus obras Las ranas (1961), La valija (1965), El saco de Antonio (1985) y… y nuestros caballos serán blancos (1985) son clásicos del teatro uruguayo del siglo XX. Sus primeros trabajos consistieron casi exclusivamente en una visión crítica de la sociedad y los procesos políticos uruguayos con especial énfasis en la lucha por la justicia social. Muchos de sus trabajos posteriores al encarcelamiento pueden clasificarse como literatura infantil, como Canciones para alegrar a una niña (1985), Leyendas del abuelo de la tarde (1990) y Los trabajitos de Dios (2001). La novela Las cartas que no llegaron (2000) representa el primer esfuerzo del autor por escribir un texto de temática específicamente judía. La novela es una memoria íntima y personal de su tiempo en la cárcel como un detenido político entrelazado con la conexión de su familia con el Holocausto. Al hacerlo, Rosencof se une a varios autores judíos latinoamericanos que encuentran puntos en común en la persecución de los llamados subversivos, torturados y asesinados en campos de concentración por gobiernos militares neo-fascistas, y judíos asesinados bajo el nazismo europeo.

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Mauricio Rosencof (1933– ), Uruguayan playwright, novelist, and poet. Born in Florida, Uruguay, he became one of the country’s leading writers and journalists. He was a leader in the underground National Liberation Movement (Tupamaros), and in 1972 he was detained by the military government and held as a political prisoner in complete isolation for more than 11 years. His memoirs as a detainee are compiled in the three-volume Memorias del calabozo (1987–88). Rosencof is a major dramatist in Uruguay. His works Las ranas (1961), La valija (1965), El saco de Antonio (1985), and … y nuestros caballos serán blancos (1985) are classics of 20^th century Uruguayan theater. His early works almost exclusively consisted of a critical view of Uruguayan society and political processes with particular emphasis on the struggle for social justice. Many of his post-incarceration works may be classified as children’s literature, such as Canciones para alegrar a una niña (1985), Leyendas del abuelo de la tarde (1990), and Los trabajitos de Dios (2001). The novel Las cartas que no llegaron (2000) represents the author’s first effort to write a specifically Jewish-themed text. The novel is an intimate, personal memoir of his time spent imprisoned as a political detainee interwoven with his family’s connection to the Holocaust. In doing so, Rosencof joins a number of Latin American Jewish authors who find common ground in the persecution of so-called subversives, tortured and killed in concentration camps by neo-fascist military governments, and Jews murdered under European Nazism.

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“Las cartas que nunca llegaron”

Vamos, Viejo. Tranquilo. Vamos arriba, Viejo. Vos te bancaste la trinchera de una guerra reglamentaria, corriste, cazaste y destripaste la rata que te había comido la ración y te la reciclaste; vos fuiste un desaparecido, mamá te lloró, era tu novia, casi niña, y todos; y un día volviste y fuiste a la sastrería de Lublin, y te dieron una limosna hasta que documentaste tu carnalidad y lloraron y te diste un baño y te dieron ropa y comiste y volviste a tu puesto de trabajo, meta aguja, nomás. Vamos, Viejo, no te me achiques por esto, vos, que cada vez que me veías en la cama de León pensabas en León, vos, que acompañaste a mamá que desde aquel día nunca más tuvo una sonrisa, vos, papá, nunca supe qué esperabas de mí, qué quenas de mí, que viviera nomás, que fuera, porque ya no había nadie más en tu vida, todo tu bosque familiar talado, incinerado, nada, solo la memoria de los últimos días que te fue llegando en cartas de Pandora que no guardaban en ningún rincón ni el ínfimo huevo de la mariposa de la esperanza. Vamos, Viejo. No te quedes. No te me quedes, te necesito. Aunque más no sea que para que llores en una visita, como aquella, en la que, como en otras, hablaste bajito, como para vos, nomás, porque nunca me dijiste nada, ni un reproche, ni una queja, y recordaste entonces que tu mamá se abrazó a los dos niños, tus sobrinos, chiquitos, a quienes venían a buscar para extraerles sangre, toda la sangre, porque claro, los soldados necesitan, y ella no los quiso soltar ni los niños desprenderse, 7 los SS ucranianos perdieron la paciencia, es lógico, y con los mangos de pico con que guardaban el orden, los callaron, porque gritaban «no… no» y lloraban, y era insoportable y nunca más, para que aprendan. Te necesito para eso, no te me quedes, papá, ahora que volviste a perder territorio, vecinos, canarios, el plátano con clavo, frente a la puerta, donde soleabas el cardenal, no Viejo, vamos arriba. Arriba, Viejo, yo sé que una vuelta dijiste, para vos, siempre para vos, nunca a mí, solo esa frase que es todo y para qué más: «Nunca pensé que mi vejez iba a ser así». Y ahora me dicen que me viste. Que; fuiste con mamá al comedor común del asilo, que no querían, que no querían salir de ese apartamentito limpio, limpito, con dormitorio y baño, con una mesita y un rincón con calentador, que no quieren salir, que quieren estar ahí, que la comida también se reparte, que Walter les trae alitas de pollo o de gallina, más bien de gallina, pero que no quieren salir; pero ese día sí salieron, y la Directora, que es buenísima, les ofreció el lugar que quisieran, pero siempre con otros, y fueron a una mesa donde había otro habitante de la «ciudad de los bastones» que nunca hablaba, que vivía para adentro nomás, de donde no quería salir, como ustedes del cuarto, y allí se sentaron, eran tres en una mesa, y fue cuando se abrió la doble hoja de la puerta transparente y yo entré, y vos te paraste y viste que los buscaba y no los veía y te pusiste pálido, y yo tenía aquel traje azul marino derecho con tres botones que fue el último, y mamá nada y el otro habitante de la mesa nada, sólo yo que entraba y los buscaba y te buscaba y no te veía y vos sí, dicen que pálido, parado como si estuvieras en la cabecera de una larga mesa familiar poblada, y dijiste aquella frase que, por el momento, la voy a guardar, que la guardo para todos los momentos, para siempre, pero que en este párrafo no la voy a pronunciar, y que es la llave, es una llave, una clave de La Palabra, la clave de La Palabra, que tanto los preocupó porque eran racionalistas como yo antes, y claro, te querían, te cuidaban y te llevaron al médico.

Fuerza, mi Viejo. Cuando uno cuenta los naufragios es porque no se ahogó. Fuerza. Hemos navegado mucho, durante muchos años, en los muchos —al cabo de los años— minutos de la visita. La visita fue para vos y para mí, el Mar del Encuentro. Y allí montábamos nuestra propia balsa y meta remar recuerdos. Tu Afuera y mi Más Acá se juntaban en ese mar que separaba dos continentes. En él sí, ahí sí, en esa frontera sí pude estar en vos. Así que estas líneas son, papá, como quien dice, los Cuentos de la Frontera. Y allá en el asilo, papá, todos, tan viejitos. Tan huérfanos, Viejo, tan huérfanos de la vida exterior, huérfanos de vida exterior, todos, allí; aunque a veces el tiempo se detenía en el jardín del fondo y una pareja volvía a ser del mundo, una mirada a través de los lentes, una sonrisa coqueta, y así el del 2 con la del 14 vuelven a ser novios, entre ellos, novios, y hablan con la Directora, que pregunta sobre la seriedad de sus intenciones, y es una historia de amor que culmina en casamiento, con fiesta, y ella de blanco en la sinagoga del Hogar y habrá cambios en los alojamientos porque van a vivir juntos.

Era un acontecimiento. Pero, por lo general, el tiempo seguía de largo y más bien se detenía para llevarse a alguno, como los fue llevando a ustedes, que lo esquivaron «hasta ver al hijo». Yo creo, papá, que los viejos se mueren cuando quieren, por eso vos y mamá, tu «cachivache», como le decías, se lo tomaron con calma y bancaron, aguardaron hasta esa noche, nochecita, cuando mi cuerpo real transpuso las muchas puertas, custodiadas, muy custodiada la primera, que fuera de hora no se entraba; la «ciudad de los bastones» dormía con un ojo abierto, ha pasado tantas veces en tantos lados, nuestros viejitos son sagrados, que nadie los toque, porque ya han sido muy tocados, y sobre todo por vos y mamá, Viejo, porque la Directora recibía llamadas telefónicas, muchas llamadas que nunca te dijeron, «saquen de ahí a esos viejos de mierda, a los padres de ese hijo de puta, los sacan o les ponemos la bomba», y nunca te lo dijeron, y hubo reuniones, sesiones, consultas, «y de aquí no se van», y no se fueron, no los fueron de la última Tule, bendita Raquel y todos aquellos que pusieron más vigilancia, «pero de aquí no se van».

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“The Letters that Never Arrived”

Come on, Old Man. Don’t worry. Let’s go upstairs, Old Man, you put up with the trenches of a real war, you ran, you hunted and gutted the rat that had eaten your rations and you recycled it; you were a disappeared person, mama cried over you, she was the bride, almost a girl, and all that; and one day you returned want went to the tailor shop in Lublin, and they gave you a handout until you gave evidence of your carnality. and they cried and you had a bath and they gave you clothing and you returned to your work seat, you sowed with the needle, nothing else. Let’s go, Old Man, put me down for this, you, every time that you saw me in Leon’s bed, your thought about Leon, you, who accompanied mama, who from that day on, never had a smile on her face, you, papa, I never knew what you wanted from me, what prize from me, that I live, that’s all, that it be so, because there was no longer anything in your life, all your family tree cut down, incinerated, nothing, only the memory of the final days when Pandora’s letters were reaching you, they never kept in any corner, the tiny egg of the daisy of hope. Let’s go, Old Man. Don’t leave. Don’t leave me. I need you. Although it may only that you cry during a visit, like that time, in which, as in the others, you spoke in a very low voice, as for yourself, nothing more, for you never told me anything, not a reproach, not a complaint, and you remembered then that your mother hugged the two children, your cousins, little ones, to whom they came to search for to extract their blood, all their blood, because, of course, the soldiers need it, and she didn’t want to let go and the children be taken away, 7 of the Ukrainian SS lost their patience, as to be expected, and with the sharp-pointed handles with which they kept order, quieted them down, because they were yelling “no. . .no” and they cried and it was unbearable and never again, so they learn. I need you for that. Don’t leave me, now that you are losing territory again, neighbors, canaries, the prick with the nail, in front of the door, where you leave the cardinal in the sun, no Old Man, let’s go upstairs. Up, Old Man, I know that you said something again, for yourself, always for yourself, never to me, only that phrase that is all and for what else: “I never thought that my old age was going to be like this.” And now they tell me that you saw me. That you went with mama to the dining room of the home, that they didn’t want to, that they didn’t want to leave that clean, very clean little apartment, with bedroom and bathroom, with a little table and a corner with the heater, that you didn’t want to leave, that you wanted to be there, that the food was shared too, that Walter brings you wings of chickens and or big hens, more likely hens, that you don’t want to leave, but that day you two did leave, the Madam Director, who is very, very good, offered you any place you desired, but always with others, and you went to a table where there was another resident of “the city of the canes,” who never spoke, who lived inside, no more, from which he didn’t want to leave, like you two from the room, and there you sat down, there were three at the table, and it was when the transparent double-sided door of the dining room opened, and I entered, you stopped, and you saw that I was looking for you and I didn’t see you, and you became pallid, and I was wearing that sea blue suit, straight cut with three buttons that was the latest thing, and mother nothing and the other resident of the table nothing, only I who entered and was looking for you both and for you, papa, they said you were pallid, standing as if at the head of a large populated family table, and you said that phrase, that for the moment I’m going keep, that I keep it for all moments, for all time, but that in this paragraph I won’t pronounce it, that it is the key, it is a key, a special key to the Word, that worried all of you so much, because you were rationalists as I was earlier, and surely they loved you and they took care of you and they took you to see the doctor.

Strength, my Old Man. When you talk of shipwrecks, it’s because you didn’t drown. Strength. We have navigated a great deal, during many years, in the many—at the end of the years—minutes of the visit. The visit was for you and for me, the Sea of Encounter. And there we climbed on our own raft and set off to row memories. You Outside and my Most Here came together in that sea that separates two continents. In it, yes, here, in that frontier, yes I could be with you. So that these lines are, papa, like they say, the Stories of the Frontier. And there, in the asylum, papa, all, so old, So orphan from outside life, all, there, although it happens, time stops in the rear garden, and a couple becomes part of the world again, a glance through the eyeglasses, a coquettish smile, and so the 2 with the one from 14 become sweethearts, between them, sweethearts, and they speak with the Director, who asks about the seriousness of their intentions, and it is a love story that ends in a marriage, with a party, she in white in the Synagogue of the Home, and there will be changes in the lodging arrangements, because they are going to live together. It was an event. But, generally, time continued to be long and likely was stopping to carry someone along, like it was carrying you two, that you avoid “even seeing your son.” I believe, papa, the old die when they want to, and so you and mama, your “trinket,” as you call her, took it calmly and bore it, waited until that night, dear night, when my real body transposed the many doors, guarded, the first well-guarded, that was when it was not time, I didn’t enter; the “city of the canes” slept with one eye open, it has passed by so many times in so many places, our elderly are sacred, that nobody may touch them, because they have been often touched, and above all you and mama. Old Man, because the Director received many telephone calls, many calls that they never told you about, “take out of here those shitty old people, the parents of this bastard, take them or we will blow them up,” and they never told you, and there were meetings, sessions, consultations,” and “they don’t leave here,” and they didn’t leave, they didn’t send them from the last Refuge, blessed Raquel, and all the others who were more vigilant, “but they don’t leave here.”

Translated by Stephen A. Sadow

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Algunos libros de Mauricio Rosencof/ Some of Mauricio Rosencof’s Books

Amazon.com https://www.amazon.com/Books-Mauricio-Rosencof/s?rh=n%3A283155%2Cp_27%3AMauricio+Rosencof

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La presencia judía en Uruguay/ The Jewish Presence in Uruguay

Montevideo

**Sinagoga del la Comunidad Israelita del Uruguay**

**Sinagoga de la Comunidad Sefardí de Uruguay**

**Monumento Memorial del Holocausto/Memorial Monument to the Holocaust**

Punta del Este

Artistas del Uruguay/Artists of Uruguay

José Gurvich https://wordpress.com/block-editor/post/jewishlatinamerica.wordpress.com/7914

Linda Kohen
https://wordpress.com/block-editor/post/jewishlatinamerica.wordpress.com/7812

Jaime Kleist https://wordpress.com/block-editor/post/jewishlatinamerica.wordpress.com/2913

Eva Olivetti

Raúl Pavlotsky

Aída Socolovsky

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Escritores del Uruguay/Artists of Uruguay

Julia Galimare https://wordpress.com/block-editor/post/jewishlatinamerica.wordpress.com/1731

Raúl Hecht https://wordpress.com/block-editor/post/jewishlatinamerica.wordpress.com/2151

Exelyn Wertheimer https://wordpress.com/block-editor/post/jewishlatinamerica.wordpress.com/2413

Mauricio Rosencof https://wordpress.com/post/jewishlatinamerica.wordpress.com/9200

Pablo Freinkel — Novelista judío-argentino/Argentine Jewish Novelist — “La casa de Caín”/ “The House of Cain” — fragmento de la novela de misterio/excerpt from the mystery novel

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Pablo A. Freinkel (Bahía Blanca, Argentina, 1957). Licenciado en Bioquímica. Periodista y escritor. Sus artículos y notas se han dado a conocer en Buenos Aires, New York y Jerusalem; y en medios online nacionales y extranjeros. Es autor de cuatro libros: Diccionario Biográfico Bahiense, el ensayo Metafísica y Holocausto, y las novelas El día que Sigmund Freud asesinó a Moisés y Los destinos sagrados. Escribió el guión del documental Matthias Sindelar: un gol por la vida. Ha dictado conferencias sobre Spinoza, Maimónides y literatura judía argentina actual, en diferentes instituciones del país. Se encuentra en redacción El lector de Spinoza.

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Pablo A. Freinkel (Bahía Blanca, Argentina,) who has a degree in biochemistry. He is a journalist and writer. His articles and notes have been published in Buenos Aires, New York and Jerusalem, in Argentine and international online media. Freinkel is the author of four books: Diccionario Biográfico Bahiense, Metafísica y Holocausto, and the novel El día que Sigmund Freud asesinó a Moisés and Los destinos sagrados. He wrote the script for Matthias Sindelar: un gol por la vida. He has lectured on Spinoza, Maimonides and on contemporary Argentine-Jewish literature throughout Argentina. His El lector de Spinoza is in press.

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Escrita con un pulso narrativo muy dinámico y hasta casi hipnótico -de esos que dificultan la interrupción de la lectura- Pablo Freinkel nos relata una historia que, si bien se desarrolla cercana a la comunidad judía (son imperdibles y muy interesantes los detalles acerca de las costumbres y tradiciones del pueblo judío) nos atrapa de principio a fin. — Pablo Bauchiero, Buenos Aires, 2019.

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Written with a very dynamic and even almost hypnotic narrative pulse – one of those that make it difficult to interrupt reading – Pablo Freinkel tells us a story that, although it takes place close to the Jewish community (the details about the customs and traditions of the Jewish people) grabs us from beginning to end. — Pablo Bauchiero, Buenos Aires, 2019.

Para comprar la novela/To buy the novel

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“LA CASA DE CAÍN”

CAPÍTULO 1

— ¡Eso es lo de menos! —Sonia se exasperó por no poder hacerse comprender cómo deseaba— ¡Debe haber algo! ¡Yo sé que hay algo!

Intenté calmar su enojo con una recopilación de los hechos conocidos hasta ese momento.

-Hace muchos años, según te contó un hombre mayor, un grupo de judíos, quizá disidentes o marginales de la comunidad central, se reunía en esta casa para celebrar sus fiestas.

Un paredón cortaba de manera abrupta la callejuela sombría. A escasos metros de allí, frente a nosotros, la fachada del inmueble mostraba las cicatrices de años a la intemperie y la ausencia de mantenimiento. No había diferencia alguna entre este y las construcciones de su entorno, excepto que encima de la puerta de entrada se destacaba una estrella de David inscripta en un círculo. No era un símbolo extraño en sí, ya que la mayoría de los templos hebreos presentaba esa ornamentación. El enigma consistía en saber si alguna vez ese edificio había funcionado como sede de alguna institución comunitaria.

A mi lado, Sonia, anhelante, esperaba una reacción que la convenciera de que no se había equivocado.

-¡Sí! —aplaudió, exaltada—. Creí que no te ibas a acordar.

—También me dijiste entonces que era un buen material para investigar y que te parecía… romántico —casi se desmayó de la emoción. Se pegó a mí y pude sentir el palpitar de su corazón. Todo su cuerpo emanaba un hálito de tierna calidez.

Hacía referencia a una circunstancia ocurrida un par de años atrás, cuando yo me encontraba en la disyuntiva de exponer una investigación periodística acerca de las causas que habían motivado al doctor Sigmund Freud a declarar que el héroe hebreo Moisés no fue más que un simple egipcio sin conexión alguna con el pueblo elegido, la cual creía que iba a constituirse en la base de mi lanzamiento profesional y personal, o huir sin atenuantes para continuar mi existencia carente de sentido. Finalmente, presenté mi labor y no sucedió ninguna de las alternativas consideradas. Ahora, según la apreciación de mi esposa, el misterio de esta casa se presentaba como una segunda oportunidad, en esta ocasión para salvarme de caer en una depresión de límites imprecisos.

—No entiendo —dije eligiendo las palabras para no provocar su frustración—. ¿Qué hay para investigar? Es una casa antigua que no dice nada, y sí, tal vez en algún momento, haya funcionado como templo o club social.

Fue entonces cuando explotó:

—¡Eso es lo de menos! ¡Debe haber algo! ¡Yo sé que hay algo!

Miró el despojo que tenía ante sus ojos casi llorosos por la desilusión, como si le quisiera arrancar alguna palabra, una clave que la condujera a una pista y de allí a la resolución de su secreto. Las mejillas habían enrojecido, un ligero temblor agitaba sus labios y por encima de ellos brillaban unas gotas de transpiración. De pronto, de uno de los bolsillos de su campera extrajo una cámara fotográfica. Tomaba instantáneas casi sin mirar, en sucesión ininterrumpida; se movía de aquí para allá, enfocándose en la estrella inscripta en el círculo. Yo la miraba hacer y creía ver en sus acciones una manera de evitar la rendición, el naufragio definitivo de su esperanza. Poco a poco su humor fue cambiando; el enojo se moderaba, la crispación mudaba en desenfado. De inmediato comenzó a reírse, a expresar una alegría juguetona y despreocupada. Llovieron fotografías sobre mí desde todos los ángulos posibles, incluso los más descarados. Yo me contagié de su cascabeleo. La risa se nos pegaba, uniéndonos en una danza mágica. Hasta que interrumpió el descontrol con una frase concluyente:

It was then that she exploded: “That’s the least of it! There has to be something. I know that there is something!”

She looked at the dilapidation in front of her almost tearful eyes, as if she wanted to pull out a word, a key that would lead her to a trail and from there a resolution of its secret. He cheeks had reddened, a light trembling in her lips and above them shined a few drops of perspiration. Immediately, from one of the pockets or her jacket, she took out a camera. She took snapshots, almost without looking, in uninterrupted succession; she moved from here to there, focusing on the star WRItten in the circle. I watched her do it and believed I saw in her actions a manner to avoid surrender, the definitive ship wreck of her hopes. Little by little, her mood was changing; her anger cooled, the tension became ease. Suddenly, she began to laugh, to express a playful and unworried joy. Photographs rained over me from all angles, including the most shameless. I was infected by her jingling. The laughter stuck us together, uniting us in a magical dance. Until she interrupted the lack of control with a concluding phrase:

— ¡Me muero de hambre!

La miré, seguramente con la estúpida expresión de un hombre enamorado. El arrebol de sus mejillas se había intensificado; brillaban sus ojos, los labios entreabiertos invitaban al encuentro, el deseo vibraba en cada fibra de nuestro ser. Ella puso fin a ese momento con un gesto indolente, un mohín que la hizo más bella si esto era posible. Guardó la cámara y empezó a caminar hacia la calle que marcaba el límite de la cortada. En eso se detuvo mirando a su alrededor.

— ¿Qué pasa? —quise saber hablándole desde unos pasos atrás.

—Ni siquiera sabemos cómo se llama este recoveco —miró a uno y otro lado buscando en vano un cartel de señalización—. No podemos irnos sin saberlo. ¡Es importante!

Sin pensarlo, encaró hacia una de las casas y tocó el timbre. El ladrido de uno o varios perros respondió a la chicharra y poco después se asomó una mujer mayor, menuda, cuya cabeza estaba cubierta por pequeños ruleros colocados apretadamente uno junto al otro, con una redecilla invisible sosteniendo el conjunto. Nos miró con precaución dando un paso atrás, hacia el interior. Usaba un vestido viejo y encima un abrigo de lana deformado por los varios de años de servicio.

— ¿Qué se les ofrece? —graznó una voz pastosa.

—Discúlpenos, buena señora —Sonia utilizaba sus mejores modales, pero estos a veces se confundían con un tono sarcástico—, ¿sería tan amable de decirnos el nombre de esta calle?

La mujer nos volvió a mirar, sus ojos relampaguearon y con una sonrisa en sus labios finos y resecos, respondió antes de desaparecer tras la puerta:

—La calle de Caín.

La actitud y las palabras de la vieja habían impresionado a mi esposa, que se mantuvo en silencio por varias cuadras rumbo a nuestro departamento. Me sorprendía su falta de reacción, la ausencia de comentarios, el andar cabizbajo. Verdaderamente, ese encuentro había hecho un fuerte impacto en Sonia. Permanecía callada ante mis insistentes requisitorias, se molestaba cuando yo la distraía del ensimismamiento en que se había sumido. A poco de llegar a destino, se paró en seco y me miró como si fuera la primera vez que me tenía frente a ella. Entonces dijo con una gravedad que apenas le conocía:

— ¿Cómo hizo esa mujer para ponerse los ruleros uno tan cerca del otro sin que se le escapara una sola mecha de pelo?

La observé incrédulo, pasmado, sin poder salir de mi asombro. Había andado casi un kilómetro sin hablar, creyendo que estaba sumergida en vaya uno a saber qué pensamientos profundos, y lo único que había ocupado su mente era la destreza de la anciana para colocarse esos ridículos adminículos en la cabeza.

— ¿Eso es todo? —le pregunté atorado por la rabia.

— ¿Qué?

—Lo único que te llamó la atención de esa mujer.

—Es una tontería, ya sé. Pero hay que reconocerle habilidad y pericia para lograr esa perfección.

Me di vuelta y seguí mi camino, dejándola varios metros atrás. Ella corrió para ponerse a la par y empezó a embromarme, a burlarse de mí hasta que no toleré más y, atrayéndola hacia mí, le estampé un beso apasionado que la dejó sin aire.

— ¡Caballero! ¿Cómo se atreve?

Una vez en casa, retiró una pizza del freezer y la colocó en el horno de microondas. A pesar de que reconocía su utilidad en momentos complicados, yo detestaba esas comidas rápidas y para no ocasionar una discusión inútil dejé pasar la cuestión. En tanto la electricidad hacía su trabajo, ella fue a la computadora. Conectó la cámara digital al CPU y la primera toma apareció en la pantalla. Era una imagen panorámica de la casa: la puerta, las dos ventanas, el estado general de deterioro. Una a una, desfilaban las fotografías sin aportar ningún detalle que nos pusiera en la huella. La alarma del horno nos sacó de clima justo cuando empezaban a verse las fotos que me ubicaban en la escena en cuestión.

Fuimos a almorzar sin expectativas de hallar nada. La primera ronda de imágenes había sido decepcionante, circunstancia que se tradujo en la falta de ímpetu siquiera para comentar la reciente aventura. Mientras comíamos, Sonia tenía la vista fija en la bandeja de la pizza como si la interrogara en procura de respuestas. Me molestaban esos silencios, así que para licuar la tensión traté de ver las cosas con optimismo:

—Es inútil hacerse problemas por algo que no sabemos si existe. Vamos a echarle una mirada a esas fotografías y si no obtenemos resultados concretos, nos despedimos de todo el asunto.

—No —replicó sin atenuantes—. Puedo sentir que allí efectivamente tenemos una punta de lo que buscamos.

—¿Y qué buscamos? —pregunté interesado en su respuesta.

—Te lo diré cuando lo encontremos.

Los argumentos de esa naturaleza no se pueden discutir: A es B porque B es A, carecen en absoluto de lógica. Puse un punto final y elogié el excelente sabor de la pizza.

Después de hacer orden en la cocina, regresamos a la computadora. Otra vez desfilaron las imágenes. Esta vez, utilizamos el zoom para observar detalles que a simple vista se nos pudiesen haber escapado. Miramos una por una hasta que en la pantalla brilló nuevamente la primera de la serie dedicada a mí. Sonia esbozó una sonrisa; acercaba y alejaba la imagen a gusto mientras uno de mis ojos ocupaba todo el espacio o mi nariz se reducía hasta la insignificancia. Ahora ella jugaba, se divertía. Repetía la misma operación con cada una de las tomas estallando en carcajadas. En realidad, yo ya me estaba aburriendo y le prestaba poca atención.

—Miren la orejita de Marquitos —escuché que decía en tono dicharachero. Desvié la mirada hacia la pantalla y en efecto allí estaba mi oreja en primer plano. Iba a decirle que ya era suficiente cuando noté un detalle repentino, apenas una sombra.

—Esperá, esperá —le dije con un grito cuando se aprestaba a avanzar. Sonia se sobresaltó y quedó estática—. Buscá el centro de la estrella… Andá paso a paso… no te apures.

La imagen quedó fija en el hexágono delimitado por la intersección de los dos triángulos que conformaban la estrella. Allí, en el centro, en medio de la figura de seis lados, destacaba lo que podía ser apenas un cambio de textura, una sombra o una de las tantas irregularidades en el revoque por obra del paso del tiempo. Tal vez, la necesidad de ver algo para compensar las horas perdidas en esa tarea. Tenía el aspecto de una letra “r” de imprenta al revés o, quizá, podía ser también una coma o un bastón. A pesar de la falta de precisión, era similar a algo conocido que todavía no podía precisar.

— ¿Ves esto? —pregunté acompañando una y otra vez el contorno que aparecía en la pantalla con mi dedo índice derecho extendido.

—Está muy borroso, quizá sea una imperfección.

— ¡Pero lo ves! —reiteré para borrar la duda que tenía.

—Sí, acá está —me quitó la mano y empezó a copiar mi movimiento—. No es tu imaginación. Creo.

La miré como haciéndole notar que su última observación estaba de más.

—Está bien, está bien —dijo cubriéndose la cabeza, previendo un posible ataque que naturalmente nunca llegó—. Bueno, querido, preparate. Mañana tenemos una nueva excursión hasta la casa del misterio. Pero en esta ocasión, llevaremos una escalera.

Una vez más, Sonia me sorprendió con su iniciativa. Las dudas que yo podía albergar, para ella eran certezas incontrastables. Allí había algo y teníamos la obligación de descubrirlo. Con total espontaneidad había titulado el asunto como “la casa del misterio”. Habrían de pasar varios días para que ella misma lo redefiniera como “la casa de Caín”.

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“THE HOUSE OF CAIN”

CHAPTER 1

“That’s the least of it!” Sonia was exasperated for not being able to be understood as she wished. There must be something! I know that there is something!

She tried to calm her anger with a review of the facts known up to that moment.

“Years ago, according to what an old man tole you, a group of Jews, perhaps dissidents or separated from the central community, met in that house to celebrate their parties.

A wall cut abruptly into the cheerless alley. A few meters ahead, in front of us, the façade of the building showed the scars of years of weather and the absence of maintenance. There was no difference at all between this one and the buildings of the area, except that above the entrance door stood out a Star of David within circle. In itself, it wasn’t a strange symbol, since the majority of Jewish temples carry this ornamentation. The enigma consisted in knowing if at one time that building had functioned as the headquarters for a community organization.

At my side, Sonia, eager, hoped for a reaction that would convince her that she hadn’t been mistaken.

“Yes!, she approved, very excited, “I thought you weren’t going to remember.”

“You also told me that then that it was a good subject to investigate and that it seemed to you ‘romantic.’ You almost fainted from the emotion. She stuck tight to me and I could hear the beating of her heart. Her entire body emanated a breath of tender warmth.

She was making reference to a circumstance that had occurred a couple of years earlier, when I entered in the quandary whether to expound a journalistic investigation about the causes that had motivated Dr. Sigmund Freud to declare that the Jewish hero Moses wasn’t not more than a simple Egyptian without any connection whatsoever with the chosen people, that he believed was going to constitute the my launch personally and professionally, or flee, without extenuating circumstances to continue my meaningless existence. Finally, I presented my work and neither of the considered alternatives took place. Now, according to my wife’s view, the mystery of this house presented itself as a second opportunity, in this occasion to save me from a depression of imprecise limits.

The attitude and words of the old lady had impressed my wife, who maintained silence for several blocks on the way to our apartment. Her lack of a reaction surprised me, the absence of comments, the walking head down. Truly, that meeting had had a strong impact on Sonia. She remained quiet against my insistent requests; she was bothered when I distracted her from the self-absorption into which she had sunk. A bit before arriving at her destination, she stopped cold and looked at me as if it were the first time she had me in front of her, Then, she said with a gravity that I hardly knew she had:

“How did that women put her rollers so close together without a single a single bit of hair escaping?

I observed her, incredulous, confounded, without being able to get over my surprise. She had walked almost a kilometer without speaking, I, believing that she was immersed in who knows what profound thoughts, and the only thing that had occupied her mind was the old lady’s skill in placing those ridiculous gadgets on her head

“That’s all?” tongue-tied with anger, I asked her.

“What?

“The only thing that caught your attention about that woman.”

“It’s nonsense, I know. But you have to recognize her skill and expertise in achieving that perfection. I turned around and continued on my way, leaving her several meters behind. She ran to catch me, and she began to tease me, to make fun of me until I couldn’t take it anymore, and bringing her close to me, I hurled a kiss at her that left her without air.

“Sir, how dare you?”

Once at home, she took a pizza from the freezer and placed in the microwave oven. Although I recognize their utility in complicated times, I detest these quick dinners and in order to avoid a useless discussion, I let the issue pass. As soon as the electricity did its work, she went to the computer. She connected the digital camara to the CPU and the first shot appeared on the screen. It was a panoramic image of the house: the door, the two windows, the general state of deterioration. One after one, the photographs filed past without adding any detail that might put us on the trail. The oven alarm took us out of the fixation just when photos that placed me in the scene in question,

We went to have lunch without the expectation of finding anything. The first round of images had been disappointing, a circumstance the translated into a lack of impetus to even comment on the recent adventure. While we ate, Sonia had her eyes fixed on the pizza tray as if she were interrogating it to search of answers. I detest these silences. These silences bother me, so to melt the tension, I tried to see things with optimism:

“It’s useless to create problems about something that we don’t know if it exists. We’ll take a look at these photos, and if we don’t get concrete results, we’ll say goodbye to the matter.”

“No” she replied without any hesitation. “I can feel that here we have, in effect, a starting point for what we’re looking for.”

“And what are we looking for?” I asked, interested in her answer.

“I will tell you when we find it.”

Arguments of this nature can’t be discussed: A is B because B is A, absolutely is illogical. I put a final point to it, and I praised the excellent taste of the pizza.

After straightening up the kitchen, we returned to the computer. Once again, the images filed by. This time, we used the zoom to observe details that at a quick look could have escaped us. We looked at one after another until on the screen shined again the first series dedicated to me. Sonia gave a hint of a smile and moved away from the image as she pleased, while one my eyes occupied all of the space or my nose was reduced to insignificance. Now she was playing, enjoying herself. She repeated the same operation with each of the shots, breaking out in loud laughter. Truthfully, I was getting bored and I didn’t pay much attention to her.

“Look at Marquitos’ ear” I heard in a chatty tome. I diverted my gaze to the screen and in effect there was my ear in the closeup. I was going to tell her to stop, when I noticed a sudden detail, hardly a shadow.

“Wait, wait” I told her with a shout when she was about to advance. Sonia was startled and stopped ecstatic. “Look in the center of the star. . . Go bit by bit. . . Don’t hurry. It had the aspect of the letter “r” printed backwards, or , perhaps it could also be a comma or a walking stick. Despite the lack of precision, it was similar

The image remained fixed in the hexagon delineated by the intersection of the two triangles that made-up the star. There in the center, in the midlle of the six-sided figure, stood out what could be a slight change in texture, a shadow or one of those many irregularities in plaster in the caused by the passage of time. Perhaps, the necessity to see something to compensate for the hours lost in the task. It had the aspect of the letter “r” printed backwards, or perhaps it could be a comma or a walking stick. In spite of the lack or precision, it was similar to something known that I could not yet determine.

“Do you see this?” I asked once and again with the outline that appeared on the screen with my right index finger.

“It’s very blurred. Perhaps, it’s an imperfection.?

“But you see it!” I reiterated to put away the doubts she had.

“Yes, here it is!” She took away my hand and began to copy my movement. “It’s not your imagination. I think.”

I watched her making a note that her last observation was a bit too strong.

“It’s okay! It’s okay! I said, covering my face anticipating an attack that naturally never happened/arrived.

“Good, my dear! Prepare yourself. Tomorrow we will have a new excursion to the mystery house. But this time, we’ll bring a ladder.

Once more, Sonia surprised me with her initiative. The doubts that I could harbor were for her unshakeable certainties. There was something there, and we had the obligation to find it. With total spontaneity, she had entitled the matter: “the house of mystery.” Several days would have to pass before she would redefine it as “The House of Cain.”

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Libros de Pablo Freinkel/Books by Pablo Freinkel

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David Viñas (1927-2011) — Crítico social y novelista judío-argentino/Argentine Social Critic and Novelist — “Los dueños de la tierra”/”The Owners of the Earth” — fragmento/excerpt

Viñas, David

David Viñas nació en Buenos Aires en 1929. Estudió en el Liceo militar a causa de los problemas económicos familiares. Estudió Filosofía y Letras, allí conoció a algunos intelectuales. Fue uno de los fundadores, en 1953, de la revista Contorno. Al poco tiempo publicó su primera novela Cayó sobre su rostro. Recibió en 1962 el Premio Nacional de Literatura. En 1967 fue galardonado con el Premio Casa de las Américas, de La Habana (. También ha sido capital su aportación al ensayo con libros como Literatura argentina y realidad política: de Sarmiento a Cortázar o Rebeliones populares argentinas: De los montoneros a los anarquistas. La dictadura le robó a sus dos hijos, ambos acaban de ser padres cuando los detuvieron, y fueron desaparecidos por los militares, y lo obligó a exiliarse en México y España. En México fundó la editorial Tierra del Fuego junto a Pedro Orgambide, Jorge Boccanera, Alberto Ádelach y Humberto Costantini, en 1981. En 1984 pudo regresar a Argentina tras el fin de la dictadura. Fue nombrado titular de la Cátedra de Literatura Argentina de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires. En los años siguientes se sucedieron los estrenos teatrales. En 1991 recibió la la Beca Guggenheim pero la rechazó como homenaje a sus hijos.

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David Viñas was born in Buenos Aires in 1929. He studied at the Military Lyceum because of family financial problems. He studied Philosophy and Letters, there he met some intellectuals. He was one of the founders, in 1953, of the magazine Contorno. Soon after, he published his first novel. It fell on his face. He received in 1962 the National Prize for Literature. In 1967 he was awarded the Casa de las Américas Prize. His contribution to the essay has also been capital with books such as Argentine literature and political reality: from Sarmiento to Cortázar or Argentine popular rebellions: From the montoneros to the anarchists. The dictatorship stole his two sons, both of whom had just become parents when they were detained, and who were disappeared by the military, and forced him into exile in Mexico and Spain. In Mexico he founded the Tierra del Fuego publishing house together with Pedro Orgambide, Jorge Boccanera , Alberto Ádelach and Humberto Costantini, in 1981. In 1984 he was able to return to Argentina after the end of the dictatorship.He was appointed holder of the Chair of Argentine Literature at the Faculty of Philosophy and Letters of the University of Buenos Aires. Theatrical premieres followed, in 1991 he received the Guggenheim Scholarship but rejected it as a tribute to his children.

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De la novela “Los Dueños de la tierra”, 1958

“Esos de la Guardia Blanca”

Claro que estaban ésos de la guardia blanca. Vicente ya los conocía; en Buenos Aires, desde su departamento de la calle Ayacucho los había visto golpear a la gente del barrio en la semana de enero en 19.[i] Y rompían vidrieras y ensuciaban las sinagogas. Había sido un lunes y por las calles de la ciudad deambulaban algunos hombres solitarios y sudorosos, con las corbatas flojas y el saco en la mano. Los que acababa de ver en el puerto y los que tiraban bombas de alquitrán contra las sinagogas de Buenos Aires se parecían, desde la manera de golpear y reírse al mismo tiempo, hasta la insolencia se confeccionaban para insultar y pararse en medio de la calle con las piernas abiertas. Eran tipos que gritaban”—Judío sucio” con la misma calma que se instalaban a la salida de un jardín israelita para obligarles a cantar el Himno, “Oíd mortales el grito sagrado!” Sí, pensaba. Y desde su balcón de la calle Ayacucho había visto a esos chiquilines que cantaban destempladamente, espiando a sus maestras y esperando que les ordenasen que se callaran de una vez porque el Himno no se canta así, o que se largaran a correr hacia sus casas. Pero en 1910, cuando el Centenario.él, él mismo, Vicente había hecho algo parecido. Era más joven claro. Pero las balas de su revólver corrían por debajo del paño verde de los billares en esos cafés oscuros y bajos de la calle Libertad. Dos, tres, seis tiros sobre esas mesas mientras los parroquianos se apoyaban en sus tacos con inquietud hieráticos, extranjeros, pero con esa silenciosa y acusadora dignidad de las víctimas. Había olor a pólvora en aquella sala de billar. Un judío de rancho, insignificante, había seguido frotando la tiza sobre su taco. Vicente vació su revólver sobre una de las mesas de billar. Las balas se deslizaban por debajo del paño como unos extraños gusanos veloces y aturdidos. Eso había sido para divertirse, por cierto. Como él iba a pasar sus horas muertas en uno de los prostíbulos enfrente a los tribunales, le quedaba cerca. Era una diversión cercana. “Un trabajo a un paso de la farra”, comentaban en el Gimnasia y Esgrima. Los tribunales de un lado, y a la vuelta, el prostíbulo y los billares judíos de la calle Libertad. Todo ahí no más. ”Un verdadero centro de diversiones” proclamaba entonces. Pero es que todos los prostíbulos estaban atestados de judíos y muchos judíos andaban en ese negocio.[iii] “Las polacas”, les decían los amigos en el club. “Y una polaca le da vuelta y media a cinco francesas”. Y todos se divertían con las judías que al fin de cuentas, eran lo mismo. Él, sus compañeros de la facultad en el año del Centenario y la guardia blanca en la semana de enero del 19. Pero con la diferencia que él lo había hecho para pasar el rato, total, no eran más que los paños de los billares. Además, unos días después había ido a pagarlos. Pasar el rato, de eso se trataba, porque él no tenía nada contra los judíos, que eran gente trabajadora y no se metían con nadie. Aunque un poco… un poco… ¿Cómo diría?, calculaba Vicente. Poco elegantes. Ahí estaba. No eran lindos los judíos y qué se la iba a hacer. Se nacío fiero o se nacía con pinta de macho. Una vez le habían comentado en la mesa de Ingenieros: “Usted es el precursor de las guardias blancas. Verá—“ Y Vicente no había sabido si se lo decían en serio o en divertirse. Él no tenía prejuicios. Y no pensaba eso para darse una explicación que lo tranquilizarse.

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[i] La Semana Trágica es el nombre con el que se conoce la represión y masacre sufrida por el movimiento obrero argentino, en la que fueron asesinadas cientos de personas en Buenos Aires, en la segunda semana de enero de 1919, La misma incluyó el único pogromo (matanza de judíos) del que se tiene registro en América. Dentro de la Semana Trágica se produjo el único pogromo (matanza de judíos) del que hay registro en el continente americano. El pogromo tuvo su epicentro en el barrio judío de Once. El pogromo se desató cuando promediaba la Semana Trágica y se sumaron a la represión los civiles de clase alta, Fue llevado a cabo por la Liga Patriótica Argentina, “la guardia blanca”; incendiaron sinagogas. Hubo centenares de muertos

[ii] La prostitución en Argentina fue dominada por judíos por muchos años. Fue terminado por protesta vehementes de la comunidad judía y legislación del gobiernos.

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From the novel: “The Rulers of the Earth, 1958”

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“Those of the White Guard”

Of course, those of the White Guard were there. Vicente knew them already; in Buenos Aires, from his apartment on Ayacucho Street, he had seen them strike the people of the neighborhood in the January week of 1919. [i]And they broke store windows and the befouled the synagogues. It had been a Monday and solitary and sweaty men wandered the streets, with their ties loose and their jackets in their hands. Those that he had just seen in the port and those who threw tar bombs at the synagogues of Buenos Aires seemed, from their manner to punch and laugh at the same time, to the insolence they had for insulting and stopping in the middle of the street with their legs apart. They were guys who shouted “Dirty Jew” with the same calmness who stood in the exit of a Jewish kindergarten to force them to sing the National Anthem, “Hear, O Mortals, the sacred shout!” Ye, he thought. And from his balcony on Ayacucho Street he had seen those little ones who were singing off-key, spying at their teachers and hoping that they would order them to be quiet at once because the Anthem was not song in that way, or that they leave to run home. But in 1910, which was the Centenary, he, he himself, Vicente had done something similar. Surely, he was younger. But the bullets from his revolver shot below the green cloth of the billiard tables in those dark and humble cafes on Libertad Street. Two, three, six shots over those tables while the neighbors were leaning on their cues. A Jew from the farms, insignificant, had continued rubbing the chalk on his cue. Vicente opened his revolver on a billiard table. The bullets slid under the billiard cloth like some strange and confused worms. This was for fun, of course. Just like he was going to spend his free time in one of the brothels near the courts. It was a nearby diversion. Work just a step from the party, they commented at Gym and Fencing . The gym on one side and, around the corner the Jewish brothel and billiard parlors on Liberty Street. Everything there. That’s it. A true center of entertainment, they proclaimed in those days. But it was that all the brothels were filled with Jews and many Jews were in that business. [ii]“The Polish girls”, his friends in the club called them. “And a Polish girl gives you more than five French girls and they all had a good time with the Jewish girls who, in the end were the same ones. He, his buddies from the college, in the year of the Centenary and the White Guards in the January week of 1919. But the difference was that he had done it to pass the time, they weren’t more that cloths on billiard tables, that’s all. Moreover, a few days later, he went over to pay for them. To pass the time, that’s what it was about. Because he didn’t have anything against the Jews, who were hard working people and don’t bother anyone. Although a little… a little. How would you say it?, Vicente reckoned. Not elegant. That was it. The Jews weren’t attractive and what are you going to do. You are born fierce or you were born with a macho look. He had once heard commented at the Engineer’s table. “You are precursor of the White Guards. You’ll see.” And Vicente didn’t know whether if it was said to him seriously or in jest. He didn’t have prejudices. And he wasn’t thinking that to give himself an explanation that would calm him down.

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[i] Tragic Week is the name by which the repression and massacre suffered by the Argentine labor movement is known, in which hundreds of people were murdered in Buenos Aires, in the second week of January 1919, it included the only pogrom (massacre of Jews) that is recorded in America. Within the Tragic Week there was the only pogrom (massacre of Jews) of which there is record in the American continent. The pogrom had its epicenter in the Jewish quarter of Once. The pogrom was unleashed when Tragic Week was averaging and the upper-class civilians joined the repression. It was carried out by the Argentine Patriotic League, “the white guard”; synagogues burned. There were hundreds of deaths.

[ii] While prostitution in Argentina was dominated by Jews for many years., it was terminated by vehement protest from the Jewish community and government legislation.

Translation by Stephen A. Sadow

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Bibliografía de David Viñas/David Viñas’ Bibliography

NOVELA/NOVEL

Cayó sobre su rostro (1955)

Los años despiadados (1956)

Un Dios cotidiano (1957)

Los dueños de la tierra (1958)

Dar la cara (1962)

En la semana trágica (1966)

Hombres de a caballo (1967)

Cosas concretas (1969)

Jauría (1971)

Cuerpo a cuerpo (1979)

Prontuario (1993)

Tartabul (2006)

La hermosa yegua

TEATRO/THEATER

Sarah Goldmann

Maniobras

Dorrego

Lisandro (1971)

Tupac-Amaru

Walsh y Gardel

ENSAYO/ESSAYS:

Literatura argentina y realidad política: de Sarmiento a Cortázar (1970)

De los montoneros a los anarquistas (1971)

Momentos de la novela en América Latina (1973)

Indios, ejército y fronteras (1982)

Los anarquistas en América Latina (1983)

Literatura argentina y política – De los jacobinos porteños a la bohemia anarquista (1995)

PREMIOS

Premio Guillermo Kraft (1957)

Premio Gerchunoff (1957)

Premio Nacional de Literatura (1962) y (1971)

Premio Casa de las Américas (1967)

Premio Nacional de Teatro (1972)

Premio Nacional de la Crítica

Bernardo Verbitsky (1907-1979) — Novelista judío- argentino/Argentine Jewish Novelist — “Es difícil empezar a vivir”/”It is Difficult to Learn to Live” — fragmento de la novela/excerpt from the novel

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Con sus novelas Es difícil empezar a vivir y Etiquetas a los hombres, se considera a Bernardo Verbitsky como uno de los fundadores de la literatura judío-argentina moderna.

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With his novels It is Difficult to Learn to Live and Labels on Men, Bernardo Verbitsky is considered one of the founders of modern Argentine Jewish literature.

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Bernardo Verbitsky abandonó los estudios universitarios para dedicarse al periodismo en diversos medios, en particular noticias gráficas, donde escribió durante muchos años una columna titulada “Los libros por dentro”. Se convirtió en un retratista de las glorias y miserias de la ciudad de Buenos Aires, muy ligado al tango y al alma de la ciudad. Con su primera novela, Es difícil aprender a vivir (1941), obtuvo el premio Ricardo Güiraldes. Tanto ésta como las siguientes fueron componiendo un amplio fresco de la baja clase media urbana.Fue también guionista y miembro de la Academia Porteña del Lunfardo. Como escritor, dirigió la serie “Letras Argentinas” de Editorial Paidós9. Su novela Calles de Tango fue llevada al cine con el título Una Cita con la Vida.

Bernardo Verbitsky abandoned his university studies to devote himself to journalism in various media, in particular, graphic news, where he wrote for many years a column entitled “The Books Inside”. He became a portraitist of the glories and miseries of the city of Buenos Aires, closely linked to tango and the soul of the city. His first novel, It is Difficult to Learn to Live (1941), received the Ricardo Güiraldes prize. Both this and the following ones composed a large fresco of the lower urban middle class. He was also a scriptwriter and member of the Academia Porteña del Lunfardo. As a writer, he directed the series “Letras Argentinas” of Editorial Paidós9. His novel Calles de Tango made into a movie with the title An Appointment with Life.

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Es difícil empezar a vivir

Por Leo se enteraba de las fiestas judías. Le sorprendió la llegada del año nuevo y fue entonces que conoció como una deseable aventura ayunar en Iom-Kipur. La perspectiva de pasar un día entero sin comer ni beber, figurábasele como internarse a través de un tenebroso lugar en que las amenazas acechaban en retorcidas callejuelas que debía recorrer extrayendo ánimo de su propio temor. Imaginábase que sólo podría arriesgarse en ese viaje de exploración apenas unas horas y luego debería regresar, como desiste. Al planear este ayuno de Iom-Kipur concedía sus mecánicas comidas un valor que en realidad no alcanzaba a tener para él el transcurrir de todos los días. Lo que siempre era un cumplido sin conciencia adquiría ahora un nuevo relieve. Imponiéndose una exagerada y deformada apreciación, el temor infantil de tener hambre, un temor de un solo bloque, irracional. Un día de hambre. Entonces dejaba de ser un vericueto de tortuosas calles. Una jornada de ayuno se extendía como desierto blanquecino sobre el que reverberaba una liviana neblina. Se entretenía en su visión, que de pronto entroncó con el recuerdo de muchos días del perdón que había pasado en el campo. Pensó entonces que de ese recuerdo nacía lo imaginado y que en ese momento estaba haciendo consciente un rastro de su memoria. Esa neblina blanca recordaba la sinagoga llena de hombres en una tarde calurosa de un día de perdón, faltaba pocas horas para el término del ayuno y allí seguían todos desde el comienzo de la mañana, con sus “tales” colgados desde los hombros. Ya era una escena marchita. Débiles, cansados, proseguían animosamente. Rostros amarillos transparentes de debilidad. Olor a aglomeración, olor humano en la tarde calurosa. Zumbaban monótonos los rezos y adquirían un periódico crescendo que, al disminuir, dejaba una sensación de aburrimiento. Creía ver un rayo amarillento de sol atravesando oblicuo la sinagoga, iluminando la sumida palidez de los rostros y el crema claro de los mantos. Por sobre los reunidos flotaba un vaho pesado y agrio. De nuevo el ayuno era un espacio de turbio peligro que no se animaba a atravesar. Parecíale que al final del día de ayuno se hallaría convertido a un exhausto espectro al que agregaba blancas vestiduras que hacían juego con tanto desmayo y flojedad. Estar tantas horas a pie en la sinagoga murmurando rezos era convertirse en un cirio que iba ardiendo alimentando lentamente por su propia sustancia. Arder en un místico fuego frío, descamarse paulatino y casi insensible, hasta quedar en huesos amarillos, en pellejo marfilino.

No le animó tampoco la idea de que millones de judíos realizaban todos los años el sacrificio que le acobardaba. En casa no se ayunaba, pensó, y a esto se debía su manera temerosa de enfrentar su plan. Los millones de judíos que ayunan anualmente, ¿eran unos héroes? Reconsideró entonces con un nuevo espíritu la posibilidad de hacer lo mismo. Si era penoso, mayor el aliciente; ahora descubría y saboreaba el verdadero móvil del sacrificio proyectado en honor de lo que le importaba: someterse a un penoso ejercicio, una mortificación. Se exaltaba pensando que se castigaría, por todo. Así vagamente, por todo. Lo imaginaba con fervor, gozando la perspectiva de pedir un mudo perdón por todo lo que hacía, por todo lo que dejaba de hacer, complaciéndose en la oculta penitencia a cumplir. Porque no diría nada a nadie, seguro que de llegarse a saber, todo perdería valor y intento volveríase estúpido. Además, más fácil era callarlo que comunicárselo a alguien. Y sentía, ya casi la alegría de ser perdonado.

Alguien lo había dicho alguna vez delante suyo y lo recordaba muy bien. Había sido escrito. Si un judío entra en una sinagoga y no sabe rezar como lo demás, lo ha de lamentar, le ha de defender su ignorancia. Ahora podía comprobarlo en sí mismo. Podía causarle gracia el asunto, que la tenía, pero era así. El hubiera querido leer como todos en su libro. Ese leer era orar, hablarle a Dios. No era necesario arrodillarse, no había más sacerdote que el cantor, y todo se limitaba a decir con palabras con la cabeza alta. Y ya entraba a fantasear sobre un tema, que por interesarle, no dominaba en realidad. Con la cabeza alta y el sombrero puesto permanecían los judíos en la sinagoga. Conversaba con Dios de igual con igual. Ese sombrero que se conservaban puesto los judíos fue una pequeña preocupación de los años infantiles, y ahora interpretaba que los judíos, ni al hablar con Dios se descubrían. Era un poco en broma. Pero tal vez tenía una raíz más seria. Para los judíos Dios estaba en el hombre, en cada hombre hay algo de Dios, algo divino. Ignoraba si había tal contenido en el judaísmo, pero al suponerlo creía intuir la verdad o una parte de ella. A través de las edades se había intentado de la realidad. La religión podría ser eso, un teoría de vida, una guía para desenvolverse en el mundo. Con los datos aportados por la vieja ciencia, se formó la base de muchas religiones. Ninguna tan humana como el judaísmo que es más que una religión ya que es un sistema de vida, una posición ante la existencia, un concepción que tendía a elevar al hombre, singular entre todas que las que ofrece la antigüedad. El socialismo no sería sino una interpretación, adaptada a una ciencia moderna. Eso era casi coincidir casi con los hitleristas, se dijo. Luego se sumergió en un estado de ánimo especial en el que se mezclaban reproches a su padre por no haberle instruido acerca de esas cosas, y un especie de vocación furiosa por enterarse de todo cuanto concernía al judaísmo que ignoraba. Un poco más y hubiese querido ser un viejo rabino sabio, hebraísta ducha y capaz en desempeñarse hábilmente en medio de los libros y las consultas. En fin. Algún día lo tomaría más en serio. Mientras se formulaba esa promesa de estudio a cumplir en plazo incierto, volvió a escuchar el “jazán” que seguía su canto plañidero. Le observó con atención. Lo conocía muy bien. Era el propio padre de Leo, el honrado y siempre laborioso peletero Porter. Era el mismo, pero era otro. Con su amplio “tales” blanco de pura seda, con su mitra de terciopelo negro, parecía un obispo de la iglesia ortodoxa. Quedaba bien la palabra archidiácono. Pero era más que un archidiácono y más que un obispo. Era un rey bíblico, como Saúl como David o Salomón. Mientras cantaba infatigable no pensaba seguramente en esas cosas, pero para Pablo era eso: Moisés Porter era un rey. Y tal vez todos los judíos allí reunidos eran tantos otros reyes. Todos no, en realidad. Tan sólo creyentes. Y Moisés Porter cuando cantaba era un creyente sincero de alma clara. Y él, él también cuando escuchaba su voz suave y modelada a la manera de todos los cantores, se hacía la ilusión consoladora de que creía en algo. ¿Creía en Dios? Tal vez nada más en la música, y eso es creer algo. eso de lo de creer no le importaba en este momento tanto. Sólo quería entender las palabras del libro hebreo que distinguía perdidas en el canto. Adoinoi, Malkeini, Acoileinu, de una sonoridad magnífica, con muchas vocales, palabras abiertas y hondas, de resonancia musical. Pablo miró a Leo. Este contemplaba satisfecho a su padre, orgullosamente rodeado de sus hijos que formaban el coro. En esa oportunidad los hermanos se vinculaban en el canto más estrechamente que en cualquier otro día del año, apoyando la voz del padre, que plañía con un profundo sabor judío en las inflexiones. Pero el coro de los muchachos se escuchaba inseguro, completando un poco tristemente la parte del solista. Pablo y Leo se miraron, poniéndose de acuerdo sobre el efecto nada brillante.

–Canta—dijo Pablo.

Leo este año había interrumpido una antigua costumbre de cantar acompañando a su padre; separándose de Pablo se alejó en busca de un manto y se colocó entre sus hermanos. De pronto se oyó su voz fortaleciendo el languideciente grupo. El canto se enderezó, se hizo más denso. Pablo distinguía muy bien la bella voz de su amigo en la que hallaba ahora un nuevo tono cálido, Al resonar en el alto local se expandía libremente, matizándose de un timbre familiar pero que no le conocía tan acentuado como surgía en esa plena voz. Se la individualizaba en el conjunto, pero al mismo tiempo se diluía en él y le comunicaba con rara firmeza, le infundía una clásica sonoridad. Se percibía en el ambiente, la impresión que producía en el transfigurado coro. Este calló y Leo dijo, solo, su parte. La voz, limpia, se moduló un minuto por sobre los reunidos y luego al cesar, el zumbido de las oraciones murmuradas se extendió como un blando colchón para recibir las notas, que al dejar de cobrar altura iban a caer desde lo alto. Le emocionó su amigo con su “schemensre”. Al terminar el kolnidre comenzó a dispersar la gente. Muchos felicitaron a Leo por su canto.

–¿Qué vas a hacer esta noche? –preguntó Pablo.

Este se sorprendió la pregunta.

–Y, nada, lo que quieras. Caminamos si querés, iremos a dar al café.

–Bueno, vamos –dijo el otro después de una vacilación.

Caminaron juntos. Pablo espontáneamente comunicativo trató de explicarle cómo pudo, lo mucho que le había gustado su canto, la impresión recibida y el efecto de la voz sobre el coro. Estaba como conmovido de amistad y sin deseo de reprimir el sentimiento. Y en contra de lo que había propuesto, decidió informarle su plan de ayuno, para cumplirlo juntos.

Pidió café, pero Leo se negó a tomar nada. Después de un rato de silencio, le dijo con una sonrisa un poco forzada.

–No quiero nada. Te voy a decir por qué. Decidí ayunar este año. Se me ocurrió y lo estoy haciendo.

— ¿Estás ayunando?—Y luego casi sin querer, agregó Pablo–. Yo también pensaba. Te lo iba a proponer ahora. Pensaba que comenzaríamos esta noche, después de cenar.

–¿Desde esta noche? –Leo se rió —Pero eso no ayunar. Nosotros cenamos en mi casa a las seis. Es antes de ir al kolnidre y no se come hasta el día siguiente.

Pablo lo sabía. Pero lo había olvidado.

–¿No ves – siguió Leo—que algunos se quedan ya en la sinagoga para rezar toda la noche? Se ayuna en el día, pero son veinticuatro horas seguidas las que debe suplicarse el perdón.

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It’s Difficult to Learn to Live

From Leo, he learned about the Jewish holidays. The arrival of the New Year surprised him and it was then that he decided that fasting on Yom Kippur would be an interesting adventure. The idea of spending an entire day without eating or drinking seemed to him like getting himself into a dark place in which the threats were lying in wait in the twisted little streets that he had to pass through, finding energy in his own fear. He imagined that he could only risk a few hours on this voyage of exploration and then return, giving up. On planning this Yom Kippur fast he conceded to his routine meals a value that in reality they didn’t have for him in his daily life. Something that was an unconscious act would acquire a new importance, imposing an exaggerated and deformed appreciation, the infantile fear of being hungry, a fear of a single block, irrational. A day of hunger. Then it ceased being a rough track of tortuous streets. A day without eating extended like a whitish desert above which reverberated a light mist. His vision entertained him, that suddenly connected to the memory of many days of pardon he had experienced in the countryside. He then thought that from that memory was born the what he had imagined and that in that moment a trail of memories was becoming conscious. That white mist reminded him of the synagogue full of men in a hot afternoon of a day of pardon, few hours were left before the end of the fast and there all had continued since early morning, with their tallit hanging from their shoulders. It was already a withered scene. Weak, tired, they went spiritedly. Yellow faces transparent from weakness. Odor of agglomeration, human odor in the hot afternoon. The prayers buzzed on monotonously and they came to a periodical crescendo the, when it diminished, left behind a sensation of boredom. He believed he saw a yellowing ray of sun obliquely crossing the synagogue, illuminating the sunken paleness of the faces an

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“El idioma”

“The Language”

Unos libros de Ana María Shua/Some of Ana María Shua’s Books

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Montevideo

Punta del Este

Artistas del Uruguay/Artists of Uruguay

Escritores del Uruguay/Artists of Uruguay

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“LA CASA DE CAÍN”

CAPÍTULO 1

“THE HOUSE OF CAIN”

CHAPTER 1

Libros de Pablo Freinkel/Books by Pablo Freinkel

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Viñas, David

De la novela “Los Dueños de la tierra”, 1958

“Esos de la Guardia Blanca”

From the novel: “The Rulers of the Earth, 1958”

“Those of the White Guard”

Translation by Stephen A. Sadow

Bibliografía de David Viñas/David Viñas’ Bibliography

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Es difícil empezar a vivir

It’s Difficult to Learn to Live